O grande dia finalmente havia chegado. Helena, com apenas 20 anos, estava prestes a enfrentar o maior teste de sua vida. Era o momento da verdade, a sessão de fotos que poderia determinar se ela seria ou não chamada para entrar no mundo da moda. O nervosismo estava evidente, especialmente porque sabia que sua aparência não se encaixava nos padrões convencionais: cabelos castanhos claros, olhos que não eram os esperados para uma modelo.
Ela mal podia acreditar no pedido de casamento de Nicolas na noite anterior. Ele havia lhe feito a pergunta mais importante de sua vida, e com um sorriso tímido, ela dissera "sim". No entanto, no fundo, o que a deixava mais ansiosa não era o compromisso com ele, mas o que aconteceria no dia seguinte.
O momento foi especial para Nicolas, pois ela foi seu primeiro amor, sua primeira mulher. Ele se sentiu imensamente grato e feliz por ela ter aceitado o pedido de casamento. Pensava consigo mesmo, aliviado e emocionado, que finalmente algo bom acontecia em sua vida.
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Chegando ao estúdio para a sessão de fotos, a tensão aumentou ainda mais. No entanto, quando ela entrou no espaço, seus olhos se encontraram com o fotógrafo – Henry. Ele a observou com um olhar atento, analisando sua aparência e, por um instante, parecia perdido na observação de suas feições. Ele sabia o que estava em jogo.
"Helena, não é?", o maquiador a chamou pelo nome, e foi quando Henry notou a aliança em seu dedo, mas não disse nada. Ele se aproximou dela com um sorriso suave e começou a ajustar sua câmera.
"Você tem uma beleza única", comentou Henry, ajustando a lente. "Eu realmente acredito que se você deixar seus cabelos naturais, pode se encaixar perfeitamente. Acho que posso convencer os diretores a te chamarem. Que tal tentar?"
Ela sorriu, surpresa com a confiança dele. "Você acha mesmo?" Ela hesitou por um momento, mas o incentivo dele era o que ela precisava naquele momento. "Vou seguir o que você sugerir."
Enquanto ele ajustava o foco da câmera, a conversa fluiu com naturalidade. Henry, curioso sobre a aliança que ela usava, perguntou de forma casual:
"Você está em um relacionamento sério, não é? Vejo a aliança."
Helena, com um sorriso tímido, respondeu: "Sim, estou noiva. Mas não é nada que eu não consiga equilibrar."
Os dois continuaram a conversa com uma facilidade impressionante. Henry se encantou não só pela beleza de Helena, mas pela maneira como ela conversava. Ele não podia negar o quanto a voz dela era doce, e o quanto sua personalidade irradiava uma leveza que ele nunca havia experimentado antes.
"Você tem uma voz incrível, Helena", ele disse com um sorriso. "Eu nunca conheci alguém com uma voz tão suave, tão encantadora."
A conversa continuou de forma descontraída, como se se conhecessem há muito tempo. Quando o ensaio terminou, Henry, impulsivo e sentindo uma conexão inesperada, se aproximou e, sem pensar, a beijou suavemente nos lábios.
Helena ficou surpresa, mas não o impediu. O beijo foi breve, mas carregado de uma intensidade que ambos sentiram. Quando se afastaram, Henry parecia desconcertado com o que acabara de acontecer.
"Desculpe, Helena", disse ele, sua voz carregada de arrependimento. "Eu... não sei o que aconteceu. Isso foi impróprio."
Helena, ainda atônita, olhou para ele, buscando palavras para expressar o que sentia. "Não... tudo bem. Eu só... não esperava."
Henry, constrangido, deu um passo atrás, murmurando um "vou embora agora". Ele então se afastou, deixando Helena em um turbilhão de emoções. Ela sentiu um misto de confusão e inquietação, mas, por dentro, sabia que essa era uma experiência que mudaria a sua vida de forma irreversível.
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Henry chegando em casa:
Ao chegar em casa, Henry se sentiu ainda agitado com o que havia acontecido. O beijo de Helena ficou martelando em sua cabeça, e ele sabia que precisava se controlar. Assim que entrou na casa, colocou as chaves no hall de entrada e tirou o casaco, sentindo o peso da decisão que tomaria: não poderia contar a Camille sobre o que acontecera.
Camille estava na cozinha, mexendo em uma panela, aparentemente despreocupada. Quando Henry entrou, ela olhou para ele e sorriu, como se o dia tivesse sido normal.
"Oi, amor, como foi no trabalho hoje? Chegou bem?" perguntou Camille, com uma voz doce e acolhedora.
Henry forçou um sorriso, tentando parecer calmo. "Oi, sim, foi tranquilo. Só... um dia longo", disse ele, entrando na cozinha e se aproximando dela.
