Capítulo 10

Meu coração parecia parar de bater quando ouvi a voz da minha mãe lá embaixo.

Meu Deus... eu esqueci! Ainda tem alguém para abrir a porta para o Ariel!

Abri a porta, pretendendo descer correndo para ultrapassar minha mãe e chegar à porta.

Mas ao chegar ao corredor, vi Ariel já de pé na sala de estar, conversando com minha mãe.

Eu baixei a cabeça para me esconder. Em seguida, fui furtivamente de volta para o meu quarto.

E tranquei a porta do meu quarto.

Ouvi minha mãe chamando meu nome do andar de baixo.

Não dei importância, tampei meus ouvidos. Enquanto rezava para que minha mãe permitisse que Ariel fosse embora, já que não estava respondendo ao chamado, então ela presumiria que eu já estava dormindo.

Se meu pai ainda estivesse vivo, com certeza ele expulsaria Ariel imediatamente, pois já era uma da madrugada, o que ele estava fazendo aqui tão tarde.

Mas...

Parece que minhas esperanças se foram, pois ouvi a risada de Ariel muito perto do meu quarto. Ele estava brincando com minha mãe, e pelo som de seus passos, ele já estava no segundo andar, perto do meu quarto.

Ah, sim, eu esqueci... esqueci novamente. Ariel é meu marido.

É claro que minha mãe o deixaria entrar.

Pode ser que até o deixem passar a noite aqui.

E se meus problemas forem levados por Ariel para viver com ele, minha mãe não terá o direito de proibir.

Terrível...

Esta também é a casa de Ariel.

— Mamãe, volte a dormir, amanhã de manhã o Ariel se encarrega do café da manhã. — Ainda consigo ouvir Ariel falando assim.

Então, bateram na porta do meu quarto.

— Ah... — eu suspiro.

— Claudia, abra — , se ouve a voz de Ariel do lado de fora.

Ele me chamou o quê? Por que ele me chama pelo nome que meu pai costumava falar?

— Claudia... se você não abrir, mamãe vai ficar desconfiada de como eu consigo dormir do lado de fora de uma porta. Ela vai sair contando para seus parentes, seus parentes vão contar para um advogado, a situação ficará complicada — ,

Oh meu Deus, ele está começando a ameaçar.

— Minha mãe nunca faria isso. — Murmuro.

— Sim, provavelmente ela diria 'não deve fazer isso nem mesmo com o próprio marido. Hehe', — consigo ouvir a risada maliciosa de Ariel em meus ouvidos.

Respiro fundo, esforçando-me ao máximo para controlar minha paciência.

Então eu me levanto e fico de pé.

Giro a chave, giro a maçaneta da porta.

O diabinho está na frente do meu quarto, olhando para mim com um sorriso sarcástico em seus lábios finos.

— O que você quer? — pergunto.

— Saudades — , ele responde.

Minhas pernas estão tremendo.

— Vá para a Davina — , digo fingindo estar irritada.

Embora eu esteja feliz, não sei porquê. Fico feliz quando ele sente minha falta.

— Meu relacionamento com Davina não é assim. —

— Todo mundo sabe o que vocês estão fazendo às escondidas, não finja ser santo, Ariel. —

— Quando estou com vontade, geralmente procuro outra pessoa. Brinco com colegas de escola perigosos, o que pode afetar seus pais. É melhor ficar com pessoas que não se conhecem. —

Eu me viro, — Você já foi ao médico? Quem sabe você não está me passando alguma doença. — Eu tento irritá-lo.

Mas ele ri. — Antes de me casar com você, meu pai me arrastou para fazer um check-up médico no hospital. —

— Seu pai ficou sabendo de sua vida, —

— Talvez ele também fosse assim quando jovem, quem sabe. — Ariel dá de ombros e coloca o capacete em cima da minha mesa, em seguida, tira sua jaqueta de couro e a pendura atrás da porta.

— Venha — , ele estende a mão para mim.

— Eu não sou uma de suas mulheres da noite, —

— Não. Desde que me casei, parei com isso. Espero que para sempre... —

Olho para ele com desconfiança, — O que você quer dizer com 'para sempre'? Para sempre se arrepender ou algo assim? —

E ele sorri novamente, — Depende do que você quer acreditar, — ele move os dedos, sinalizando para eu me aproximar novamente.

Instintivamente, mordo meu lábio.

Meu peito está apertado desde antes.

Fica ainda mais apertado quando encontro seu olhar penetrante em mim.

Finalmente, com uma respiração profunda para neutralizar meu estado corporal, eu aceito sua mão estendida.

Ele imediatamente me abraça, apertando sua mão atrás da minha cabeça, e mais uma vez, ele toca meus lábios com força.

Agora, ele abre minha boca e procura minha língua.

Eu nem me lembro mais onde estou.

**

Acordei na manhã seguinte um pouco tonta. O sol me acordou.

— Ah... — reclamo porque minhas costas doem em todos os lugares.

Lancei meu olhar em todas as direções e vi uma garrafa de água em cima da penteadeira.

