4 Capítulo

Em um dos restaurantes mais frequentados, este Benjamim e Theodore sentados à mesa.

Algumas pessoas não desgrudavam os olhos ao ver os dois que chamavam bastante atenção. Um, era advogado e o outro filho do presidente. As pessoas têm curiosidade de saber o que os dois são.

O garçon vai à mesa para atendê-los.

- Boa noite! o que gostariam de pedir senhores?

Benjamim após olhar o cardápio responde:

- Bom, eu gostaria de uma macarronada a milanesa e um copo de suco no sabor maracujá.

Theodore ao olhar para o garçon responde:

- O mesmo que ele.

Benjamim põe o cardápio na frente do rosto por estar surpreso de Theodore pedir a mesma coisa. Theodore então abaixa o cardápio de Benjamim.

— Não fica assim, tudo bem.

Theodore havia ficado sem óculos desde o momento em que Benjamim havia tirado.

— Você gosta de maracujá? Pergunta Theodore.

— Sim, é a fruta que eu mais gosto. Qual e a sua fruta preferida?

- Nunca parei para pensar sobre isso, apenas no trabalho.

- Nossa, admiro a sua competência a ponto de deixar o que você gosta da sua vida de lado.

Theodore apenas o olha tranquilamente afirmando com a cabeça. Benjamim o acha bem fofo no momento em que estão tendo leves conhecimentos um do outro. O garçom chega trazendo o pedido, traz primeiro o de Benjamim e logo em seguida o de Theodore.

Benjamim da uma bela garfada e acha bem gostoso.

- Experimenta o suco de maracujá para ver se você gosta.

- Tá.

Theodore leva o copo de suco na boca, e realmente achou muito bom ao ponto de dar um sorriso genuíno.

- Eu sabia que você iria gostar. Comenta Benjamim.

- É. Você tinha razão mesmo.

- Me passa seu número, até agora eu não tenho. Benjamim da um sorriso irônico.

Theodore pega o celular na mão dele e adiciona seu contato.

Em uma mesa há alguns centímetros de distância, está um homem encapuzado de uma blusa de frio, olhando de relance para Benjamim o observando. Como Benjamim raramente saia de casa, ficava mais seguro. Havia pessoas que odiavam o presidente e queria faze-lo pagar atacando o filho primogênito. Mas esse era diferente, o problema é com Benjamim.

Na hora de pagar a conta, Benjamim vai tirando a carteira do bolso quando Theodore interfere:

- Eu pago.

- Mas...

Antes que pudesse terminar a fala, Theodore já paga a conta de ambos e vão até o carro de volta para casa.

Benjamim se senta no sofá perguntando:

- Tem algo do serviço para fazer Theodore?

Do escritório ele responde:

- Apenas organize os livros da estante.

Benjamim com todo o prazer se levanta e começa a arrumar, realmente haviam vários livros espalhados quando ele se depara com um cuja capa dizia “ Sexualidade “. Ele olha de um lado e outro, não vendo Theodore começa a passar as páginas até de depara com um trecho “ Você pode sim amar uma pessoa do mesmo sexo.”

Pensa “ Porque o Theo está lendo um tema desses? Será que ele também é gay e tem dúvida?” Fica confuso. A única opção era tentar entrar nesse assunto sem jogar muito na cara a intenção. Organiza tudo o mais rápido possível.

Theodore termina de resolver algumas papeladas quando vai até Benjamim que estava sentado no sofá da sala. Olhando para ele se sentando ao lado pergunta:

- Theo você já namorou alguém?

- Não, nunca tive interesse. Você já?

- Eu tentava mais nunca dava certo, como você sabe sou gay, não poderia tentar namorar um homem. Meus pais saberiam.

- Benjamim, por que seus pais são contra a relação homossexual?

- Eu também não sei, acho que eles sentem nojo por ser duas pessoas do mesmo sexo, pois foi feito o homem e a mulher para se amarem.

Theodore olha para os olhos verdes de Benjamim profundamente e pergunta:

- Mas você planeja esconder isso por quanto tempo?

- Eu não sei, tenho medo do que eles farão comigo ou da forma que vão me tratar. Benjamim começa a ficar com medo de ter um relacionamento por conta de não querer decepcionar os pais. Que o consideravam um filho maravilhoso e digno. Fica entre uma parede e outra sem ver uma saída.

