XVIII

Eu olhei para o lado e observei a cara de espanto e de idiota que o grupinho tinha e senti-me vitorioso.

Eles provaram do próprio veneno ao serem chamados à atenção em frente a todas as pessoas.

Eu vejo que Micael começa a sair e constato a cara de raiva de Xavier a olhar para ele.

Algo me dizia que Micael já estava farto destas andanças porque não devia ser ótimo estar a ser visto como uma pessoa que fazia bullying, ameaçava, forçava os outros e trazia terror para os mais jovens.

Eu sentia este desfecho como uma vitória embora fosse obrigado a estar fechado com eles a fazer trabalhos forçados.

Quando eu e Richard estávamos prestes a ir embora Jonathan barro-nos a passagem o que me fez ficar a olhar para ele.

Jonathan olha para nós é faz sinal que era para ficarmos.

— Há mais assuntos que queria trazer à tona. Xavier, Rui, Rúben, sigam o exemplo do Micael e sentem-se agora. Tobias, Richard fiquem aqui à frente por favor. — pediu Jonathan apontado para o local de onde eles saíram.

Nós fomos para lá preocupado com o que fosse que ele quisesse fazer ou dizer, visto que, já estava cansado de levar na cabeça hoje.

— Chegou aos meus ouvidos que Tobias e Richard são tratados de forma diferente por todos os colegas, professores e mais velhos, isso tem de acabar, eles são crianças tal como vocês, sim, é verdade eles têm uma grande responsabilidade, mas eles os dois sozinhos não vão conseguir. — começou Jonathan a explicar. — Eles têm treinado para controlar os seus poderes e hoje o uso perfeito desse poder demonstrou para todos vocês que o conseguem fazer. — continuou ele.

Jonathan olhou à volta para todos e para os restantes líderes e continuou a dizer:

— Todos vocês têm de entender uma coisa. Não são dois sozinhos que mudam o mundo, todos nós temos essa responsabilidade. Se não os ajudarmos e deixarmos essa responsabilidade de mudança do mundo nas mãos de duas crianças, eles provavelmente não serão bem-sucedidos. Temos de treinar todos da melhor maneira possível e trabalhar uns com os outros sem receios.

Jonathan olhou à volta para ver as reações ao que acabara de dizer e continuou a falar:

— Como todos sabemos, os nossos inimigos controlam tudo o que se passa no mundo, matam, violam e escravizam todos os que não se querem juntar a eles. Ao longo dos anos temos tentado ajudar-vos a ficar em forma para enfrentarem os perigos fora das bases, mas talvez tivéssemos a fazer mal as coisas. É importante treinar, mas parece-me que o mais importante é reforçar amizades entre todos nós.

Quando acabou de falar olhou para Alice e fez sinal com a cabeça, ela avançou e começou a falar:

— Para o reforço de amizades decidimos criar uma sala de jogos disponível para todos, com jogos de raciocínio, estratégia e outros só de diversão, mas o mais importante é que são todos para ser jogados em conjunto.

Todos aplaudimos por essas boas notícias, Alice sorriu e continuou a falar:

— Sim, ainda bem que a ideia vos agradou, porque ainda tenho mais boas notícias. Decidimos que vamos fazer uma feira, em que reunimos todas as bases e campos aqui na nossa base por ser a principal. A feira começa já neste mês, dura de sexta a segunda.

Nós íamos a sair e Alice reforçou.

— Como parte do castigo Richard, Tobias, Rui, Micael, Rúben e Xavier para além de fazerem tarefas aqui na base ainda vão ter de preparar todas as atividades a fazer-se na feira. Eu diria que vai ser bom para eles desenvolverem os laços e pensarem em maneiras de todos no campo fazer isso. Outra coisa que vão ter de fazer e participar de pelos menos duas ou três atividades à escolha. Espero sinceramente que com isso aprendam a cooperar e a serem mais amigos do que inimigos. — reforçou Alice.

Jonathan ficou a olhar fixamente para Alice e eu percebi que isso foi uma ideia só dela e que não comunicou com Jonathan sobre isso.

— Tobias, Richard podem-se ir sentar por favor. — pede Jonathan ainda a olhar fixamente para Alice.

Nós fomos sentar-nos perto de Maya que já falava baixinho com Elaine.

Assim que nos sentamos todos os nossos colegas começaram-se a aproximar de nós e a cochichar excitados devido às notícias porque não havia contacto entre bases, a não ser em altura de guerra.

Jonathan avançou novamente e fez sinal para se fazer silêncio e assim aconteceu.

— Para terminar esta reunião voltamos ao assunto inicial, bullying entre pessoas é algo que não vai ser tolerado em lugar algum, os casos que eram conhecidos foram apresentados aqui hoje e espero que aprendam a viver uns com os outros porque se não houver respeito vão ser novamente castigados. — começou Jonathan.

Ouço alguém a rir e olho para Xavier que estava com ar de escárnio.

— Vocês vão passar a ser avisados duas vezes com castigos mais severos de cada vez que tal acontecer, ao terceiro aviso serão expulsos para viver fora de todas as bases e não podem voltar. Claro que para sabermos se alguém anda a cometer bullying, deve ser reportado os casos que virem. Estamos entendidos? — perguntou Jonathan.

Xavier estava com ar de raiva, mas não disse nada, parecia que a forma que ele tinha para se vingar de nós estava a ser tirada dele o que me deixou feliz.

— Sim senhor Allen. — respondemos todos em simultâneo.

Ao saber que todos concordaram eu sinto-me mais seguro e sinto o mesmo da parte do Richard.

— Muito bem! Podem ir para casa. Estão todos dispensados pelo resto do dia. Divirtam-se e criem laços e lembrem-se, o Tobias e o Richard precisam de amigos e de ajuda. — conclui Jonathan.

Com um movimento de braços Jonathan apagou as chamas e todos começamos a sair em direção à porta.

A sentença foi dada contra os meninos, vão ter de trabalhar em conjunto com o grupo do Xavier. Pensam que vai correr bem?

O que acham sobre a feira?

Alice decidiu sozinha mais um castigo e parece-me que Jonathan não achou muita piada... Será que não concordou? Veremos em breve!

Jonathan quer tentar reforçar os laços de amizade entre todos o que é ótimo. Eu diria que é a coisa mais importante não é?

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