Capítulo 7

...Emiliano...

... ...

“Que diabos você está fazendo na minha casa?!” gritei.

Não havia palavras para descrever a intensa raiva que fervia dentro de mim. Ver o Marcos era algo que eu nunca gostei, desde que éramos crianças. Marcos tirou minha felicidade de mim, ele e sua mãe obcecada por dinheiro.

Nunca odiei alguém como odeio o Marcos.

“Relaxa, irmão... Não esquece que aqui também é meu lugar, e posso entrar e sair quando quiser”, disse o Marcos com sua voz calma e controlada de sempre, aumentando ainda mais a raiva dentro de mim.

“Você não tem lugar aqui! Sai, Marcos, pare de testar minha paciência.” Minha pegada em Rebecca se apertou.

“Ai, você está me machucando.” Rebecca disse atrás de mim.

Virei-me e percebi que minha mão esquerda estava em torno de seu pulso, quando foi que eu a segurei? E por quê?

“Vamos lá, Emiliano, solta ela.” Marcos disse.

Virei bruscamente minha cabeça na direção dele e lancei o olhar mais sinistro que consegui.

“O que você quer, Marcos?”

“Solta ela, ela não tem nada a ver com isso, você não pode simplesmente segurar ela desse jeito”

“Isso não é da sua conta, Marcos.”

Marcos sorriu debochado.

“Nós dois sabemos que é sim, nós dois sabemos por que você está fazendo isso. Vamos lá, deixe a Becca em paz, amadureça e supere, ok?"

“Emiliano, você está me machucando.” Rebecca disse novamente, tentando soltar meus dedos e contorcendo o braço dentro da minha mão.

“Apenas cale a boca!” eu disse a ela e me virei para Marcos novamente.

“Não vou dizer isso de novo.”

“Tudo bem, eu vou embora”, ele sorriu de canto para mim e se virou para Rebecca. “Nos vemos em outra ocasião, Rebecca.” Ele piscou para ela e saiu da mansão.

Olhei para Rebecca e a vi corando com o gesto irritante de Marcos em direção a ela.

Se ao menos ela soubesse...

...Rebecca...

... ...

Senti o calor subir até minhas bochechas.

A forma possessiva como Emiliano segurava meu pulso me fez querer corar. Por que isso, dentre todas as possibilidades do mundo, me fazia corar? Tentei lutar contra o calor que subia até minhas bochechas, mas era impossível – aquele pequeno gesto dele estava me deixando louca.

O que você está pensando, Becca?

Você deveria odiar esse cara, não corar por causa dele. Você tem um namorado, um namorado que está preocupado pra caramba com você, organize seus pensamentos!

Emiliano é um homem bonito e muito malvado! Muito malvado!

Ele me puxou para frente, me fazendo tropeçar atrás dele, seus passos rápidos imprimiam um ritmo brutal.

“Para onde você está me levando?! Me solta!”

Subimos as escadas, eu tropeçava de vez em quando, mas ele não se importava, só continuava me puxando, com aquela pegada forte ainda em meu pulso.

Finalmente chegamos ao topo das escadas, ele abriu uma porta desconhecida e me jogou para dentro, ele entrou também e bateu a porta atrás de si. Sua respiração estava ofegante, havia um pouco de frustração misturada com raiva em seus olhos.

“Qual é o seu problema?” perguntei, massageando meu pulso machucado.

“Meu problema é que você nunca me ouve!”

O quê?

“O que eu fiz?” perguntei a ele.

Ele ficou quieto por um momento antes de dizer.

 “Olha, você não pode falar com o Marcos nunca mais, entendeu? Não quero nem que olhe pra ele, nem mesmo um olhar de relance.”

Fiquei chocada com o que ele disse.

“Não.” Disse simplesmente.

Ele me olhou com raiva.

“Você acabou de dizer não pra mim?”

Eu o encarei de volta.

“Parece que você está surdo”, meus lábios formaram um sorriso irônico, algo que raramente faço.

 “Sim, Emiliano... eu disse não pra vfaç, não vou te ouvir. Vou falar e ver quem eu quiser, e você não vai fazer absolutamente nada a respeito!”

De repente, ele agarrou um punhado do meu cabelo e me puxou para perto dele.

