Capítulo 9

Chego ao "Hells" e vou direto para o meu escritório, varias garotas de uma gangue rival estão aqui em companhia de Tato, um bandidinho pé de chinelo que não passa de um borra botas, me sento em minha poltrona quando três mulheres entram pela porta, foram minhas ordens a Orfeu mais por algum motivo nenhuma delas me agrada.

— Não nos oferece uma bebida senhor Capo?

Uma mulher morena se senta em meu colo, beija meu pescoço e eu agarro seu cabelo fazendo com que pare.

— Agora não.

Digo e ela se afasta cabisbaixa, acendo um charuto enquanto as três me encaram em silêncio visivelmente perdidas.

— Porque não começam a festa sem mim?

Faço sinal para que se beijem e elas obedecem, começam uma orgi@ que em outra circunstância eu certamente participaria, meu telefone toca e do outro lado da linha um dos seguranças parece assustado.

— Fala.

Digo seco e ele gagueja.

— Pá...pá.. patrão?

Fico em silêncio.

— Não quero incomodá-lo, mas todos do grupo de segurança dizem que eu fui enganando.

Ella, penso no exato momento em que ouço suas palavras.

— A senhorita Ella disse que o senhor deu permissão para que saíssem da mansão.

— Sierra está com ela?

— Sim, saíram de moto.

Desligo o celular sem querer me inteirar dos detalhes, não é preciso ser um gênio para saber que minha irmã vira exatamente para cá, não teria problema em ter vindo sozinha eu até esperava, mas vou mata-la por trazer Sierra, caminho até às mulheres que me olham com um sorriso travesso.

— Que tal levarmos a festa lá para baixo?

Parecem estar decepcionadas, estão acostumadas a vir até o meu escritório e serem comid@s até a exaustão como boas piranh@s baratas, abro a porta para que saiam e elas me seguem como ca@chorras obedientes, Orfeu me encara confuso, não diz nada mesmo que eu seja capaz de ver em seus olhos um misto de surpresa e decepção, não entendo o que fazem pessoas depositarem em mim suas expectativas, eu nunca quis nada disso, nunca quis essa porcaria de responsabilidade que me atribuí o título de capo, dormir todos os dias com o sangue dos meus inimigos nas mãos, e acordar sabendo que morrerão em meu nome incontáveis mais, me sento no divã e as mulheres fazem o mesmo, uma de cada lado.

— Tire a roupa querida, se conseguir me deixar de pau duro te dou vinte mil em dinheiro.

Ela sorri, começa se mexer de forma lenta, acredita estar fazendo algo sexy mas nem de longe me excita, o problema deve ser eu já que vários homens ao redor estão lhe comendo com os olhos, acendo um cigarro para matar o tempo quando vejo um burburinho se instalar pelo lugar, não preciso olhar para saber que Sierra está parada na minha frente já que seu perfume invadiu minhas narinas me deixando parcialmente entorpecido, levanto minha cabeça para encarar sua decepção, cruza os braços frente o corpo me olhando furiosa, não sei se fico puto por sua audácia e desobediência ou excitado com o quanto está gata, o vestidinho branco colado ao seu corpo mau cobre as pernas, estou praticamente babando em como está gostosa quando me dou conta de que todos estão vendo o mesmo que eu, me recuso estar com ciúmes, deslizo meus braços pelo divã trazendo para o meu domínio as duas mulheres ao meu lado.

— O que acha que está fazendo?

Pergunta chorosa, os olhos verdes estão cheios de lágrimas mas para minha surpresa não chora.

— Posso saber que diabos faz aqui?

Ela me olha magoada.

— Vestida como a porr@ de uma piranh@ barata?

— Não fode Nero, eu escolhi essa roupa.

Ella se aproxima, eu só quero matar essa filha da puta.

— Não respondeu minha pergunta.

Sierra grita e eu puxo a garota nua na minha frente para o meu colo, não eu não estou maluco, definitivamente não vou conseguir me manter longe dela então farei com que ela deseje isso, na máfia não são aceitos divórcios, separações em nem um caso, se fosse uma escolha minha mudaria as regras por ela, merece algo melhor que um miserável doente e quebrado.

— O que você não está entendendo pombinha?

Rio mesmo sem achar graça.

— Se casou comigo para ficar me traindo com esse monte de vag@bunda?

Pragueja e uma das prostitutas caminha em direção a ela, tento impedir, eu a mato se encostar em Sierra, para minha surpresa antes mesmo que possa toca-la a mulher é atingida com força por um soco dela caindo desmaiada no chão, Sierra balança a mão, provavelmente se machucou.

— Mais alguma das damas quer tentar a sorte?

Elas se encolhem contra o divã, Ella grita aos risos é a rainha do caos, adora ver o circo pegar fogo.

— Isso aí, arrebenta elas cunhada.

Faz graça.

— Não.

Sierra responde visivelmente chateada, tudo virou um espetáculo ridículo e eu sou a porr@ do apresentador.

— Quer ficar com um monte de prostitutas? pois bem, vamos fazer o seu joguinho.

Pego no ar sua intenção quando ela agarra Tato pela camiseta puxando para si, sequer me vi correr para ela, a preciono contra meu corpo segurando com força seu rosto, nunca senti a raiva lacerante que estou sentindo agora.

— Nem fodendo está me ouvindo? Nem fodendo c@ralho.

Grito alto e ela me esmurra repetidamente no peito.

— Me larga, me larga Nero.

A jogo nos ombros andando até a porta.

— Leva essa irresponsável para casa.

Digo a Orfeu me referindo a Ella que nesse momento me olha assustada, minha mão tapa a bunda de Sierra que está quase por completo de fora, enquanto caminho estapeio com força e ela grita.

— Queria me tirar do sério?

Praguejo sentindo seus socos fortes em minhas costas, para uma coisinha tão pequena bate mais forte que muitos caras, abro a porta do carro a colocando no chão e ao invés de entrar ela tenta fugir.

— Vou para casa, vou voltar para os meus irmãos.

Sua ameaça faz meu coração bater acelerado.

— Entra no carro Sierra.

Grito e ela não para, continua andando em direção ao estacionamento.

— Sierra.

Bato contra o teto do veículo e ela sem me olhar estagna no lugar.

— Entra.

Obedece chorando olhando pela janela durante toda o caminho de volta para casa sequer me direcionou o olhar, quando para na garagem ela salta do carro correndo para dentro, a sigo como um imbecil, era o que eu queria e agora não sei como me portar.

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