Capítulo III

Pai, o senhor já pensou na possibilidade de se casar novamente?

Ele olha para mim como se quisesse me fuzilar, meu pai amava muito a minha mãe embora eu sei que ela não o merece e nunca irá merecer, eu amo a minha mãe e quero muito que ela saia de onde está, mas não sei se eles poderiam de fato ficar juntos.

- Não, eu nunca pensei nisso. Dona Leonor é uma boa mulher mas, não tenho essa vontade de me casar novamente. Eu jurei que amaria sua mãe para sempre e é isso que farei. Agora vamos mudar de assunto.

Ele odiava citar o nome da nossa mãe, odiava o modo como tudo aconteceu.

Mamãe sempre foi uma mulher muito autoritária, além de sempre arrancar suspiro por onde passava, sua beleza era incomparável,  todos os homens casados ou não invejavam o meu pai. Lembro-me de quando tinha 10 anos, ela estava sentada diante da penteadeira se maquiando.

-Um dia você será linda e deverá usar sua beleza ao seu favor.

Diz enquanto passa a escova sobre seus longos cabelos vermelhos, sua pele era branca como a neve e seus olhos eram verdes. Mamãe sempre falava que beleza era tudo, que beleza atrai dinheiro, papai por outro lado sempre detestou este lado ambicioso dela.

Era natal, os flocos de neve caiam sobre o chão, as crianças do vilarejo se juntavam para criar bonecos de neve, guerra de bolinhas, sinto falta daquela época. Naquele sábado de natal o rei mandou que baixassem o preço do peru, acho que ele não tinha ciência que mesmo com o preço baixo ainda sim não conseguiríamos comprar. De qualquer forma mamãe e papai aquele ano deixou de comprar agasalhos de frio para nós para que assim pudessem juntar dinheiro e fazer uma ceia de natal mais farta.

A mesa estava exposta, a família de Chloe e Samuel passariam aquele ano conosco, cada um levava algo para colocar na mesa. Me lembro vagamente em todos os anos na noite de natal, enquanto as crianças brincavam na praça com a neve, um garotinho ficava atrás das árvores, ele expiava cautelosamente. Depois de alguns anos ele nunca mais apareceu nas noites de natal, sempre quis saber quem era ele. Ele era um menino muito bonito, cabelos escuros, pele clara e olhos azuis, usava roupas simples e tinha um olhar de curiosidade.

-Hoje enquanto o senhor estava na ferraria, o rei estava na praça central do vilarejo.

Retiro os pratos da mesa após terminarmos de jantar, Francis rapidamente corre para frente da TV.

- Francis vá escovar os dentes primeiro - digo com a voz mais severa.

- Acabou a pasta - Retrucou procurando uma desculpa para não levantar do sofá.

-Escova com sabão.

- Mas tem gosto ruim. - Respondeu fazendo cara feia.

-É melhor do que ficar sem dente, agora levanta e vai escovar.

Francis sai batendo o pé no chão

-Vieram recrutar novos soldados? perguntou-me enquanto retirava as sobras dos pratos.

-Vieram comunicar os jovens que as inscrições para o torneio iniciaram daqui três dias, apenas trinta jovens selecionados, mas apenas um ganhador. Eu estava pensando em me inscrever, acredito que...

-Lyana eu não quero que você pense nesse absurdo, eu não poderia vê-la no meio de um torneio, onde você poderá acabar se machucando.

Disse-me enquanto puxava da perna na busca de chegar até o sofá.

- Mas pai, o senhor participou, o senhor tentou e eu também quero tentar pela nossa família.

-Sim minha filha e na espera de conseguir vencer eu quase fiquei aleijado, eu não quero que nada aconteça com você acredito que essa conversa já finalizou. Ele continuou andando até o seu quarto, como puxava da perna seu quarto era no térreo e o meu e de Francis estavam no segundo andar. Nossa casa era humilde pequena mas, bem aconchegante, subi para o meu quarto estava morta de cansaço e sem que pudesse perceber comecei a pensar naquele rapaz da ferraria, como ele poderia ser tão lindo, sua noiva com certeza era alguém de sorte.

Após aquela conversa com meu pai, cansada penteei o cabelo, me deitei e dormi pois o dia seguinte seria longo.

Já eram seis da manhã levantei, realizei minha higiene matinal, desci as escadas, bati na porta do meu pai para poder acordá-lo fui para a cozinha coloquei a água para fazer o café. Enquanto terminava de assar o pão meu pai veio, me deu bom dia e me beijou no rosto.

-Quero te pedir desculpas por ontem, mas só tenho medo de perder mais uma pessoa que amo tanto, desde que perdi sua mãe tudo ficou escuro e estou tentando clarear, mas está difícil.

-Tudo bem pai eu te entendo ___ Respondi enquanto colocava o pão sobre a mesa, com uma caneca de café na mão meu pai diz.

- Filha promete que não irá nos deixar? Se você ver que não vai conseguir, promete que irá desistir?- perguntou-me enquanto molhava o pão no café.

- Pai, só quero que confie em mim, essa inscrição vai nos ajudar enquanto eu continuar lá o senhor vai receber um salário, o senhor não vai precisar trabalhar tanto como está trabalhando agora, eu te amo pai e vou dar o meu melhor eu prometo.

— Sei que vai, agora preciso ir - Disse enquanto levantava e pegava a sua marmita sobre a pia, ele beijou-me, desejei um bom trabalho e saiu. Comecei a arrumar a casa às 08:00 da manhã, peguei a cadeira, escovei os cabelos, coloquei um vestido meio surrado, mas era o melhor que eu tinha e saí para a feira.

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Comments

sueli freitas

sueli freitas

/Ok/

2024-11-08

0

gregorio morais

gregorio morais

estou gostando muito da obra

2024-10-28

1

Genivaldo Junior

Genivaldo Junior

muito bom

2024-09-22

2

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