Capítulo 2

— O que aconteceu agora? Droga!! Ele está possuído ou algo assim?! — exclamou Ariel, caminhando ao lado do advogado Sr. Rubens.

Eu os seguia por trás, abraçando meus braços que estavam gelados. Gelados de arrepiar.

— Tenha paciência, Sr. Ariel... — resmungou o Sr. Albert, enquanto enxugava a testa com um lenço. Seu corpo volumoso, envolto em um elegante terno, parecia caminhar com pressa, como se o tempo fosse dinheiro. — Temos relatórios do psiquiatra Sr. Rubens, mas não temos certeza se é apenas uma condição psicológica. Existem coisas que não podem ser medidas apenas racionalmente. —

— O que você quer dizer com isso? —

O Sr. Jason, o outro advogado, mais jovem e arrumado, abriu uma das portas e nos convidou a entrar. O quarto estava arrumado como um quarto de lua de mel.

Ele se sentou em um dos sofás, mantendo as costas retas e nos encarando com tensão.

Recusamos a sentar.

Porque quando as coisas não fazem sentido, é mais fácil fugir estando em pé.

— Bem... —

— Nosso foco no momento é a saúde mental do Sr. Rubens, que piorou após a morte do Sr. Rejo. Ele está deprimido, como se tivesse perdido metade de sua alma. Vocês sabem que eles sempre estavam juntos, a ponto de causar ciúmes até em suas respectivas esposas. O Sr. Rubens não chorou quando sua esposa morreu, mas quando o Sr. Rejo faleceu, ele pareceu ter perdido o rumo. —

— O Sr. Rubens começou a agir como o Sr. Rejo. As pessoas dizem que ele está possuído pelo espírito do Sr. Rejo, mas o diagnóstico do psiquiatra é... Transtorno dissociativo de identidade. —

Eu e Ariel arqueamos as sobrancelhas, — Dupla personalidade?! — exclamamos surpresos.

— Um distúrbio psicológico causado por um trauma grave, geralmente desde a infância. Cada personalidade tem sua própria memória, crenças, comportamento, padrão de pensamento e maneira de enxergar a si mesmo e o ambiente ao redor. —

— Mas ele realmente agiu como o Sr. Rejo agora! — exclamou Ariel.

— Eles sempre estiveram juntos, meu caro. Lembra? Eles devem conhecer bem os traços, os comportamentos um do outro. Há até segredos que apenas eles dois sabem. —

— Você tem certeza, Sr.? — eu disse. Parece difícil acreditar nessa condição, porque é a primeira vez que ouço sobre o trauma mental extremo do Sr. Rubens na infância, ou talvez o caso do Sr. Rubens seja especial por ter se manifestado quando ele já era adulto? De qualquer forma, acredito mais em possessão do que em transtorno mental.

Eu sou um acadêmico, mas também acredito no sobrenatural, como Deus e seres invisíveis.

— O que é certo é o seguinte, Sra. Ariel... O Sr. Rubens já doou várias lojas, casas luxuosas e uma quantia significativa em dinheiro como parte do dote de vocês. Além da herança. O valor é bastante substancial. Tudo o que vocês precisam fazer é desempenhar esse papel da melhor maneira possível. —

— O amor pode vir depois, Sra., Sr., após o casamento. O importante é que suas necessidades diárias sejam atendidas. Não significa que com outra pessoa vocês teriam o mesmo bem-estar que têm agora. —

Eu olhei furiosamente para o Sr. Albert. É fácil para ele dizer isso. Ele gostaria de ser obrigado a se casar com alguém que ele não deseja?! É uma questão de ver essa mesma pessoa todas as manhãs e noites, entende?! Só pode ser loucura!

— Espera! — eu disse, lembrando de algo. — Isso... o que ele quis dizer com querer meu sangue de virgem? —

Todos na sala de repente ficaram em silêncio.

— Eeeeh, então... — o Sr. Albert e o Sr. Jason trocaram olhares desconfortáveis para mim.

**

— Devagar, desgraçado! — refleti, empurrando o ombro de Ariel com o pé. Ariel segurou meu corpo e me pressionou contra a parede. Estávamos na cama, sem roupas, e devido à falta de tempo, tudo foi feito sem preliminares e sem beijos.

Meus lábios são apenas do meu namorado. Não desse Ariel.

E parece que ele também está fazendo automaticamente.

Pelo seu movimento, ele já é um profissional.

