Narrado por Liandra
– BUUUUUUUURP! – Nath dá um arroto daqueles e eu gargalho sem conseguir me conter. Ainda bem que estamos numa área mais afastada do restaurante que tem um fluxo normal de pessoas. Nem lotado nem vazio demais.
– Seu porco! – o abuso.
– Como se você não arrotasse. – diz rindo baixinho.
– Eu sou uma dama, não faço essas coisas, plebeu! – brinco.
– Plebeu? – levanta uma das sobrancelhas.
– Desceu de classe, querido. Mas quem sabe até o fim do nosso passeio, você não possa me conquistar e subir novamente no meu conceito. – provoco.
– Você fica atraente provocando, Pequena. – faz cara de charme.
– Eu tenho as minhas armas, já você só tem o pouco de tempo que nos resta e não está aproveitando... – continuo minha brincadeira.
– Então vamos, cara moça difícil. – levanta e me estende a mão, fazendo uma reverência completamente exagerada. Depois de pagar a conta, saímos com os braços entrelaçados como sempre e para minha sorte, encontramos com uma vendedora já senhora que passava vendendo cocadas.
– Moça, boa tarde. Tem de maracujá? – pergunto.
– Sim, minha querida. Maracujá, coco duplo, coco queimado.
– Uma de maracujá e outra de coco mesmo. – ela me entrega e eu a pago. E sorrindo ela diz.
– Vocês formam um belo casal.
– Também acho dona, mas ela se faz de difícil e não aceita meu pedido de casamento. – Nath diz, fazendo um biquinho carente e a pobre senhora acredita nesse safado.
– Oh, minha querida, escuta a voz da experiência e aceita logo, moço educado, determinado e um gatão assim é raramente encontrado. Meu querido, se eu não fosse casada e feliz, casaria contigo no lugar dela. – a senhora diz, me fazendo olhar crispando os olhos para Nath que apenas sorri convencido.
– Ele não faz o meu tipo, dona. – digo e ela dá de ombros – Muito obrigada. – sorrio.
– Que pena! – ela suspira e nos despedimos, mas podemos ouvir seu comentário ao nos dar às costas: – Essas jovens de hoje não sabem a sorte que tem ao encontrar alguém que preste. Mas também não percebem quando eles estão lado a lado. – comenta continuando a caminhar.
– Viu. Valorize por me ter em sua vida. – ele fala do seu jeito convencido de ser e eu o respondo dando língua, o que o faz rir – Não sabia que você tinha ao menos um tipo. – Nath diz enquanto atravessamos indo em direção à praia.
– Toda mulher têm. – falo simplesmente.
– Nossa. Que interessante. E por que não faço seu tipo?
– Por que você... Você é meu idiota favorito. – agarro seu braço e apresso nossos passos.
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Passeando descalços pela praia, perco a noção do tempo. Olhar o mar e suas ondas em diferentes velocidades, tamanhos e formas, a linha ao longe que o separa do céu, as nuvens que completam a paisagem e sentir cada pequeno grão de areia nos pés ao andar sempre foi minha fonte de calmaria. Meu equilibrador de energia que me transmite renovar as minhas forças.
– Sua expressão está me dizendo que acertei na escolha do destino. – a voz de Nathan me tira do meu transe.
– Sim. – sorrio para ele, torcendo para que ele me deixe aproveitar o simples sons da brisa forte e das ondas, já que a praia está quase deserta seguindo a direção que estamos, mas o bonito me lança uma piscadela.
– Ainda sou o número um em te decifrar, Ruivinha. – adianta os passos para ficar mais à frente e vira para mim, começando a andar de costas de um jeito despreocupado com as mãos nos bolsos laterais de sua calça jeans – Não irei te deixar se perder em pensamentos. – diz e se vira novamente para seguir de forma correta o caminho que estamos seguindo.
– Arf. – murmuro. É irritante o quanto ele me conhece. Abaixo pegando uma quantidade considerável de areia na mão, me levanto, corro em sua direção e jogo o bolo de areia para suas costas, porém, por algum motivo, ele se vira antes, e a areia explode por sua lateral por ser muito mais alto que eu, caso contrário seria bem no seu rosto. Por reflexo, ele fecha os seus olhos. Uma pouca quantidade de grãos são visíveis em seu pescoço e bastante por seu braço exposto pela camisa ser de manga curta. – Opa! – começo a dar passos para trás, me afastando dele – Parece que não pôde premeditar o que eu faria... – o provoco e seus olhos me encaram fixamente de uma maneira tão séria que meu coração erra uma batida: medo. Acho que estou com problemas agora.
– É capaz de descobrir o que eu farei agora? – uma das suas sobrancelhas se ergue em desafio e passos largos e rápidos começam a ser dados em minha direção e começo a correr, tentando manter distância – Isso, Liazinha. É bom mesmo você correr!
– Socorro! – grito para ninguém e começo a rir pela brincadeira e escuto sua risada gostosa bem próxima e logo não sinto o chão sob os meus pés – Ahhh!
– Te peguei! – ele me ajeita em seu colo, mesmo eu me debatendo e começa a andar em direção ao mar.
– Não, Nathan! Isso não.
– Isso o quê? – o cara de pau se faz de desentendido – O que eu estou fazendo, Pequena?
– NATHAN! – seguro em sua camisa e escondo o rosto em seu peito, escutando-o gargalhar ao caminhar na água.
– Quem ri por ultimo, Ruivinha, ri melhor! – diz e me solta na água fria e tomo o caldo de uma onda e seguro em sua perna que treme por suas gargalhadas. Quando emerjo minha cabeça, passeio as mãos pelo meu rosto tirando o cabelo molhado, tomando cuidado para não gotear os olhos com mais da água salgada e encaro com os olhos ardendo o pior dos vilões que está com o rosto vermelho de tanto rir de mim. Me levanto e com toda a força que tenho, pulo em cima dele ao vir uma outra onda. Ele se deixa cair abaixo de mim, mas começa a me fazer cócegas na barriga.
O resultado é os dois tossindo por engolir água pelas risadas e vários caldos nos dado pelo próprio mar.
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Atualizado até capítulo 98
Comments
Libny Aylin Rodríguez
Uau, que história envolvente! Não consegui parar de ler!
2023-07-14
1
Bianca Garcia Torres
Adorei! ❤️
2023-07-14
1
Haru Hatsune
Esta história me emocionou demais, obrigada por escrevê-la! 😭
2023-07-14
1