Acho que em toda minha vida nunca me senti tão desnorteada, Nero Gambino acaba de deixar o quarto e em seu lugar ficou apenas meu corpo sedento e completamente encharcado, nunca em minha vida senti as sensações que ele me despertou nessa cama, sua boca quente em minha intimidade era quase uma blasfémia, ainda sinto a adrenalina correndo em minhas veias e um sensação de estar levitando completamente anestesiada, Nero é uma mistura perigosa de sedução e maldade, é cruel e sexy em medidas infundadas, me levanto caminhando até o banheiro, suas palavras duras ainda ecoam em minha cabeça, porque é tão cruel se nunca lhe fiz nada? hoje foi a primeira vez que nos vimos e não encontro um só motivo para toda sua raiva, olho e envergonhada para as marcas deixadas em meu corpo como tatuagens abstratas, seu gozo em minha pele como quem marca seu território de forma devassa, entro no banho tomando uma ducha demorada, lavo meus cabelos e nesse momento eu só queria estar em casa, volto para o quarto escolhendo na mala um pijama confortável, nada extravagante ou sensual já que não tive quem me ajudasse, preciso compra roupas novas, lingeries de uma mulher casada, casada, me sinto uma completa imbecil ao dizer essas palavras, o homem com quem me casei acaba de jogar se diversas formas em minha cara que sou apenas uma mercadoria barata, me deito na cama e não demoro pegar no sono, estou exausta e completamente esgotada.
O dia amanhece e assim que a luz do dia invade o quarto eu salto da cama correndo até minhas malas, escolho um vestido fresco, uma sandália rasteira e prendo meus cabelos em um coque, quero muito visitar meus irmãos, sai ontem de casa e ainda sim não vejo a hora de abraçá-los, desço as escadas correndo o lugar é tão grande que possivelmente poderia me perder pelos espaços.
— Bom dia.
Digo menos elétrica ao ver servir a mesa de café uma senhora de meia idade, seus cabelos estão presos em um coque e me olha com certa surpresa e curiosidade.
— Posso ajudá-la?
Diz de forma gentil no exato momento em que Nero entra na sala.
— Não é uma visita Clara, essa é Sierra, a nova dona dessa casa.
Seus olhos se arregalam no rosto, seguem Nero por todo caminho percorrido até a mesa.
— Vai tomar seu café ou ficar aí parada?
Ele aponta a mesa à sua frente, está bonito Veste uma camiseta branca, jeans claro, calça um coturno militar despojado, uma jaqueta preta sobrepondo todo resto, me sento a sua frente e ele então me encara.
— Tem sempre que me olhar desse jeito Sierra? me encara como se esperasse por algo mais quando quero te dar choraminga dizendo não estar preparada.
A senhora diante de nós quase cai de costas, certamente entendeu do que ele falava.
— Com licença.
Sai visivelmente envergonhada.
— Tem sempre que falar desse jeito, me deixa desconcertada, sua mãe não lhe ensinou que não deve tratar assim uma dama?
Seu semblante se fecha como se uma tempestade tivesse pairado sobre sua cabeça, me dou conta de que nem mesmo sei se tem parentes vivos.
— Posso lhe perguntar algo?
Ele me olha por um milésimo de segundo voltando sua atenção novamente para o prato.
— Desde que não seja indiscreta, não gosto de falar sobre a minha vida pessoal.
— No nosso casamento não tinham pessoas da sua família, seu pai eu sei que faleceu, meus irmaos me contaram, mais e quanto a sua mãe, irmãos?
— Minha família não é assunto seu Sierra.
— Está bem, já que não vai me responder a pergunta, posso fazer outra?
— Seja direta.
— Por que me trata tão mal? Me odeia.
Falo o pegando de surpresa, sua expressão é confusa e desnorteada, me olha como se planejasse dizer algo mais visivelmente não diz o que planejava.
— Não odeio, só não tenho motivos para tratá-la diferente de como tenho tratado.
Seu tom é rude, se afasta da mesa acendendo um cigarro, encaro minhas mãos me sentindo acuada, Nero me olha com atenção, mesmo de cabeça baixa posso sentir seu olhar imponente e poderoso me fitar.
— Gostaria de ver os meus irmãos, pode me levar até em casa?
— Está em casa.
— Me refiro onde mora minha família.
