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A Dama Do Tempo

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Diferenças

(Para começo de conversa, fique esperto e não deixe a "peteca cair." Aguente firme. H.S. )

Robert reconhece as vozes e fica chateado.

" Boa hora para Othan e Tony aparecerem."

— Quem são eles? São os seus amigos?— Ayla pergunta, percebendo a fisionomia contrariada do príncipe.

— Não diria meus amigos, mas são os caras que vieram comigo...

— Ah! — Foi o que Ayla conseguiu exclamar, frustrada.

Próximos dali, Tony, mesmo enjoado de procurar a saída, vira-se para Othan e diz ao avistar a biblioteca onde estavam Ayla e o príncipe:

— Olha, outra sala! Vamos lá!

Othan avalia a porta e não vê sentido entrar em mais um cômodo vazio.

— Para quê? Estou cansado de abrir portas e mais portas. O que nos interessa é encontrarmos a saída ou pelo menos o lugar que deixamos Lupan e Mac. Estou começando a achar que essa mansão não tem fim... Estranho.

— Já sei...—Tony pega o celular. — Vou ligar pra Mac.

Porém ele olha que não há sinal.

— Porcaria de lugar! Sem Internet.

Othan bufou.

— Vou matar essa família "mão de vaca"! Vamos!

Eles se afastam.

Dentro da biblioteca, Ayla, que já está com as emoções sob controle, resolve ficar "beeeem" afastada de Robert, e pergunta:

— Você não disse que queria encontrá- los? Eles estão indo embora...

Robert passa a mão no cabelo e ainda interessado em continuar os " amassos" com Ayla, diz:

— Daqui a pouco falo com eles!

E começa a se chegar mais para perto. Ayla levanta. O príncipe Robert do século XXI é muito sedutor, beija bem pra caramba e tem umas mãos que ... Pelos deuses! Mas quem ele é " agora"?

— Robert... Eu o conheci no passado, mas até até agora não sei nada sobre você no presente, então... Me conta: Quem é você?

Robert sente um balde de água fria, pondo fim no momento bom de momentos atrás. Não perdoaria Othan por empatar seu " sweet love".

Ele dá um suspiro para dar uma amenizada na mente "vazia de razão" e começa:

— Vou falar pra você...

Ele explicou sobre o coma há três anos atrás, o abrigo, o encontro com Othan e o que fazem para sobreviver.

Ayla fica chocada e zangada ao mesmo tempo.

— Vou matar aquela bruxa dos infernos! Você comeu o pão que o diabo amassou, meu príncipe! Eu lamento tanto!

Robert fica sem jeito.

— Não se preocupe! Hoje estou bem melhor... O que ganho dá pra me manter, mas a vida no crime não dá pra mim!

— Claro que não, por que você não nasceu para viver como marginal! Você é um príncipe! Tem um reino rico e vassalos a seus pés. Quando eu recuperar meus poderes, você vai ver.

Robert fica pensativo. De tanto ela afirmar que é príncipe já está acreditando nas palavras dela.

Mais uma vez, foca na mansão.

— Bem... Você sabe como podemos sair daqui, né?

— Sim, precisamos encontrar o dono da mansão o mais rápido possível, antes que...

Ela morde o lábio inferior, nervosa.

—Algum problema?

Ayla fala rapidamente:

— Ah, Robert, estamos numa grande enrascada. Tempo é ouro aqui neste lugar. Temos menos de três dias. Precisamos falar com eles antes que se transformem...

— Espera aí! Fale mais devagar! O que você está falando?

Ayla aponta para a tela em que a família Hust pousa de maneira bem séria.

— Precisamos encontrar uma maneira de sair daqui por causa deles! A família Hust não é o que você imagina... Eles na realidade, ficam assim!

Ayla aponta para a outra tela em que já estão transformados em krorobos.

Ele tenta interpretar a história fantasiosa de Ayla.

Ela percebe o olhar de descrédito dele, mas Robert fica em silêncio.

— Você não está acreditando em mim, né?

Ele fica preocupado. Não quer que ela desabe em lágrimas novamente. Tenta amenizar:

— Bom... Eu não disse isso.

— Mas nem precisa dizer que não acredita... Posso olhar o seu jeito ...

— Ayla, benzinho...

Dessa vez ela não ia se preocupar com as consequências. Pegou o capuz e em tom vitorioso, disse:

— Então veja!

Ela põe o capuz na cabeça.

Diante de um Robert de olhos assustados, ela desaparece. A reação é chocante e ele se encolhe no sofá.

— Aí, que merda! Que truque é esse?

Segundos depois ele sente uma dor no meio da canela.

— Uiii!

Ela dá uma risada e ele não sabe onde ela está. Continua invisível.

— Para de brincadeira! Você trabalha num circo???

— Fiz isso pra que acreditasse uma vez por todas em mim... Não sou humana!

Robert fica mais assustado ainda.

— V-você é um...Fan..Fantasma? Acabei de beijar uma assombração?

Ayla riu com vontade:

— Não, querido! Não sou uma assombração... Mas já que está com medo mesmo, vou continuar...Eu sou uma E.T.?

Robert ficou pasmo. Não sabe o que é pior: ter beijado um fantasma ou uma E. T.

Se ele está vivendo um pesadelo, já está na hora de acordar.

Ayla é linda e maluca. É isso.

— Agora você forçou! Não existe E.T. tá?

Ela retira o capuz e aparece. Novamente os olhos cheios de lágrimas. Que droga! Novamente a ofendeu.

É bom se convencer que Ayla não é humana e ponto final.

Ele se levanta do sofá e se aproxima. Não muito. Ainda continua assustado.

— Tá certo! Vou confiar nas suas palavras!

Ela revirou os olhos, chateadíssima.

Ele continua:

— Não me importo se você não for humana...

O que tem namorar com alguém diferente? É como se estivesse numa daquelas histórias românticas de vampiro ou lobisomem. Pode ser moda e ele não está sabendo. Então, deve logo assumir a estranha situação.

— Mas me conta uma coisa, Ayla...

— O quê?

— Você disse que somos namorados e gostaria de saber se podemos continuar nosso relacionamento...

— Não tenho a intenção de terminar...Mas você está tão diferente, nem lembra de mim...

— É que estou tentando me acostumar... Logo vai ser tranquilo... Só que estou com uma tremenda dúvida!

— Sério? E o que é?

— Entre mim e você já rolou... "Sexo"?

Ayla arregalou os olhos

— Oh! O príncipe Robert jamais falaria desse jeito!

Ele se defende:

— Mas o príncipe não sou eu?! É normal entre os namorados de hoje...Estamos no século XXI.

— Abominação de século!