Capítulo 6

Nero está sentado em uma cadeira próximo ao móvel da sala, é um ponto cego da casa e só por esse motivo me passou desapercebido, tem três homens muito fortes e tatuados em roupas de motoqueiro ao seu lado, em seu punho um soco inglês pinga sangue fluido como o suor que escorre de seu rosto.

— É uma pombinha desobediente e mal criada, qual será sua punição por não me ouvir quando dei ordens de ficar em casa?

Ele diz com um olhar mais escuro que o normal, parece estar bêbado ou drogado.

— Por que? Por que está fazendo isso com os meus irmãos?

— Sierra, por favor, saia.

Therence sussura de forma desconexa e arrastada.

— Por que cunhado? vamos deixa-la participar da festa já que queria tanto estar em casa.

— Misericórdia capo, eu imploro, Sierra não tem culpa de nada.

Ele súplica e me dou conta que seja lá o que está havendo é mais sério do que eu pensava.

— É simples Sierra.

Nero toca meu rosto.

— Seus queridos irmãos bem ali.

Aponta para Beck e Therence.

— Acabam de colocar não só eles mais meu pessoal em uma roubada, um carregamento de drogas e armas que ia para Veneza foi interceptado na Itália, os dóis imbecis venderam uma carga que não era deles para nossos rivais na máfia.

— Therence.

Digo apavorada.

— Como teve coragem de fazer isso?

— Estávamos seguindo ordens, fomos obrigados.

Nero o agarra pela camisa fazendo com que eu chore alto.

— Por favor, por favor, eu suplico não o mate.

Me olha, depois encara Therence nos olhos.

— Me dê os nomes dos traidores.

Rosna próximo a sua face.

— Não posso, você não entende que eles nos matam.

— Eles o matam? Não deveria temer a outro me tendo como inimigo, nada que eles forem capazes de fazer com vocês traidores se compara ao que eu farei, tem um segundo para abrir essa merda de boca ou sua irmãzinha vai passar o que resta da tarde recolhendo seus miolos nesse carpete.

— Therence, pelo amor de Deus.

Ele suspira.

— Edgar, Edgar Davis e os irmãos Montoia.

Diz e um sorriso maligno enfeita o rosto de Nero, solta Therence fazendo com que caia no chão, anda em minha direção agarrando firme meu braço.

— O que vai fazer?

Therence pergunta preocupado, seus olhos estão em pânico.

— Não é dá sua conta seu maldito ladrão, não vendeu sua irmã como uma prostituta? agora sente-se e assista em silêncio o estrago.

Me arrasta para fora até chegarmos no carro, Nero abre a porta me jogando no banco do carona se sentando ao meu lado.

— Não sabe com quem está lidando, não é? Se acha esperta pra c@ralho.

— O que queria que eu fizesse, que eu ficasse prisioneira naquela casa, onde esteve? Não o vejo há uma semana.

— Você não entende, não sabe de nada.

Pragueja alto completamente transtornado, o carro voa pelo asfalto quase flutuando na pista entre cavalos de pau e derrapagens arriscadas, quando para ele arranca da cintura um revólver abastecendo o tambor com balas.

— Nero, por favor.

Digo em súplica e ele sorri.

— Acha que são para você pombinha? Pois bem elas não são.

Parece louco quando abre a porta e salta do carro, Nero atravessa a rua em direção a um restaurante do outro lado, está lotado mas nem isso o deixa acuado, entra e em seguida ouço seis estampidos de tiros, quando sai uma gritaria alta começa, ele caminha calmamente de volta ao carro, tira a arma da cintura o colocando no porta luvas.

— O que você fez?

Pergunto chorosa e ele me olha sério.

— Matei o Edgar para não ter que fazer isso com àqueles dois imbecis que você tanto ama, para os Montoia eu tenho algo melhor planejado e é bom que o Therence esteja falando a verdade, se estiver mentindo eu lavo minhas mãos e deixo o conselho fazer dele e do Beck exemplo para aqueles que pensarem em trair a máfia.

— Não faria isso, não deixaria que matassem meus irmãos né?

— Porque espera tamanha consideração vinda de mim?

Diz apertando com força o volante do carro, arfa alto batendo contra o painel.

— Hãn? diga Sierra.

— Eu...

— Me perguntou se eu a odeio quer ouvir a verdade agora? ou quando eu estiver mais calmo?

— Agora.

— Odeio você porque junto com esse maldito casamento você me trouxe a necessidade e a obrigação de protegê-la, odeio você por que sempre me olha com essa cara, a cara de quem me julga e está disposta a foder a droga da minha vida, eu te odeio Sierra por que homens como eu tem uma pedra no lugar do coração,foram criados para isso, para não sentirem emoções e você não vai mexer com o meu juízo menina, antes que me faça sentir algo eu acabo com esse maldito jogo cravando um bala em minha cabeça.

Bate a porta do carro dirigindo para casa, faz todo o caminho em silêncio, o olho todo tempo e por mais que não seja minha intenção irrita-lo é exatamente o que eu faço,assim que o carro para ele me confronta.

— Por que me olha tanto? O que quer car@lho?

— É meu marido, por que não podemos conversar? nos entender.

Ele abre a porta descendo do carro, não me espera, o sigo em silêncio, já dentro de casa Nero para próximo sofa, na sala de estar uma garota jovem e bonita o espera, está bem vestida, um estilo despojado como o dele, tatuagens escuras por todos os lados, sorri de um jeito sexy pulando em seus braços.

— Senti sua falta garanhão.

Sorri se agarrando em seu pescoço, não consigo conter minha raiva que diabos está acontecendo comigo? Não posso estar me apaixonando por um ogro que só me maltrata, agarro seu cabelo tingido de roxo e ela grita por socorro bem alto.

— Escute aqui sua desfrutável? vai dar em cima de outro porque o garanhão aí é casado.

Ela ri.

— Gostei dela.

Nero cruza os braços.

— Pode dizer a Ferinha que sou sua irmã?

— Hãn?

— Isso cunhada larga a Ellazinha ou vai arrancar o aplique dela.

— Irmã?

Ele nos dá as costas subindo irritado as escadas.

— O que fez com ele?

Pergunta.

— Eu? Não fiz nada.