— Qual parte de que não tem uma família você não entendeu? A partir do momento que assinou aqueles papéis não é mais uma Bonano Sierra, é uma Gambino e tenho pena de você por isso, nem eu mesmo me orgulho desse sobrenome, é uma maldição, a porr@ de uma maldição que eu teria levado comigo para o túmulo.
Se levanta da mesa me deixando sozinha, permaneço sentada por algum tempo, contive o choro por algumas vezes também.
Os dias que sucederam aquele café foram passados naquela mansão completamente sozinha, Nero sumiu, não tem dormido em casa e seja lá onde esteja deve estar se divertindo bastante já que deixou largada sua esposa recem designada, quando finalmente resolvo sair do quarto para respirar um pouco vejo me seguir em silêncio um dos seguranças da casa, o enorme homem sem expressão para exatamente ao meu lado quando me sento embaixo do guarda sol.
— Porque ao invés de me seguir pela casa não se senta para conversarmos um pouco?
Não responde permanecendo no mesmo lugar.
— Me chamo Sierra.
Estendo a mão para ele que não agarra, me encolho envergonhada e ele parece notar meu desconforto.
— Orfeu senhora, Orfeu Frigari.
Orfeu Frigari, soldado de elite a serviço da máfia americana, 38 anos
— É um prazer.
Sorrio e ele não retribui o gesto.
— Porque tem me seguido por toda casa?
— São ordens do Capo, ele me designou como seu segurança particular, sou sua sombra até que ele me ordene o contrário.
— O que faz um segurança particular?
— Cuida de sua proteção, a leva aos lugares que queira frequentar, sou seu motorista também caso deseje ir a algum lugar.
Um sorriso enfeita imediatamente meu rosto.
— Então se prepare para sairmos.
— Sim senhora.
Diz sem questionar, subo as escadas correndo voltando pouco tempo depois com minha bolsa nas mãos, me aproximo do carro e ele abre a porta para que eu possa entrar.
— Para onde senhora?
— Para o apartamento da minha família no Capitol Hill.
— Sim senhora.
Responde dando partida no automóvel.
— Trabalha a muito tempo com o Nero?
Pergunto tentando arrancar qualquer informação que seja sobre o homem misterioso com quem me casei.
— Fui um dos soldados do senhor Simon, era o Dom da família Gambino, pai do patrão, estou com o senhor Nero desde que assumiu a patente de capo.
— Ele Ficou abalado com a morte do pai? Não conversamos muito, e ele não fala sobre a família.
— Não, abalado definitivamente não seria palavra certa, de todas ela é a que menos se encaixa.
— Não se davam bem?
Orfeu parece incomodado.
— Deveria perguntar isso a ele madame, não sou o homem certo para lhe dar informações sobre o capo.
Se cala completamente, chego ao prédio e o porteiro me cumprimenta de um jeito esquisito, é sempre muito solícito e gentil mais hoje nem mesmo me olhou nos olhos, entro no elevador que dá acesso ao apartamento com Orfeu ao meu lado, assim que as portas se abrem o encaro.
— Pode esperar aqui? meus irmãos são um tanto quanto hostis quando se sentem acuados, podem não gostar de sua presença surpresa sem serem previamente avisados.
— Cumpro ordens senhora, o capo me encarregou de estar todo o tempo ao seu lado, ser a esposa de alguém como ele é perigoso e se quer saber a verdade temo muito mais a ele do que aqueles dois pirralhos.
Arfo andado até o apartamento me dando conta ainda na entrada que algo está errado, a fechadura está arrebentada e a porta escancarada.
— Senhora.
Orfeu se põe a minha frente puxando imediatamente sua arma, entra no apartamento mais em seguida abaixa o revólver ficando de cabeça baixa, meus irmãos estão muito machucados enquanto Therence está com o rosto completamente ensanguentado Beck está desacordo.
— O que houve?
Tento correr para eles, mas meu corpo é imediatamente içado do chão.
— Faça alguma coisa, não fique aí parado.
Digo estapeando Orfeu demorando me dar conta que seus olhos estão fixos em uma lado da sala, olho para mesma direção ainda atordoada e não consigo acreditar no que vejo.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Arlete Fernandes
E bem achei parece um viking ui ui que pedaço de mal caminho kkkkk
2025-01-21
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Lenice Freitas
O Orfeu é mil vezes mais bonito que o próprio Capo
2025-03-04
0
Sonia Bezerra
Eita menina pra gostar de dá tapa na cara dos outros.
2025-02-03
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