Camille notou que Henry estava mais quieto do que o usual, mas preferiu não questionar naquele momento. Ela sabia que, às vezes, ele ficava introspectivo por conta de seu trabalho, então não queria pressioná-lo.
"Bom, espero que tenha sido produtivo, então", disse ela, com um tom suave. "O que você acha de jantar logo? Preparei algo especial para nós."
Henry não queria parecer distante, então se aproximou de Camille e a beijou na testa, tentando manter a aparência de normalidade. "Claro, estou morrendo de fome", respondeu ele, tentando esconder a inquietação.
Ela o observou atentamente, mas não insistiu. "Bom, então vamos aproveitar a noite. Eu te amo, Henry", disse ela, com um sorriso doce.
Henry sorriu de volta, mas a preocupação continuava em sua mente. "Eu também te amo, Camille", disse ele, sentindo um peso no peito. Ele sabia que, de alguma forma, precisaria lidar com o que havia acontecido com Helena mais tarde, mas por enquanto, optou por não falar sobre isso. Ele precisava de tempo para entender o que aquilo significava.
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Helena chegando em casa:
Helena entrou em seu apartamento com a mente ainda cheia de pensamentos conflitantes. O beijo com Henry tinha sido inesperado, e, apesar de se sentir atraída, ela não sabia exatamente o que isso significava. Ao entrar na sala, viu Nicolas sentado no sofá, com um sorriso no rosto, como sempre. Ele parecia tranquilo, sem saber o que se passava na mente dela.
"Oi, meu amor. Como foi a sessão de fotos?" ele perguntou, com a mesma gentileza de sempre.
Helena respirou fundo, tentando esconder o que sentia. "Foi ótimo, na verdade. Tirei as fotos e o fotógrafo me deu algumas dicas sobre o meu visual", disse ela, tentando soar natural, mesmo com o turbilhão de emoções.
Nicolas, sempre carinhoso, sorriu. "Que bom! Você é linda do jeito que é, Helena. Eu sei que vai dar certo."
Ela forçou um sorriso, mas a lembrança do beijo com Henry ainda estava fresca em sua mente. Não queria contar a Nicolas, ainda não. Não sabia nem como explicar a atração que sentira.
"Eu vou seguir as dicas dele, acho que isso pode abrir novas portas para mim", disse ela, tentando desviar a conversa.
"Com certeza, você vai arrasar", respondeu Nicolas, abraçando-a. "Eu confio muito em você."
Helena fechou os olhos por um momento, apreciando o abraço, mas a dúvida ainda pairava em seu coração. O que significava aquele beijo com Henry? E como isso impactaria seu relacionamento com Nicolas?
Ela não sabia a resposta, mas naquele momento, ela precisava de tempo para digerir tudo. "Obrigada, Nicolas. Eu te amo", disse ela, apertando-o mais forte.
"Eu também te amo", respondeu ele, sem saber que algo estava mudando dentro dela.
Helena e Henry começam a sair:
Após o encontro inesperado entre Helena e Henry, uma conexão secreta começou a se formar entre eles. Ambos se viam com frequência, inicialmente por causa das sessões de fotos e compromissos profissionais, mas logo começaram a se encontrar fora do ambiente de trabalho. Henry sentia uma atração crescente por Helena, e ela, apesar de seus sentimentos conflitantes, começou a se sentir à vontade com ele.
Durante os primeiros dias, os encontros eram casuais, apenas conversas sobre carreira e sonhos pessoais. Henry gostava de ouvir Helena falar sobre seus desafios no mundo da moda, e ela, por sua vez, se sentia encantada pela maneira como ele a compreendia, sem julgamentos.
No entanto, com o passar dos dias, as conversas começaram a se aprofundar, tocando em temas mais pessoais. Eles começaram a se encontrar em cafés tranquilos, caminhadas no parque e, eventualmente, até a sair para jantares em lugares mais íntimos.
Uma tarde, enquanto caminhavam pela praia, Henry pegou a mão de Helena. Ela o olhou surpresa, mas não afastou a mão. Sentiu uma mistura de excitação e culpa, mas a química entre os dois era inegável. Eles estavam se aproximando cada vez mais, e as emoções estavam se tornando cada vez mais intensas.
"Helena...", Henry começou, com a voz suave. "Eu sei que isso pode parecer... complicado, mas não posso mais negar que gosto muito de você. Você é uma pessoa incrível, e eu sinto algo aqui."
Helena o olhou, sentindo seu coração bater mais rápido. "Henry, eu também sinto algo por você. Mas..." Ela hesitou, sabendo que seu relacionamento com Nicolas era importante. "Eu não sei se posso fazer isso, ele é meu namorado."
