A Imperatriz Feia
Olá, sou Marcus Ferrer, tenho 20 anos, meço um metro e oitenta, sou loiro de olhos verde-esmeralda e pele branca, vivo na Cidade do Vale. Meu pai, Alberto Ferrer, e minha mãe, Catalina de Ferrer, trabalharam muito duro para estar onde estão agora: são donos de hotéis, restaurantes e sócios de uma construtora. Eu estou me preparando muito para assumir os negócios da família no futuro. Já estou na universidade, mas não porque preciso. Na verdade, já tenho três diplomas e estou para concluir um quarto curso. Me formei na universidade aos 15 anos para cursar administração de empresas e fiz pós-graduação na mesma área.
Depois, estudei engenharia e, em seguida, direito, e agora estou terminando química. O que posso dizer? Tenho uma mente brilhante, como quem diz: inteligência profunda! Além disso, estou fazendo um curso de cosmetologia e outro de culinária. Sou apaixonado por comida e beleza, por fazer pratos exóticos, assim como perfumes, cremes e cosméticos. Sou eu quem cuida para que minha mãe não tenha rugas e, deixem-me dizer, ela é uma das mulheres mais bonitas da cidade. Apesar da idade, está muito bem conservada, pelo menos é o que todos dizem. Eu também a maquilho, mas esse é o nosso segredo, meu pai não pode saber. Ele acha que ser gay é a pior coisa que pode acontecer a um homem. Pois é, eu sou gay. Essa queda pelos do meu mesmo sexo surgiu desde que me lembro. Minha mãe diz para eu fazer o que meu coração mandar, mas não quero decepcionar meu pai. Desde pequeno, sentia que não me interessava pelas brincadeiras de meninos, então só brincava com meninas. Quando cresci, sentia que era uma mulher presa no corpo de um homem.
Depois, ficou tudo muito estranho. Não sabia mais como conviver com nenhum dos dois sexos, então me isolei. Para extravasar minha frustração, nas horas vagas, me dedicava ao boxe, ao karatê e à academia. Não é por me gabar, mas tenho um corpo de parar o trânsito, graças a tanto exercício, o que, somado ao fato de eu ser o herdeiro mais cobiçado da cidade, faz com que as garotas fiquem em cima de mim como moscas no mel, o que é bastante irritante. O bom é que tenho minha melhor amiga e confidente, Elena Cortes. Ela é a responsável por tirá-las de cima de mim e eu faço o mesmo por ela, já que é uma garota muito linda, de pele bronzeada, cabelos negros como azeviche e olhos azul-celeste, filha do segundo empresário mais rico da cidade, porque o primeiro é o meu pai.
A família Cortes, os pais da Elena, são donos da construtora de maior prestígio da cidade, além de serem os melhores amigos dos meus pais. Isso faz com que os garotos estejam atrás dela, mas o que eles não sabem é que nós dois compartilhamos o mesmo segredo: eu gosto de homens, enquanto ela gosta de mulheres.
Elena e eu nos tornamos inseparáveis desde pequenos, além de confidentes, porque tínhamos gostos parecidos. Na verdade, já temos tudo planejado para o nosso futuro: quando eu fizer 25 anos, vamos nos casar para podermos nos ajudar mutuamente e não precisarmos revelar nossas fraquezas.
Marcus chegou em casa um pouco cansado, mas, no momento em que viu sua amiga, todo o cansaço se dissipou. Elena, assim que viu o amigo, correu em sua direção, muito efusiva, e o abraçou.
— Amigo, que alegria te ver por aqui! — disse Marcus.
— É mesmo... Se eu não te visitar, você não se lembra de mim! Além disso, tenho um presente para você! — disse Elena, com um sorriso radiante.
— Ah, é? E o que é?
— Como eu sei que você adora romances, trouxe um para você aproveitar e para você ver como eu sou uma boa amiga — disse ela.
— Ha ha ha. Quem te deu?
— Estava me esquecendo de que você me conhece tão bem! — disse ela, com a cabeça baixa, brincando com as mãos. — Mas, em minha defesa, pensei em você quando me deram, em vez de me livrar dele.
— Ha ha ha. Pelo menos você é sincera. Está bem, pode me dar, eu leio mais tarde.
Assim, os amigos ficaram curtindo a tarde toda até que Elena se despediu e foi para casa, enquanto Marcus tomou um banho para, em seguida, colocar uma roupa confortável e se deitar para dormir.
Uma vez na cama, ele não conseguia dormir e se lembrou do romance que sua amiga havia lhe dado. Acendeu a luz do quarto, pegou o livro na mesa de cabeceira e começou a ler. O título era: "A Imperatriz Feia".
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Atualizado até capítulo 67
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