Era um lugar no meio do nada, não tinha nada, não tinha médico perto farmácia .
O único tempo bom lá era o tempo da lavoura.
Tempo das frutas. O tempo de tudo que plantamos
precisava colher.
O único tempo que passamos bem era o tempo das colheitas.
Quando passava o tempo da colheita que entrava o verão, aí começavam as dificuldades, porque tudo que colhemos acabou.
Não tinha mais nada.
Meu país não tinha emprego , ia comprar o que comer com o quê?
Meu avô construiu um Paiol no fundo da casa dele.
o quintal da casa do meu avô era muito grande, tinha dois pé de manga pé de goiaba pé de a romã pé de pinha.
No Paiol o meu avô guardava abóbora chamada de jacaré.
Ela dura muito tempo.
Milho seco, feijão seco, arroz, milho de pipoca. Amendoim, gergelim semente para próxima plantaçã .
Ele armazenava uma quantidade de alimento para
dar para os animais durante o verão e nós comer.
Abóbora e jacaré para quem não conhece é uma abóbora que é bem grande e dura, ela tem que ser cortada de Machado.
No tempo da colheita era muita melancia cabaça, melão de cheiro aquele melão que se parte quando ele amadurece era muita coisa mas nem todas as coisas podiam ser guardadas.
A melancia que ficava guardada há muito tempo ela apodrecia e tinha que ser jogada para os porcos.
Meu avô criava porcos e galinhas.
os porcos tinham que ser presos porque eles eram muito grandes e eles comiam as galinhas .
O chiqueiro era feito todo no cimento, com um tanque para os porcos ficarem dentro da água, era tudo limpinho.
O sol da Bahia é muito quente, por isso os porcos tinham que ficar sempre na água ou lama.
Milho seco era colocado de molho para poder fazer cuscuz no dia seguinte.
O milho poderia ser debulhado para moer no moinho ou colocado de molho na espiga e ralado no ralo.
Quem não tinha moinho.
Meu avô também plantava mandioca, tinha uma casa de farinha.
Onde a gente fazia farinha e também o beijo a tapioca como é conhecida aqui em São Paulo.
Mas essas coisas tudo era do meu avô, não do meu pai.
passou a colheita meu pai, ele não tinha mais nada , porque ele não tinha como armazenar os alimentos. Só que o meu avô era um homem muito bom.
Ele nunca fez questão de nada.
Mas a minha avó .
minha avó fazia questão de mamão.
Que era uma coisa que tinha em todos o quintais.
Minha avó ela chegou cortar pé de goiaba porque eu e a minha tia gostava de comer goiaba.
Ela cortou o pé da goiaba para a gente não arrancar mais goiaba.
Quando ela ficava nervosa, ela tacava a vassoura na galinha e a galinha já caía morta, só batia as asas.
Os porquinhos ela fazia a mesma coisa, tacava a vassoura e o porquinho saía arrastando o quadril no chão gritando de dor.
às vezes meu avô tinha que colocar remédio no ferimento, tinha porcos que nem resistia.
Meu avô falava assim para ela, quando você morrer você vai sofrer muito
você vai pagar por tudo que você faz com os animais.
É realmente ela sofreu muito antes de morrer muito mesmo.
Minha avó teve problemas de coração.
o coração dela foi entupido, teve que tirar uma veia da colcha para poder colocar no coração.
Ela sofria muito com falta de ar e caía desmaiava, ficava muitas horas para poder voltar às vezes quando voltava, fazia xixi e cocô na roupa.
Meu avô e a minha avó moravam na mesma casa, mas eles não dormiam juntos, eles estavam separados.
Ele falava enquanto ela estivesse viva, ele nunca iria procurar outra mulher.
Meu avô era um negro forte morreu com 102 anos. A minha avó morreu com 60 anos e tinha muitos problemas de saúde.
Meu avô quando chegava o dia dele receber a aposentadoria dele, ele ia para uma cidade próxima para poder tirar o dinheiro e lá ele já fazia compra .
Ele trazia tudo de fartura e trazia pães que para nós eram novidades.
A minha avó escondia para não dar para mim meus irmãos.
Eu voltava para casa chorando.
Minha mãe chorava ao me ver chorando porque a minha avó negou um pedaço de pão.
Carne meu avô trazia a carne e mandava dividir com gente.
ela cortava os pedaços mais ruins para dar para gente.
Um dia meu pai mandou eu devolver a carne .
não precisava dar mais nada para a gente .
Meu avô pediu para ver a carne e ela tomou da minha mãos.
Você não precisa ver , diz ela .
meu avô tomou dela e quando ele viu, ele fala isso aqui não dá nem para um cachorro.
isso aqui e os piores pedaços da carne que você tá dando para eles.
Tem toda razão do seu filho recusar.
Nesse dia foi um quebra pau .
Ela foi na casa da minha mãe tirar satisfações .
A minha avó era uma mulher assim que gostava muito de fofoca barraqueira por onde ela passava, ela levava e trazia fofoca.
Um dia, por causa de uma fofoca que ela mesmo inventou, ela correu atrás do meu pai com uma barra de ferro
Tacou nele se tivesse pegado , teria morrido ou ficado com sequelas.
Ele não queria enfrentar ela, afinal de contas era sua mãe.
Para os irmãos do meu pai ele era um monstro, na verdade ele sempre foi o ruim da família.
Um dos irmão dele xingou tanto ele.
depois dessa briga da casa dos meus pais para a casa do meu avô só tinha uma casa no meio que era a casa da Joana e do Antônio.
da casa dos meus pais dava para ouvir o meu tio xingando meu pai.
Eu era pequena e muitas coisas eu ainda me lembro. Minha avó tratava bem todos os filhos, menos o meu pai até hoje eu nunca entendi.
Minha tia fala que quando meu pai era jovem ele dava muito trabalho para minha avó talvez seja isso.
Minha mãe começou a criar galinhas, fazia uma costura aqui outra ali para ter um trocado, e meu pai cuidava da roça, tinha que limpar para deixar limpa para próxima lavoura.
Meu avô ia em casa ver a gente.
Falava ó Paiol tá cheio se vocês precisarem pode ir lá pegar.
Não importa com que a avó de vocês vai dizer.
Só que a minha mãe não ia.
Então ele pegou tudo o que ele achava que a gente estava precisando e trazia para nós.
Minha mãe ficou bem conhecida pelas suas costuras.
Então, graças a Deus começaram a surgir muitas encomendas.
Ela já tinha muitas galinhas ovos.
A casa da minha mãe começou ter muitas pessoas atrás de costura e a minha avó não gostou disso.
Porque a casa dela era uma casa que não tinha visitas , ninguém ia não era uma casa Alegre.
Ela chegou até dizer que minha mãe não trabalhava bem.
mas a prova disso eram encomendas que ela tinha seus clientes que procuravam o tempo todo.
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Atualizado até capítulo 31
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