Theodore pega no rosto dele e diz:

- Olha Benjamim, você não pode ter medo. Afinal quem tem que decidir sua vida é você mesmo. Apesar de não ser o que os seus pais queriam que fosse. Um filho hétero para namorar uma mulher maravilhosa em tudo. De acordo com os conhecimentos que tive, o amor é um sentimento que você não pode controlar. Se tem alguém que você goste, conquiste essa pessoa. Mas se não for possível desista e tenta demonstrar esse amor a outro alguém.

Benjamim pega na mão de Theodore e diz:

- Mas eu não sei se a pessoa que eu gosto também gosta de mim.

- Por que você acha isso? Eu conheço?

- Sim você conhece, porque essa pessoa esta agora na minha frente.

Theodore faz uma cara de surpreso e confuso ao mesmo tempo:

- Como isso aconteceu?

- Desde o primeiro dia que eu te vi e a forma legal que você sempre me trata.

- Mas Benjamim você já imaginou o grande problema? Eu sou amigo dos seus pais quando você ainda tinha três anos! Seria como eu trair eles.

- Mas você se preocupa com eles ou comigo?

Theodore sente um aperto no peito por não achar a resposta correta para isso, mas põe em primeiro lugar os pais de Benjamim.

- Eu sinto muito, mas não posso fazer isso pelas costas dos seus pais.

Uma lágrima escorre do olho de Benjamim. No momento em que Theodore se posiciona para falar algo, é cortado por ele que diz:

- Eu já sabia que seria bem impossível isso acontecer. Mas você dizer que põe em primeiro lugar meus pais, isso acaba de me machucar apesar do que você disse sobre o amor.

- Benjamim...

- Quero voltar para casa.

- Não faz isso. Eu não queria que as coisas chegassem a esse ponto.

- Solta o meu braço e leve-me para casa, preciso pensar e descansar.

Theodore vendo o estado de Benjamim, a única opção que achou foi de deixa-lo sozinho para ajustar os pensamentos.

O leva até em casa que estava a segurar o choro. Em casa, Benjamim já vai a correr para o quarto e Theodore tenta inventar algo.

— Bom, Eliza hoje Benjamim quebrou minha xícara favorita e acabei alterando o tom de voz com ele, por isso chegou assim. Eu não sei se ele irá trabalhar esses dias lá por causa do que aconteceu.

- Desculpa Theo, Benjamim é um pouco sentimental. As vezes reage dessa forma, mas logo ele voltará ao seu estado normal.

- Vou dar um tempo para ele.

- Obrigado, você é um bom homem.

Minutos depois no quarto, Benjamim está completamente deprimido deitado na cama. Sophia escuta o choro do irmão, entra no quarto e pergunta passando a mão na cabeça dele o abraçando.

- O que foi que aconteceu?

- O The-odore fá-lo que se ama alguém tem que lutar por ela e que eu não podia esconder quem eu sou dos meus pais. Mas quando eu disse que gosto dele, falou-me que não podia fazer isso pelas costas dos nossos pais. Isso indica que ele se importa apenas com eles. Eu sabia que novamente isso iria acontecer comigo, mas mesmo assim achei que valeria a pena abrir um pouco meu coração.

- Eu imagino como você deve estar se sentindo agora, o que posso fazer para você ficar mais calmo?

- Não tem nada que possa me fazer melhor nesse momento.

Sophia sente uma dó enorme de Benjamim, então liga para Sebastian no celular do irmão.

- Alô, Benjamim ?

- Não é Sophia. Ele está muito mal por causa do Theodore não ter se importado com os sentimentos dele, e sim com nossos pais.

- Mas perai, aquele homem com cara de hétero é gay?

- Bem provável, ou está inventando uma desculpa que é gay para não machucar muito Benjamim. Por isso não aceitou ele porque nossos pais e ele são bons amigos, mesmo antes deu nascer.

- Imagino o quão deprimido ele está. Chego aí em dez minutos.

- Mas você já voltou de Boston?

- Sim, passei apenas três dias lá.

Elisa e Matthew já estavam deitados prontos para dormir, foi bastante exaustivo o dia de trabalho. Mas antes disso, Eliza usa um pijama novo com as cores iguais do pijama de Matthew. Ao seu lado na cama passando a mão nos cabelos dele pergunta:

- Meu amor, tem possibilidade de um dos nossos filhos não ser héteros?

Matthew se espanta:

- Por que essa pergunta Eliza?

- Bom, o que faríamos se um de nossos filhos fosse ?

