Capítulo 6

Dia 1

Não acho que consigo lidar com isso.

Então, esse foi o meu primeiro dia nessa mansão parecida com um castelo e adivinha? Estou cansada, com fome, triste e, principalmente, entediada!!!

Acordei em um quarto vazio, acho que Emiliano saiu para trabalhar bem cedo, então aqui estou eu, totalmente sozinha e morrendo de fome. Não que eu esteja sentindo falta daquele desgraçado - pelo que eu sei, eu ainda desejo a morte dele - sim, você me ouviu! Morte, aquele homem é muito cruel para viver nesse mundo.

Eu sabia que não havia como lutar contra isso, eu sabia que não havia como escapar tão facilmente de Emiliano, por isso tomei banho na banheira paradisíaca dele e troquei de roupa.

Mas eu ia me deixar passar fome? Quer dizer, é melhor eu me alimentar, certo? Se eu quero tornar a vida dele um inferno, eu preciso de forças.

Revirei os olhos.

Foda-se isso!

Abri a porta e saí do quarto de Emiliano, fui recebida pelo forte e doce aroma de sushi, meu prato japonês favorito! E bloqueada por dois homens de terno preto ajustado, me parando com seus olhares intimidadores.

"Relaxa - estou só com fome, quero comer na cozinha ou na mesa de jantar, tanto faz." falei baixinho.

Seus olhares suavizaram um pouco enquanto me deixavam passar.

Dei a eles olhares estranhos, seguindo meu caminho, esperançosamente em direção à cozinha, tudo o que fiz foi seguir o forte aroma adocicado e finalmente me deparei com uma visão adorável... A cozinha era enorme, bem mobiliada e bonita, as empregadas estavam por toda parte, preparando isso e fazendo aquilo.

Meus olhos procuravam por Greta, a mulher que me ajudou a desfazer as malas.

"Becca?"

Virei imediatamente e um sorriso se formou em meu rosto, “Greta." eu disse.

"Eu estava prestes a te chamar para o café da manhã... E aqui está você." Ela também sorriu.

“Odeio admitir, mas estou realmente faminta e preciso de comida agora mesmo.” Eu disse, quase soletrando cada palavra que saía dos meus lábios.

“Vamos lá, o seu prato já está pronto. O senhor Emiliano me disse para garantir que você comesse o suficiente, já que você recusou a comida ontem à noite.” Greta disse.

Quando chegamos à mesa de jantar, meus olhos saltaram para fora, a comida na mesa encheu meus olhos... Eu estava literalmente babando, a mesa estava perfeitamente posta e isso aumentou meu apetite. Imediatamente, me sentei na cadeira mais próxima e coloquei um monte de pratos diferentes no meu prato, mas acredite em mim, o sushi era o mais visível.

“Meu Deus, você não faz ideia de como estou com fome! Espera, o Emiliano realmente te disse isso?” perguntei, minha mente voltando repentinamente para o que ela disse antes.

“Sim.” Ela sorriu.

Então, ele não é tão ruim... Bom saber, talvez eu devesse remover a morte da – lista-de-coisas-maldosas-que-eu-queria-que-acontecessem-ao-Emiliano.

Sem mais delongas, mergulhei nas deliciosas iguarias à minha frente.

Eu sabia que isso era um truque baixo da minha parte, considerando o fato de que eu estava tão determinada antes, pronta para ficar com fome até conseguir minha liberdade, mas vamos lá, quem conseguiria fazer isso?

Eu amo comida, amo meus hábitos alimentares, por isso decidi que vou comer até ficar satisfeita.

Em Nova York, adorava cozinhar e comer. Minha mãe e eu gostávamos do nosso trabalho, porque era basicamente tudo o que tínhamos.

Meu pai nunca se preocupou em ligar para ver como eu estava me saindo, mas recebo mensagens da Andressa uma vez por semana, ela costuma me dizer que meu pai sente muito a minha falta.

Mas acredite em mim, se ele sentisse mesmo, teria ligado, não teria?

