No Salão de Festas

* ( Não é tarde para recomeçar, especialmente quando o amor ainda é uma doce realidade. H.S.)

Ayla e Robert saem da biblioteca e ela se mantém distante.

Uma mistura de desejo e medo a faz agir assim.

Na mente, tenta entender porque o beijo não funcionou. "Bem que os contos de fadas podiam ser reais, pois agora o encanto estaria quebrado."

Robert, ao perceber que ela não queria conversa com ele, pergunta, preocupado:

— Mas você ainda é minha namorada, não é?

Ela suspira.

— Você está sendo idiota, príncipe.

— Nossa, você está tão mal- humorada...

— Desculpe... Nada pessoal. É que pensei que com o beijo, o encanto da bruxa acabasse, mas nada acontece. Aquela Selena é muito esperta... Se ela está usando uma magia tão poderosa assim... Deve ter se aliado com Hades, o deus do submundo.

Robert fica pasmo com aquela notícia.

— Cruzes! Magia do mal?

— Certamente! Precisamos achar Magnus e também alertar seus amigos humanos...

Robert a interrompe:

— Não são meus amigos. Eles me odeiam. Só me trouxeram porque não sabem abrir nem uma porta com uma simples chave na fechadura.

Ela rir daquele absurdo.

— Pelas barbas de Netuno! Onde você se meteu, hein?!

Ele fica satisfeito ao ver que Ayla volta a sorrir.

Ela tem um lindo sorriso. Precisa rir mais vezes. Quando tudo acabar vai sugerir que leiam juntos um ótimo livro de comédia romântica. "O Último Virgem" da autora Helô está na sua lista.

Antes que peguem outro corredor, ele acelera o passo e obstrui a passagem de Ayla que para, tensa.

— Ayla, querida... Estou me sentindo tão mal com o que disse pra você...Não fica zangadinha comigo. Vamos tentar tudo de novo. Do zero. Que tal?

O olhar dele a atrai feito imã, mas desvia logo os seus para não cair em tentação.

— Tudo bem, mas não fica me importunando. Preciso me concentrar.

Ele disfarça a frustração. " Que mulher difícil!"

— Tá. Só quando permitir...

Ela dá de ombros.

Por dentro, o coração acelera feito louco.

Eles caminham mais um pouco e olham a porta de acesso para o salão de festas.

Do lado, o cabideiro com várias roupas de época.

Eles se aproximam.

— Que legal! Roupas para a festa!

Ayla olha com desprezo.

— Não vou vestir isso!

Ele fala mansamente.

— Aposto que ficaria linda! Quanto tempo temos?

— Bom... Está terminando o primeiro dia.

— Então vamos ficar aqui um pouco e depois a gente volta a procurar o anfitrião. Veste, vai…

Ayla sucumbindo à conversa mole do príncipe, cede:

— Tá, vira pra lá.

Ele obedeceu, mas está super curioso.

Ela escolhe um vestido.

Os dois se vestem com seus respectivos trajes.

Depois ele pergunta:

— Já?

Ayla luta com a parte de trás do vestido, não consegue fechar sozinha.

— Mais ou menos. Não consigo fechar a parte de trás do vestido... Acho que você precisa fechar pra mim...

Ele vira de uma vez, ansioso.

— Claro! Claro!

Ele se aproxima. Suspira ao vislumbrar os ombros dela. Com as mãos um pouco trêmulas, afasta o cabelo para o lado e deseja distribuir beijinhos pelo seu pescoço.

— Ajeita a postura.

Ela fica ereta e devagar, ele vai abotoando o vestido. Depois, ao terminar, Disse:

— Pronto. Pode virar.

Ela se voltou para ele. Ambos se olham com admiração e desejo.

— Você está linda!

— Obrigada! Você também está ótimo!

Ele acaricia o queixo de Ayla e olhando-a fascinado, sussurra:

— Vamos fazer uma trégua, tá? Nada de brigas!

Ela fica desconcertada, com a intensidade do olhar dele. Melhor não prometer nada. Se desvia dele e apenas diz:

— Vamos!

Eles abrem a porta e assim que colocam os pés no salão, tudo para.

Todos os olhares se voltam para eles.

— Mais convidados?! — Alguém falou, num sorriso cativante.

— Sim! — Ayla disse rápido.

— Ótimo! Podem se juntar a nós!

Os dois se aproximam da mesa do banquete. Robert está impressionado com tanta comida e com pessoas tão acima do peso.

Ele olha para um frango assado e fica com água na boca.

Discretamente pega uma coxa e já ia dá uma mordida quando Ayla olha o perigo.

— Não!

Ele para com a mão no ar e a boca aberta para abocanhar a coxa suculenta.

— O que foi dessa vez?

Ela tomou a comida da mão dele e devolveu-a à bandeja.

—Enquanto estiver aqui, você não sente fome. São apenas os seus olhos que pensam que está com fome, mas se colocar pelo menos um minúsculo grão na boca, você não consegue mais parar. Olha pra essas pessoas: Não param!

Ele observou mesmo que as pessoas comiam desesperadamente, mas será verdade o que ela diz?

— E como vamos sobreviver aqui? Você disse três dias! Vou morrer de fome!

— Já disse que não! Se você não tocar na comida, terá chance de sobreviver. Por favor, só me ouça!

Ela fala tão insistente que Robert acredita. Não sentindo fome nem sede mesmo. Então melhor não arriscar.

Ayla observa todo o ambiente com atenção. Magnus não está ali. " Onde mesmo ele e a família se meteram? "

Olhou para o grupo de fantasmas.

Ela vai se afastando, na intenção de perguntar aos fantasmas da orquestra, onde Magnus está, mas é interrompida.

— Onde pensa que vai?

" Droga! Robert não desiste."

Ayla se virou devagar. Ela percorreu o rosto bonito de Robert até se concentrar nos olhos dele. Engoliu em seco. Sexy era pouco para ele.

Na tentativa ( também) de se afastar dele, explicou:

— Vou falar com o pessoal da orquestra rapidinho...

— E perder nossa primeira dança? Venha! Juro que não vou pisar em seu pé.

“Por que ele tem um sorriso tão irresistível? Ayla se sente amolecer por dentro. “ Só um pouquinho não faz mal.’

—Espero que não esteja fazendo propaganda enganosa. — Disse, enquanto se deixa ser levada para a pista de dança.

Ele a puxou para si. Encosta o seu rosto próximo ao ouvido dela e disse com voz rouca:

— Você vai se sentir nas nuvens!

Ela fecha os olhos encostando-se nele. Deixa-se levar pelo parceiro de dança e aspira o seu perfume. É inacreditável que em pouquíssimo tempo, está se apaixonando descaradamente... Pelo mesmo homem...Seu querido príncipe!

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