Capítulo 19 - Guilherme se surpreende

Guilherme ficou admirado, agora sim ele lembrou de Alice.

— Sim, agora me lembro, eu estava tomando café com Renato, mais que bom que o dinheiro te ajudou.

— Sim, ajudou muito chegou em uma hora que realmente estava precisando.

— Seu filho e muito lindo, parabéns.

— Obrigado!

Guilherme ficou surpreso ao ver Alice ali naquela festa.

— Você tem algum familiar que trabalha nessa empresa.

— Henry e Camila Bittencourt, são avós do meu filho, fizeram questão que eu viesse.

— Espera, não me diga que esta criança em seus braços é filho do Renato?

— Meu filho não tem pai, ele só tem a mim, o pai o rejeitou e até hoje ainda não conhece o bebê.

— Como e seu nome mesmo?

— Meu nome é Alice, me desculpe eu ter te respondido dessa maneira, mais é a realidade, sou mãe solteira.

— Alice, eu sou o Guilherme, mais eu estou sem palavras Alice, do Renato eu espero tudo, mais não sei nem o que dizer, decepcionado com meu amigo.

— Pessoas como o Renato, temos que ignorar, é isso que eu fiz e estou fazendo, para mim ele não é ninguém.

Guilherme se lembrou da frieza que Renato tratou Alice aquele dia no restaurante, trabalhando com uma barriga enorme.

Alice tinha razão de pensar assim, Renato era muito sem caráter.

Nesse momento Henry e Camila se aproximaram.

— Pelo que vejo você já conheceu o Guilherme Alice, ele e um ótimo rapaz amigo da família desde muito pequeno ainda.

— Sim, nós já nos conhecíamos em outra ocasião.

— Alice eu vou agora dar as boas vindas para as crianças e meus funcionários, na realidade fazer um discurso, e gostaria muito que você e Miguel estivessem no palco comigo.

— Henry, você tem certeza disso?

— Alice, Miguel é meu neto eu amo este garoto, nada mais natural que querer compartilhar essa alegria com todos.

Alice então seguiu Henry e Camila e subiram ao palco.

Renato nesse momento estava junto com umas secretárias da empresa, pois onde ele estava as mulheres sempre o rodeavam.

Ele sabia que agora era hora de seu pai fazer o discurso, mais gelou ao ver Alice em cima daquele palco junto com seus pais e com o bebê nos braços.

— Não, eu não acredito que meu pai vai fazer isso, não pode. — Renato pensou em voz alta deixando as moças sem entender nada.

Mais Henry mesmo sabendo que ali, aquela festa estava sendo gravada que iria ao ar, principalmente seu discurso, fazia questão de apresentar seu neto a toda a sociedade.

Em momento algum ele citaria o nome de Renato que rejeitou Miguel, mais mesmo assim Miguel não deixava de ser seu neto.

E assim foi o discurso emocionante de Henry:

Henry, um homem de alma generosa e coração aberto, caminhou até o palco da festa, pronto para dirigir seu discurso aos funcionários da empresa e às crianças presentes. Sua voz, calma e segura, ecoou pelo ambiente, capturando a atenção de todos.

"Boa tarde, queridos colegas e crianças maravilhosas! É um prazer estar aqui hoje, compartilhando este momento especial com todos vocês. Antes de continuar, gostaria de agradecer a presença de cada um, pois é a união que torna eventos como este ainda mais mágicos e significativos."

Os olhos repletos de ternura de Henry vasculharam a plateia, encontrando o olhar de cada pessoa ali presente. Seu olhar repleto de esperança e compreensão transmitia uma conexão única com cada membro do público.

"Eu gostaria de aproveitar esta oportunidade para compartilhar algo muito especial com vocês. Alguns de vocês já conhecem Miguel, meu neto, que está presente aqui hoje. Miguel é um presente em nossas vidas, um raio de luz que iluminou o caminho de nossa família desde o dia em que ele nasceu."

Um murmúrio de curiosidade e excitação percorreu a audiência, enquanto as crianças se inclinavam em busca de um vislumbre de Miguel, que estava nos braços carinhosos de sua mãe, Alice. Henry continuou, com a voz firme e o olhar fixo em cada um deles.

"Miguel é uma criança especial, com síndrome de Down. E embora isso possa significar que Miguel veja o mundo de uma maneira única, ele é tão amado, tão querido e tão valioso quanto qualquer outra pessoa neste universo. Sua síndrome não o define, não limita seu potencial e certamente não diminui o amor que sentimos por ele."

O silêncio pairou no ar, enquanto as palavras de Henry ecoavam e se infiltravam nos corações e mentes de todos presentes. Ele se aproximou de Miguel e o segurou delicadamente, sincronizando seu olhar com o doce sorriso do neto.

"Quero que todos saibam que Miguel é um presente para todos nós. Em sua diversidade, ele nos ensina compaixão, paciência e amor incondicional. E assim como minha esposa, Camila, e eu amamos nosso neto de todo o coração, é importante que todos nós estejamos dispostos a aceitar e amar uns aos outros independentemente de nossas diferenças."

A sala se encheu de aplausos e lágrimas de alegria, enquanto os pais e colegas de trabalho de Henry se levantavam para aplaudir sua mensagem tão poderosa e inspiradora. As crianças olhavam para Miguel com os olhos cheios de curiosidade e simpatia, prontas para aceitar e abraçar como um igual.

Henry concluiu o discurso com uma declaração de esperança e união: "Que esta festa seja um lembrete de que todos nós somos únicos e preciosos, cada um com suas próprias diferenças e talentos. Que possamos celebrar a diversidade, conhecer uns aos outros e, acima de tudo, amar uns aos outros de forma incondicional. Juntos, podemos criar um mundo melhor para todas as crianças, onde elas se sintam valorizadas e amadas, independentemente de suas capacidades."

As palavras de Henry ecoaram no coração de todos, plantando a semente da empatia, aceitação e amor verdadeiro. A partir desse momento, a festa se encheu de um sentido ainda mais profundo, enquanto as crianças, os funcionários e as famílias presentes compartilhavam risadas, brincadeiras e abraços, unidos pela mensagem inspiradora de que o amor não conhece limites.

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