- Por mais que eu os amo muito, eu não iria aceita-lo tendo o sobrenome da nossa família. Seria uma vergonha para os Beaumont, principalmente por eu ser o presidente.

Eliza fica surpresa e para de passar a mão na cabeça de Matthew:

— Mas perai amor, você faria isso só por causa do que as pessoas iriam dizer? Ou pensar que a família Beaumont é nojenta?

— Sim, minha ficha iria cair. Você sabe que nossa família é elegante. Afinal eu odeio a ideia de gays ou lésbicas. Isso nunca bateu comigo. Por favor não entre nessa história nunca mais, nossos filhos vão seguir nosso exemplo.

Apesar de Eliza ter o mesmo pensamento de Matthew, não se importava com a sexualidade e sim com o amor que os dois que se amam poderiam progredir. Mas nunca viu suspeita de um dos filhos cortar para esses lados. Deita a cabeça na barriga de Matthew e dorme.

Sophia observando que os pais estavam dormindo, chama Benjamim para ir com ela em um lugar. Ele tenta se recusar, mas ela diz que ele não iria se arrepender.

Acaba seguindo a irmã por não achar outro jeito. Fica surpreso ao ver Sebastian, não escutou nada do que Sophia estava conversando pelo celular porque nesse momento sua mente não estava pensando nada com nada.

Sebastian o abraça.

--- Não fica assim Benjamim, vamos sair e divertir-nos um pouco.

— É, iremos a um clube que será bem divertido. Sophia complementa.

Benjamim apenas segue os amigos caminhando pela cidade até um clube mais próximo. Por mais que a sua cabeça esteja bastante agitada, percebe movimentos estranhos enquanto caminha. Olhando para trás não vê nada, pensa que pode ser apenas um cachorro ou alucinação. Ignora.

Quem está por trás diz não é um cachorro e sim uma pessoa querendo sequestrar Benjamim para executar a sua vingança do segundo ano. Já fazia alguns dias que observava a mansão onde morava, e também quando Theodore o buscava.

“ Bom Benjamim, tudo me indica que esse será o plano perfeito para lhe sequestrar. Você vai pagar-me quando me humilhou naquela série. Confessei os meus sentimentos para você, mas além de rejeitar-me disse que os “gays” são nojentos sendo que você é um deles. Irá se lembrar de cada coisinha que vou fazer com você.” O homem pensa em atirar uma bomba de fumaça e sequestrar Benjamim sem ser visto..

Assim que chegam estava cheio de pessoas. Todos ficam olhando para os três, mas eles não se importam. Conseguem aos menos sentar em uma mesa vazia. Sebastian chama Sophia para escolherem algo de beber.

Mas nesse momento, uma fumaça cinza invade o local deixando todo mundo sem enxergar. Só escutam alguém tentar gritar mas em poucos segundos. Logo mais quando a fumaça desaparece, Sebastian e Sophia olham para a mesa em que estavam sentados mas não veem Benjamim.

Correm até lá fora na rua, mas só avistam alguém entrar no carro com outra pessoa e partir. Os dois ficam preocupados e desesperados. Voltam para casa e acordam os pais dizendo o que aconteceu.

Matthew fica bastante descontrolado:

— Por que diabos vocês saíram na noite sem nossa permissão? Logo você Sophia?

Eliza fica com bastante medo e preocupação de algo ruim acontecer com Benjamim.

Sophia tentar dar uma explicação ao pai:

- Eu sinto muito, mas como meu irmão estava mal, eu queria levá-lo para se divertir em um clube aqui perto. Não sei como isso foi acontecer.

— Por que ele estava mal?

— Não posso dizer.

Matthew fica mais descontrolado e puxa Sophia pelo braço até o escritório. Pega o sinto da calça e ameaça:

— Você vai dizer-me sem precisar apanhar ou prefere o jeito mais difícil.

Quando ela tinha cinco anos pegou trauma de apanhar com cinto. Mas não podia esconder o segredo do irmão para sempre.

— Pai ele é “gay”, e tem medo do que vocês irão fazer com ele.

Matthew fica pasmo com o que acabou de ouvir, não queria acreditar nisso. Mas sua filha nunca mente. Ele sente uma mistura de ódio e decepção. Libera Sophia e fica um pouco sozinho.

Assim que sai encontra a mãe que pergunta:

- Ele machucou-te Sophia?

- Não, mas eu disse que Benjamim é “gay” apesar dele não querer dizer a vocês.

Eliza de imediato entra naquele escritório. E o que conversam lá não é das melhores coisas possíveis.

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