Eu não desci para o jantar.
Como eu disse, eu não queria ficar a vontade e nem confortável naquela casa, então fiquei no quarto do Emiliano, em pé perto da janela, pensando no que a noite me reservava.
Como eu cheguei até aqui? Ontem mesmo estava com a minha mãe, agradecendo por me ajudar a fazer as malas...
Hoje de manhã eu estava imaginando qual ia ser a reação do meu pai quando me visse...
Nunca, nem em mil anos, eu imaginaria que acabaria na casa – quer dizer, castelo – de um completo estranho que parecia ser mais rico que o próprio diabo reencarnado na terra.
Suspirei, passando a mão pelo meu cabelo preto e grosso.
Depois das ameaças e de me ordenar que eu descesse para jantar, Emiliano saiu do quarto mas, sendo eu mesma, não ouvi, apenas o encarei em silêncio.
As palavras me abandonaram e meu corpo ainda reagia à maneira como ele falou comigo...
Meu corpo ainda reagia às palavras cruas e à proximidade dele, tão perto de mim.
Passei as mãos pelos meus braços, tentando me manter aquecida.
Como eu saio daqui? O Emiliano realmente vai me manter contra a minha vontade? Minha irmã vai ficar preocupada comigo? Minha mãe? Meu pai? Mario?
Eu vou poder ir ao casamento da Andressa? O casamento dela era para daqui a seis dias... Como vou poder comparecer?
Eu vou mesmo ficar aqui com o Emiliano? Por 14 dias?
Ele realmente vai fazer todas essas coisas comigo? Eu vou deixar?
Meu Deus, eu tenho que sair daqui! Eu tenho que sair desse inferno!
Mas como?
Tem guardas por toda parte! Nunca vou conseguir chegar às escadas! Quanto mais à porta da frente!
Roí minhas unhas enquanto caminhava lentamente de um lado para o outro.
Meu estômago roncou...
“Não! Não agora estômago! Você não pode ficar com fome! Temos que ter paciência, logo vamos sair daqui e eu vou te alimentar... eu prometo.”
Ah, não, isso não está acontecendo...
“Você costuma fazer isso sempre?” Uma voz ecoou atrás de mim.
Me virei para ver Emiliano em pé ao lado da cama, erguendo uma sobrancelha para mim. Quando foi que ele entrou?
“Que tipo de pergunta é essa?” perguntei.
“Você estava falando sozinha. Só queria saber se eu sequestrei uma psicopata...”
“Eu não sou uma psicopata. Sou normal... E não gosto que me chame assim!”
Ele suspirou e se moveu para outro canto do quarto, provavelmente para o closet.
“Por que você sempre precisa gritar?” Sua voz ecoou pelo quarto.
Fiquei me perguntando o que ele estava fazendo.
“Já considerou o fato de que é porque eu não quero estar aqui?”revidei, irritada.
Ele saiu do closet e tive que olhar duas vezes para ele para acreditar no que estava vendo... Ele estava usando calças de moletom pretas, com uma camiseta preta na mão direita. Ele estava sem camisa, e caramba, ele era lindo. Era como se o seu corpo fosse a mais perfeita entre todas as suas características masculinas!
Tentei parar de encarar, mas não consegui, ele era simplesmente bonito demais.
“Por que sinto que você está prestes a me estuprar?” A voz de Emiliano me tirou do transe.
Hã??
Olhei imediatamente para o lado, minhas bochechas queimando de vergonha.
“Ah, tudo bem... Você não precisa ficar envergonhada... Estou totalmente à sua disposição para tocar... Por 14 dias, somente. Nem todo mundo tem a oportunidade que você tem.” Ele disse.
“É mesmo? Não seja tão convencido.”
Seu rosto permaneceu indiferente.
“Tanto faz... Por que você não desceu para o jantar? Você me desobedeceu.”
“Bom, saiba que não vou comer nada até você me deixar ir embora.” Disse, cruzando os braços sobre o peito.
“Escute, Bambina. Eu odeio desobediência... Sempre há uma punição para isso. Uma fatal.” Sua voz ficou sombria e dura.
Engoli em seco.
“Não me importo... Sei que você está apenas blefando, caras como você não vão atrás de garotas como eu.” Disse.
“Isso mesmo, você na verdade não tem nada de especial para ser admirada.”
Senti a raiva me invadir com suas palavras.
“Então por que não me deixa ir embora?”