Henry a olhou com sinceridade. "Eu entendo, mas acho que o que estamos vivendo é real. E se você quiser, podemos dar um passo atrás, ou apenas seguir em frente e ver onde isso nos leva."
Ela pensou por um momento, ainda dividida entre o que sentia por Henry e o compromisso com Nicolas. No final, ela decidiu se entregar àquilo que estava sentindo, pelo menos por enquanto.
"Vamos ver onde isso nos leva", ela disse, sorrindo levemente.
Assim, os dois continuaram a se encontrar secretamente, desfrutando da companhia um do outro enquanto mantinham suas vidas normais com os respectivos parceiros. Por 2 anos, a relação entre Henry e Helena cresceu, com encontros furtivos e momentos compartilhados longe dos olhos de todos.
O momento da descoberta de Nicolas:
A situação continuou dessa forma até que, um dia, Nicolas começou a perceber algo diferente. Ele sempre confiou em Helena, mas ultimamente, ela parecia mais distante, com menos tempo para ele e mais distraída. Quando ele decidiu ir até o café onde ela estava, de surpresa, encontrou Helena e Henry saindo juntos, rindo e conversando de uma forma que ele nunca tinha visto antes.
O choque foi imediato. Nicolas parou na porta, observando-os por um momento, tentando entender o que estava acontecendo. Foi como se o mundo tivesse parado de girar. Ele nunca imaginou que Helena poderia trai-lo, mas as evidências estavam ali, claras.
Quando Helena o viu, seu rosto ficou pálido. Ela sabia que o segredo estava prestes a ser revelado. Henry olhou para Nicolas e, com um gesto de surpresa, tentou se afastar discretamente.
"Nicolas..." Helena começou, sua voz trêmula. "Eu posso explicar."
Nicolas a interrompeu, sua expressão misturando dor e raiva. "Não, Helena. Eu te vi. Não há nada a ser explicado." Ele olhou para Henry com um olhar frio. "Você... de todos os homens, você?"
"Eu sinto muito", Henry disse, olhando para Nicolas com uma mistura de arrependimento e vergonha. "Eu não queria que isso acontecesse assim cara, mas... os sentimentos simplesmente surgiram."
"Sentimentos?", Nicolas repetiu, com um sorriso amargo. "Isso é o que você chama de sentimentos? Trair alguém que confiou sempre em você em Helena?"
Helena tentou se aproximar dele, mas ele deu um passo atrás. "Não se aproxime, Helena. Não depois do que você fez."
depois daquele dia Henry volta pra casa e conta a verdade para Camille.
Camille descobrindo a verdade:
Enquanto isso, Henry sabia que não poderia esconder isso por muito mais tempo de Camille. Ele a amava e não queria que ela soubesse pela boca de outra pessoa. Depois de semanas de sofrimento, ele decidiu finalmente contar a verdade.
Camille estava em casa, sentada no sofá, quando Henry entrou na sala, visivelmente abatido. Ela olhou para ele, curiosa, e perguntou: "O que aconteceu, Henry? Você parece distante tá estranho ultimamente."
Ele respirou fundo e sentou-se ao lado dela. "Camille, eu preciso te contar algo. Algo que... aconteceu, e não posso mais esconder."
Camille olhou para ele com preocupação, sentindo uma pressão no peito. "O que foi?"
"Eu... eu não fui fiel a você", Henry disse, as palavras pesadas saindo de sua boca. "Com Helena... nós começamos a nos ver, e agora, as coisas saíram de controle. Eu me envolvi com ela, e isso foi um erro."
Camille olhou para ele em silêncio por um longo momento. A dor nos olhos dela era visível, e ela tentou manter a compostura. "Você... me traiu, Henry?"
"Sim", ele respondeu, com a voz cheia de culpa. "E eu sinto muito, mais do que você pode imaginar. Eu não queria fazer isso, não queria machucar você."
Camille sentiu uma onda de tristeza e raiva tomar conta dela. "Eu não sei o que dizer, Henry. Isso me destrói."
Ela se levantou, tentando conter as lágrimas. "Eu preciso de um tempo para pensar. Não sei o que fazer agora."
Henry ficou em silêncio, assistindo enquanto ela saía da sala, sabendo que havia quebrado a confiança dela de uma maneira irreparável.
Camille nunca imaginou que seu relacionamento com Henry chegaria a esse ponto. Ela sempre o viu como seu porto seguro, alguém em quem confiava profundamente. Mas, ao descobrir a traição, seu mundo desabou de uma maneira que ela nunca havia experimentado.
Com o coração partido e a sensação de perda esmagadora, Camille sabia que não poderia mais ficar na casa de Henry. O lugar que antes fora seu refúgio agora a lembrava da dor e da decepção. Ela reuniu suas coisas com rapidez, sem olhar para trás, como se aquele fosse o único modo de escapar da angústia que a consumia.