Tentei convencer minha mãe várias vezes a sair com alguém, mas não, ela não queria ouvir, minha maior suposição é que ela ainda amava muito meu pai e não estava pronta para seguir em frente. A Andressa me disse que meu pai também nunca se importou em seguir em frente.

Talvez ainda haja esperança para eles. Não é?

Por que estou pensando nisso de novo?

Depois de encher o prato e comer e beber várias vezes, fiquei satisfeita e finalmente revigorada.

A última vez que me senti assim foi quando o Mário preparou o café da manhã para mim, ele me surpreendeu no meu aniversário e fez o que ninguém nunca tinha feito por mim, eu o amava tanto e também sinto saudades dele, não consigo imaginar o quanto ele devia estar preocupado.

Eu sabia que o Mario se importava profundamente comigo, assim como eu me importo com ele. Éramos almas gêmeas, até mesmo uma vidente confirmou, eu realmente preciso encontrar um jeito de sair desta mansão, mesmo que não consiga fazer isso, terei que encontrar uma maneira de ligar para ele... Para contar sobre minha situação atual.

Mas acho que isso é absolutamente impossível agora.

“Obrigada, Greta. Nunca vou esquecer esse dia.” Eu disse a ela.

Tudo o que ela fez foi rir e pedir às outras empregadas para limparem a mesa, acho que ela era a chefe das empregadas ou algo assim.

Levantei-me e saí da sala de jantar em direção ao lugar onde eu achava que ficava a sala de estar. Essa casa era realmente enorme, até mesmo as escadas nessa casa eram enormes e luxuosamente decoradas.

Puxa vida.

Finalmente entrei na sala e sentei no sofá. Só de ficar ali sentada, parecia que eu não era bem-vinda, tudo era intimidador, guardas e trabalhadores aqui e ali lançavam olhares furtivos para mim.

Virei-me imediatamente, pulando do sofá só para ficar cara a cara com outro cara bonitão, seus olhos tinham a perfeita cor de verde esmeralda... o cara era extremamente bonito.

“Oi”, disse a ele.

“Você deve ser a Rebecca, estou certo?” ele perguntou com um sorriso radiante no rosto.

Engoli em seco.

 “Sim, mas pode me chamar de Becca, Rebecca é um pouco formal demais.”

Ele riu. “Não, acho que é encantador.”

Um calor subiu pelo meu rosto.

“Desculpe, mas quem é você?”

Ele estendeu a mão para um aperto de mãos, eu queria retribuir, mas imediatamente ele pegou minhas mãos nas suas e se curvou, beijando os nós dos meus dedos.

“Marcos”, ele disse.

Minha boca ficou seca com o gesto dele.

“Marcos, prazer em conhecê-lo."

Ele deu um sorriso encantador. “Sou amigo do Emiliano, ou melhor, inimigo íntimo, meio-irmão, coisas assim.”

“Ah, você é irmão dele...”

“Meio-irmão. Ouvi falar sobre você e sinto muito por tudo o que Emiliano fez com você. Estou aqui para consertar os erros dele, você não deveria ser responsabilizada por algo que não sabe nada a respeito”, disse Marcos.

Levantei as sobrancelhas confusa.

“Desculpe, não entendi. Estou perdida”, eu disse.

“Oh, você não sabe? Seu sobrenome é Lewis, certo?”

“Sim. Tem algo que eu deveria saber?”

“NÃO!”

Literalmente pulei com o som do grito de Emiliano, virei imediatamente para trás, para vê-lo encarando eu e Marcos, em seguida para nossas mãos que ainda estavam coladas uma na outra.

Imediatamente, tirei minhas mãos das de Marcos e engoli em seco.

O que ele estava fazendo em casa tão cedo? Por que ele voltou para casa?

Ele marchou rapidamente até mim e agarrou minhas mãos, puxando-me para longe de Marcos.

Eu estremeci quando Emiliano gritou novamente.

“Que diabos você está fazendo na minha casa?!”

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