“Bem, talvez seja porque eu quero te mostrar o que acontece quando você mexe comigo. Ou talvez seja porque você teve coragem de me enfrentar em público. Ou ainda talvez seja porque eu tenho vontade de te manter aqui. Mas acredite, você pode ir embora se quiser... só saiba que se fizer isso, sua irmã nunca vai se casar, seu pai vai viver nas ruas, e você não terá o seu restaurante quando voltar.”
“Você é um canalha.”
“Eu sei.” Ele disse, caminhando até a cama, se cobrindo com as cobertas e franzindo a testa.
“Então, que tal ser uma boa garota e vir para a cama?”
“Nunca, jamais vou dormir na mesma cama com você!” Eu gritei.
“Pena que você não tem escolha. A não ser que você queira apenas ficar parada aí e eu vou começar a fazer algumas ligações, tenho certeza de que sua mãe conseguiria um novo lugar para morar até amanhã.” Ele ameaçou.
Esse canalha.
Com um suspiro alto, fui até a cama e me deitei debaixo do cobertor ao lado dele, me certificando de deixar espaço suficiente entre nós enquanto olhava para o teto com uma expressão irritada no rosto.
“Sabe, as mulheres se matariam para estar onde você está agora.” Ele disse.
“Bom, eu não sou elas.” Retruquei. “E por favor, nem por um segundo pense que você venceu, eu estou deitada aqui apenas porque você usou minha mãe para me ameaçar. Mas acredite, muito em breve, você vai se arrepender da sua decisão-“
De repente, ele estava em cima de mim. Lutei, mas ele era mais forte.
“Que diabos você está fazendo? Saia de cima de mim!!!”
“Cala a boca!” Sua mão apertou meu pulso enquanto ele tentava posicionar meus braços acima da minha cabeça e, logo eu fiquei cansada de lutar.
“Por favor... Por favor me deixa em paz.” Minha voz saiu suave e derrotada.
Ele ficou quieto por um tempo, apenas me encarando.
“Por que diabos você tem que ser tão teimosa? Eu esperava que você fosse uma garota tímida, com medo de falar... Mas aqui está você, falando como se estivesse no controle de toda a situação.”
Eu olhei fixamente.
“Desculpe estragar suas expectativas, mas eu não vou ficar parada e assistir você me provocar! Agora, estou te implorando para sair de cima de mim.” Eu disse, minha voz estava trêmula, mas ainda consegui parecer determinada.
Eu estava me sentindo bastante desconfortável com a nossa posição atual, meu corpo estava reagindo de forma estranha e eu não gostava nem um pouco disso... Nem um pouco!
“Agora você está me implorando para sair... Mas te dou três dias, para você me implorar para eu entrar.”
“Em seus sonhos.” Revidei.
“Não me irrite, Bambina, eu odeio a forma como você fala comigo.”
“Pois pode se preparar para ter mais disso, bonitão... Enquanto eu estiver aprisionada nesta casa, vou fazer da sua vida um inferno, vou fazer você se arrepender de ter me sequestrado! Eu vou... Vou transformar sua vida num inferno!!!! Você não faz ideia do que se meteu." Ameacei, embora soubesse que era impossível, mas ainda sei como frustrar as pessoas.
"Pode até achar que tem voz nisso tudo, mas eu te prometo, vou fazer você perder todas as suas palavras! Vou fazer você sofrer e implorar! Eu vou-"
"Blá blá blá, você já falou tudo isso antes." Zombei.
Ele literalmente rosnou.
"Não me provoque."
"Se eu não provocar, você vai me manter aqui por mais tempo. Se eu provocar, você vai se cansar de mim e me deixar ir embora."
"É isso que você pensa?"
"É o que eu sei." Sorri docemente para ele.
"Bem, acho que vou ter que dobrar sua punição! Se falar duramente comigo, retrucar ou até mesmo pensar em escapar, você ficará aqui por 30 dias! E não hesitarei em deixar sua mãe sem-teto e desempregada! O mesmo vale para seu pai e sua irmã!"
Engoli a resposta que estava na ponta da minha língua, mas não consegui segurar.
"Você é um demônio!" Eu disse entre os dentes.
Ele soltou um sorriso que parava o coração.
"Acredite em mim, sou muito pior."
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Atualizado até capítulo 45
Comments
Marcia Zuim
Porque esses homens não sabem conquistar uma mulher da firma correta. kkkkkk
2025-02-05
0
Alessandra Torres
kkk. ele é um vapiro kkk lê até amente
2025-01-27
0
leitora por amor
kķkkk, amando a atitude dela🤣🤣
2024-06-13
1