Com apenas 17 anos, Camille sentiu o peso da traição de Henry sobre seus ombros. As lágrimas eram constantes, e ela não conseguia entender como tudo aquilo tinha acontecido. Seu coração ainda doía, mas ela tomou uma decisão drástica: iria para a Itália. Seu irmão estava lá, e ela precisava de distância, de um novo começo, de um lugar onde pudesse se reconstituir.
Sem avisar a ninguém, Camille comprou a passagem e partiu para o país europeu. Chegando à Itália, ela foi recebida pelo irmão, que, embora preocupado com o estado emocional dela, estava feliz em tê-la por perto. A mudança foi um alívio temporário para Camille, que precisava de um respiro, longe das lembranças dolorosas de Henry e da vida que ela havia conhecido.
Dois anos na Itália:
Durante os dois anos em que passou na Itália, Camille se permitiu curar. Ela se dedicou a estudar, aprender a língua e se envolver com a cultura local. Tentou preencher o vazio emocional com novas experiências, mas a verdade era que ela sentia falta de casa, do seu país, da sua família... e de sua antiga vida.
A cada dia que passava, Camille se encontrava mais forte, mais independente. A dor da traição ainda estava presente, mas ela aprendeu a lidar com isso, a entender que sua felicidade não dependia de ninguém além dela mesma. Com o tempo, ela foi redescobrindo seus próprios desejos e objetivos, criando uma nova identidade para si.
O apoio do irmão foi crucial para ela. Ele a ajudou a perceber que, embora o amor de Henry tenha sido importante, ela não precisava dele para ser feliz. O foco de Camille se deslocou para suas próprias ambições, e ela começou a sonhar com uma carreira na moda, no design e até mesmo na psicologia, algo que ela sempre quis, mas nunca teve coragem de perseguir.
No entanto, mesmo com essa nova vida e novos horizontes, o pensamento de Henry ainda assombrava seus momentos de silêncio. Havia noites em que ela acordava, com o coração apertado, lembrando-se de tudo o que havia acontecido, de todas as promessas quebradas. Ela se perguntava se um dia conseguiria perdoá-lo, se ele sequer se arrependeria de tudo o que fez.
O Retorno ao Brasil:
Aos 19 anos, Camille sentiu que estava pronta para voltar ao Brasil. Ela havia crescido tanto durante esses dois anos longe, mas sabia que precisava retornar ao seu país, perto da sua família e das pessoas que realmente importavam para ela.
Quando ela chegou de volta ao Brasil, ainda carregava a bagagem da traição, mas agora ela estava mais forte, mais decidida a seguir em frente. Ela não sabia o que o futuro reservava, mas sabia que não iria mais permitir que ninguém a ferisse da mesma forma. Ela estava pronta para recomeçar, para construir sua vida por conta própria, sem depender de nenhum homem ou relacionamento.
Após quatro anos, Nicolas, agora com 24 anos, se transformou em alguém muito diferente do homem que um dia foi cheio de sonhos e esperanças. A traição de Helena o afetou profundamente e, sem saber como lidar com a dor, ele se entregou ao álcool, buscando algum alívio para a tristeza que nunca o deixou. Ele passou a ser uma pessoa fria, incapaz de sorrir, de se conectar com outros de forma genuína. Seu coração estava guardado, como se um muro invisível o separasse do mundo.
No período em que ainda estava no exército, Nicolas foi traído por duas pessoas importantes em sua vida, o que aumentou sua desconfiança e amargura. Ele se distanciou de qualquer tipo de relacionamento, sem querer mais se expor emocionalmente. O sonho de uma vida ao lado de alguém especial parecia distante e impossível.
Entretanto, a vida começou a tomar novos rumos. Ele tomou a decisão de deixar o exército e ingressar na Polícia Federal, uma carreira que sempre o atraiu, dada sua necessidade de controlar sua vida e lutar por um propósito maior. Com essa mudança, Nicolas foi capaz de comprar sua própria casa, um espaço onde ele poderia finalmente viver de acordo com suas regras. Sua casa se tornou seu refúgio, e seus dois pitbulls, um preto e um marrom, passaram a ser sua companhia constante. Ele os via como seus únicos amigos verdadeiros.
Apesar de sua solidão, Nicolas começou a se abrir mais para os amigos, que passaram a morar com ele, oferecendo uma sensação de apoio e camaradagem que ele ainda tentava entender. Mas, por dentro, ele continuava uma casca dura e fechada, com o coração marcado pela perda de Helena. Mesmo sendo rodeado de pessoas, ele nunca mais foi o homem apaixonado e cheio de vida que já fora.
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Atualizado até capítulo 21
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