Uma criança tão pequena, tão ágil. Típico Fakboi.

— Abra mais Ariel — ele resmungou, apertando meus calcanhares e afastando meus pés.

A dor voltou a me atingir. Sentia como se estivesse sendo cortada e a sensação de calor, fazendo minha cabeça girar ao impacto do seu corpo.

— Tá doendo muito! Molha um pouco! — ele protestou comigo. Eu nem sequer sabia o que ele queria dizer.

— Como se faz isso! — respondi irritada. O problema é que eu estava aguentando a dor. Parecia que os adolescentes de hoje em dia já são adultos ou é porque ele é descendente de europeus e está acima da média? Não sei, só sei que estou sofrendo agora.

“Ah, pensando no namorado do Professora ou imaginando um vídeo íntimo ou algo assim! Não diga que é tão inocente! —

— Não é tão fácil quanto parece! —

— Tão difícil ser mulher, — reclamou Ariel. Então, seus olhos procuraram algo em meu corpo que pudesse incomodar. Ele parou em meu peito.

Então ele olhou para mim.

Então ele olhou para o meu peito novamente.

— Com licença, pela virgindade, — sussurrou, com um sorriso astuto.

— Não, pelo amor de Deus!! —

Não sei o que ele fez com a boca, mas senti a parte inferior do meu corpo ficar úmida por causa da vibração desconfortável. Por um momento, nossa jornada com obstáculos finalmente pôde continuar. Mas toda a parte inferior do meu estômago doeu e senti algo sendo forçado para dentro. Parecia que meu estômago estava sendo mexido, mas por um momento começou a sentir uma sensação diferente.

Ele se movia para frente e para trás. Minhas unhas se cravaram em seu ombro para impedi-lo de se mover rápido demais.

Então, seus movimentos pararam.

— Oh... finalmente, — ele murmurou enquanto recuperava o fôlego.

Eu olhei para seu corpo, havia sangue manchando sua extensão. Saindo do meu corpo.

— Você quer continuar ou- —

— Não!! — gritei com raiva.

Empurrei-o com toda a minha força e corri para o banheiro.

Chorei o quanto pude.

**

Nós dois nos sentamos em frente a Mbah Rubens, que sorria satisfeito ao ver o pano com meu sangue.

Não éramos apenas nós três.

Havia muitas pessoas atrás de nós. Incluindo o Sr. Aaron, que estava franzindo o cenho de desagrado. Eles pareciam odiar essa situação, minha mãe até chorou. Mas o que se pode fazer, ela não podia se aproximar.

Fui humilhada publicamente.

Enquanto Ariel parecia entender minha situação. Ele me abraçou gentilmente desde que saí do banheiro. Ele repetidamente pedia desculpas, mas nós dois sabíamos que isso não era culpa dele.

Havia um louco na nossa frente. E toda a sua riqueza.

Ou talvez sejamos nós que estejamos errados porque esta é a nossa escolha.

— Este é o símbolo da união de vocês, — sussurrou Mbah Rubens enquanto assentia. — Assim como vocês estão unidos, assim estou eu e o Rejo, já estamos unidos. Dois descendentes, de amigos, como irmãos... agora uma família. —

Não sei por que eu fico tão enojada ao ouvir isso.

Ele é mentalmente doente.

Que tipo de relacionamento existe entre essas duas pessoas?!

— E, como complemento... Kencana estará no meio de vocês, os três, trabalhando em sinergia. Cuidem de sua harmonia. O casamento e as riquezas deste mundo. Agora só resta pensar nos assuntos do além, mas isso não é trabalho meu, —

Mbah Rubens entregou um mapa para nós.

— Abra quando eu não estiver mais neste mundo, — sussurrou Mbah Rubens.

Nós dois aceitamos o mapa. Eu olhei para ele com o olhar mais afiado possível.

Por um momento, o odiei.

Merecíamos ser pagos muito caro por sua obsessão, cuidado se o conteúdo do mapa for insignificante. Vou destruir esta casa!

Antes que o mapa pudesse ser colocado em nossos colos, ouviu-se um ronco vindo de Mbah Rubens.

Diante de nossos próprios olhos...

A figura se contorceu e então caiu inerte em sua cadeira.

Ficamos apenas olhando o processo.

Sentimos nossos corpos congelarem.

Mbah Rubens morreu diante de nós.

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Comments

Milagros Seijas

Milagros Seijas

😘😘

2023-08-06

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