“Ah, droga, Emiliano! Você está me machucando!” Tentei me soltar do seu agarre, mas ele não cedeu, esse bastardo queria arrancar meu cabelo do couro cabeludo!

Meu corpo pressionado contra o dele.

 “Nunca se esqueça de uma coisa, Rebecca, você, tudo de você, é meu e eu odeio dividir o que é meu.”

Meu nome saiu de seus lábios como mel doce, fazendo meu corpo reagir estranhamente à nossa proximidade.

“Eu não sou propriedade de ninguém, entendeu? Não sou sua, então pare de dizer que me possui! Nunca pense que vou deixar você me reivindicar! Além disso, tenho um namorado.”

“Meu deus, você realmente acha que o Mario gosta de você? Você não quer saber o que ele está fazendo agora?”

“Solta meu cabelo, Emiliano!” Tentei me soltar de seu agarre, mas ele apertou mais.

 “Ahhh” Eu fiz uma careta... Sentindo meus olhos lacrimejarem um pouco.

“Cala a boca! Você acha que tudo isso é uma piada? Não quero te ver perto do Marcos!”

“E como eu disse, vou ver quem eu bem entender!” Retruquei com um grito na cara dele.

Ele parou por um segundo, apenas me encarando, e então, com um empurrão forte, me soltou, tropecei um pouco e quase caí, mas mantive o equilíbrio.

Ele virou as costas para mim e passou as mãos pelo cabelo.

Parei por um momento para observar o ambiente, parecia um escritório, com prateleiras cheias de livros e uma cadeira grande na frente de uma mesa longa e muito espaçosa.

Olhei para Emiliano novamente, ele ainda estava de costas para mim. Fiquei me perguntando no que ele estaria pensando.

...Emiliano...

Ela não era tão inocente como eu pensava.

Nem um pouquinho.

Essa vadia teve a coragem de praticamente me dizer que iria encontrar o Marcos, independentemente dos meus avisos.

O Marcos tinha o hábito de pegar tudo o que eu tinha. Sempre me fazia questionar por que ele nunca queria me ver feliz, por que sempre ia atrás das coisas que eu queria chamar de minhas.

Eu não me importo com a Rebecca, ou algo assim... Eu só me importo com uma pessoa, só amo uma pessoa e tenho certeza de que ninguém será capaz de ocupar o lugar dela.

E a Rebecca, ela só quer me desafiar de todas as formas possíveis... Vou ter que ensinar uma lição a ela, algo que a faça calar a boca quando eu gritar com ela. Mas o quê?

O que posso fazer para começar a punição dela? O que posso fazer para fazê-la entender que ela deve obedecer tudo o que disse a ela?

Virei para o lado dela, os olhos dela também estavam fixos em mim, a observei um pouco.

Ela é bonita, não há dúvida sobre isso. Seu longo cabelo preto era brilhante e macio, seus lábios cheios estavam em linha reta e seus olhos estavam cheios de desprezo. Era exatamente da mesma maneira... da mesma maneira que ela me olhava, da última vez que a vi.

Meu Deus, como sinto falta daquela mulher, como sonho com ela todas as noites, ela me proporcionava os sonhos mais felizes, eu sinto falta do toque dela, do cheiro dela, do sorriso, do rosto... Sinto falta de cada pequena coisa sobre ela.

Será que ela sente minha falta? Será que ela sente minha falta tanto quanto eu sinto a dela? Será que ela pensa em mim? Ela lembra das nossas memórias juntos? Será que ela se arrepende de ter me traído?

O que eu estava pensando? Como ela poderia se arrepender do que fez comigo? Como? Ela fez tudo sem nenhum remorso, ela me disse que estava comigo por causa dele! Ela me destruiu completamente!

Agora é hora de acertar as contas! É hora de eles pagarem pelo que fizeram comigo!

Desculpe, Rebecca, você está envolvida nessa merda tanto quanto qualquer um e ninguém pode me convencer do contrário.

A raiva corria nas minhas veias quando uma ideia surgiu na minha cabeça, meus olhos percorreram o corpo de Rebecca de cima a baixo.

Quando ela percebeu que eu estava encarando seu corpo, ela envolveu os braços ao redor de si mesma, meio envergonhada.

Um sorriso sinistro se formou nos meus lábios enquanto eu cruzava os braços e dizia:

“Tire a roupa”.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***