Quem a colocou lá?

Mas minha garganta estava seca, então me esforcei para me mover e peguei o copo.

Logo depois, quase me engasguei.

Minha imagem refletida no espelho da penteadeira, pelado e com o cabelo bagunçado.

E meu peito... vermelho.

Minha cintura e minha barriga também.

Em seguida, minhas memórias começaram a voltar, da noite passada...

Eu arrepiei na hora.

Palavras sussurradas ecoaram em meus ouvidos.

Vire-se.

Você está bonita...

Oh meu Deus... isso é rosa.

Adorável...

De novo?

De novo...

Novamente...

Novamente...

— Louco! — eu esfreguei meu rosto. Eu realmente perdi a sanidade.

Com muito esforço, eu me levantei e consegui ver minha parte de trás. Minha bunda também estava vermelha, devido a um tapa da Ariel na noite passada.

— Só pode ser brincadeira... — eu resmunguei. E então, cambaleando, entrei no banheiro. Espero que não esteja ardendo quando eu for ao banheiro.

**

Eu inclinei minha cabeça quando encontrei a Ariel na cozinha.

Minha mãe estava sentada na mesa de jantar, com o celular na mão, mastigando algo em seu prato.

Minha mãe, com 46 anos, é dona de um salão de beleza próximo daqui. Então, sua aparência também é bem cuidada, bonita e radiante, com um corpo esguio em sua idade avançada. Tecnicamente, ela é minha madrasta, mas nosso relacionamento é muito bom. Como minha madrasta, ela cuida de mim, ao ponto de financiar meus estudos e corajosamente abrir o salão de beleza depois da morte do meu pai. Ela não é da família Ranggasadono, ela é apenas uma nora vítima da pressão familiar.

Então, quando ela ouviu que eu seria obrigada a casar, ela não pôde fazer muito porque sentia que não tinha o direito sobre mim.

— Está cozinhando, Ril? — eu franzi a testa, horrorizada ao ver Ariel virar a omelete sem usar uma espátula, apenas mexendo um pouco a frigideira, e acabou virando a omelete.

— Estreiando, Bu, — respondeu Ariel casualmente.

— Queimado? — perguntei.

— Convido o júri a provar — , murmurou Ariel enquanto colocava um prato com sanduíche na minha frente.

Franzi o cenho ao ver a generosa quantidade de carne dentro do pão branco: — Desde quando temos presunto tão grosso assim? —

— Acabei de comprar no mercado. —

— Desde quando você vai ao mercado? —

— Desde que o chamado para a oração tocou e você ainda estava dormindo, roncando de exaustão. —

Minha mãe começou a tossir e engasgar. Ela começou a gargalhar ao ouvir Ariel. — Te peguei! Eu disse que você ronca, Ariel! — exclamou minha mãe.

— Eu não ronco! —

— Ah, é? Então eu tenho o vídeo aqui! —

— Nãoaaa! — Eu roubei o celular do Ariel.

Procurei o vídeo.

E ele realmente me filmou!

Eu pretendia apagá-lo, mas fiquei paralisada ao assistir até o fim.

— Eu te amo... — sussurrou Ariel no final do vídeo, ele disse isso enquanto beijava minha testa.

Meus dedos começaram a tremer.

Então apaguei o vídeo.

Esse cara é um verdadeiro galanteador!

— Vamos comer primeiro, Bu Guru, logo iremos para Arghading — , sussurrou Ariel enquanto se sentava à nossa frente.

— Todos vão para Arghading? Querem ver Raden Arya? — Minha mãe nos olhou preocupada.

— A mãe pode ficar no salão, o fim de semana sempre é movimentado. — Eu disse.

— Mas o celular fica ligado, tá? Nunca se sabe se vamos precisar de ajuda — , disse Ariel, — Eu também já contei para o papai. —

Minha mãe suspirou profundamente e o expirou com tristeza.

— Eu ouvi várias histórias sobre Raden Arya... — murmurou minha mãe.

Eu e Ariel ouvíamos enquanto mastigávamos nosso sanduíche.

Por que parece tão gostoso?

É só um peixe seco dobrado em pão branco?

Olhei mais de perto e vi que ele colocou maionese dentro.

— Eu mesmo fiz a maionese — , sussurrou Ariel.

Eu olhei para ele com ainda mais surpresa.

Esse cara sempre me surpreende.

— O que você já ouviu sobre Raden Arya? — perguntou Ariel.

— Assim...'' Minha mãe endireitou-se em sua cadeira. — Dizem que na verdade foi o próprio Raden Arya quem planejou o sequestro, porque o tio Sasongko é o herdeiro legítimo. Raden Arya queria que toda a fortuna do avô Rangga caísse em suas mãos, não nas mãos de seu pai. Mas como o sequestrador acabou lutando contra ele, Raden Arya eliminou todos... Porque não faz sentido um ser humano conseguir eliminar sozinho tantas pessoas.''

Vamos encontrar alguém muito perigoso.

É melhor eu comer bastante primeiro.

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