Um Pai Para Minha Filha, Mas Ele É Um Vampiro ,E Agora?

Um Pai Para Minha Filha, Mas Ele É Um Vampiro ,E Agora?

Conseguir um emprego

Cloe já havia percorrido incansavelmente cada comércio e residência na pequena localidade da Ilha do Paraíso, em busca de um trabalho que lhe proporcionasse um teto e uma refeição para ela e sua filha. Contudo, a realidade era desoladora, pois suas súplicas por emprego eram constantemente rejeitadas. Na ótica da comunidade, ela representava uma inconveniência; ser uma mulher solteira, ainda mais com uma filha doente, era encarado como um empecilho indesejável. Era como se empregar alguém nessas circunstâncias fosse uma transgressão ao padrão moral que mantinha as aparências intocadas.

A cidade, se é que poderia ser chamada assim, era a Ilha do Paraíso, uma pequena vila com menos de dois mil moradores. Desprovida de recursos significativos, a vila apenas atendia às necessidades básicas de sobrevivência de seus habitantes. Esses habitantes, em sua maioria, permaneciam lá não por escolha, mas por nunca encontrarem oportunidades melhores em suas vidas. No entanto, a escassez de recursos não justificava a crueldade que Cloe enfrentava, pois mesmo nesse cenário de humildade, a compaixão parecia ter desaparecido. A ideia de acolher uma mulher solteira, junto de sua filha doente, era rejeitada por aqueles que se autodenominavam "famílias de bem", como se tal ato fosse uma mancha na sua reputação imaculada.

Ilha do Paraíso, em sua essência, era uma vila esquecida, um lugar onde a oportunidade e a empatia eram escassas. No entanto, não era uma cidade em nenhum sentido real, mas sim um vilarejo encolhido, onde o mínimo necessário para a subsistência era oferecido. E, paradoxalmente, eram essas mesmas pessoas que viravam as costas a Cloe, como se uma sombra de egoísmo pairasse sobre o lugar. Nesse ambiente, Cloe se via desesperadamente implorando por uma chance de sustento para ela e sua filha. Era um grito silencioso, desafiando os padrões mesquinhos da vila, que aparentemente preferia ignorar o sofrimento humano a dar uma chance a quem tanto necessitava.

A filha de Cloe nascera com hidrocefalia, uma realidade que tornava a vida ainda mais desafiadora naquela localidade remota. Com recursos médicos limitados à sua disposição, Cloe tinha aceitado resignadamente que a saúde da filha estava nas mãos do destino. Entretanto, mesmo nesse cenário de impotência, ela lutava para garantir pelo menos a comida e um abrigo para sua filha. O desejo de ser uma mãe responsável superava qualquer desespero pessoal; afinal, ela havia sobrevivido ao parto quase fatal da filha e via essa sobrevivência como um sinal de um propósito divino. Esse pensamento era sua âncora, impedindo-a de se afogar no oceano de desespero que a cercava.

Após um dia exaustivo de busca, Cloe avistou uma mansão antiga no topo de uma colina. Desde sua infância, algo sobre aquela casa a intrigava, mas a mãe dela sempre a havia advertido para se manter distante, afirmando que um monstro habitava lá e os que se aproximavam nunca mais eram vistos novamente. Dizia-se que a mansão era a razão por trás da escassez populacional na Ilha do Paraíso, pois o mal que lá residia absorvia a vida dos habitantes, sustentando sua própria existência. Um mito de um imortal, um vampiro ou outra abominação similar, circundava a casa. No entanto, Cloe sorriu em descrença, ponderando que, seja o que for que habite a mansão, é sua última esperança. Com sua filha nos braços, determinada, ela começou a subir a colina.

À medida que se aproximava, uma bruma gélida envolvia a mansão, criando uma atmosfera intimidante. Apesar do medo que isso provocava, a determinação de Cloe permanecia inabalável. Afinal, se a casa macabra afastava as pessoas, então isso significava que havia escassez de empregados e, considerando o tamanho da mansão, certamente haveria trabalho a ser feito. Ela se consolava com a ideia de que, embora não soubesse que tipo de pessoa residia ali, muito provavelmente também seria alguém marginalizado pela hipocrisia da vila. O mito de vampiros e desaparecimentos parecia ser mais um reflexo do isolamento do lugar do que uma verdade concreta.

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Comments

Rosária 234 Fonseca

Rosária 234 Fonseca

Caraca muito bom pela primeira vez veho uma história que contém fatos reais como está doença tão existente hoje em dia Estou amando espero que ela consiga o emprego e viva bem e seja feliz

2023-11-04

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