Capítulo 3

Nero grita impaciente fazendo com que um arrepio percorra meu corpo, o juiz praticamente ignora tudo que ainda falta dos trâmites legais estendendo a nós os papéis a serem assinados, Nero assina primeiro, a folha marcada com o sangue de seus dedos é como uma sátira irónica, estou firmando nesse exato momento um pacto com o diabo.

— Pela lei designada a mim pela justiça dos EUA e o estado de Washington vos declaro casados.

O juiz diz com um sorriso gentil que some no exato momento em que o noivo o encara, Nero me agarra pela mão andando até a porta.

— Posso me despedir da minha família?

Choramingo e ele me olha, jamais vi uma expressão tão fria, tão desdenhosa.

— Você não tem família, tem dono, é minha propriedade de hoje em diante, esqueça os fracassados a quem chama de irmãos, o velho traidor a quem chama de tio, vendeu sua alma ao demônio criança e ele vai devora-la até que não reste nada mais que essa bela casca.

Abre a porta do carro para que eu entre, tive que me desdobrar para não cair de joelhos em pleno salão, o medo fez com que eu me esquecesse de como se andava e não tenho dúvidas de que ele estava disposto a me arrastar pelo chão caso eu não me lembrasse de como se faz, assim que deixamos o cartório uma chuva forte desaba, olho pela janela o temporal que mais parece o céu chorando por minha desgraça, castigando Seattle por um casamento destinado ao fracasso, seja lá para onde estou sendo levada não é nem de longe perto da minha antiga casa, a porta se abre e uma verdadeira muralha para diante de mim, um homem sem expressão que parece ser o braço direito do meu carrasco segura um guarda chuva nas mãos o estendendo em minha direção, desço com sua ajuda enquanto o noivo simplismente se embrenha na tempestade, seus cabelos estão molhados, seu rosto de traços másculos cravados em um expressão nem um pouco amigável, quando entramos na enorme casa ele já está sentado em sua poltrona segurando em uma mão o charuto e na outra um copo de whisky caro.

— Nos dê licença Orfeu.

Diz de forma dura, jamais em minha vida ouvi tal timbre, uma voz tão rouca e pesada que mais parece um rugido de dor, parada diante dele me sinto frágil ao ponto de ser despedaçada, devorada como uma presa destinada a morte desde o ventre em que foi gerada, seus olhos me encaram de forma tão profunda que parece realmente devorar minha alma.

— Sabe o que fez a si mesma menina, quando aceitou ser a dona dessa casa?

Tenho medo de responder e não ter voz suficiente para sustentar minha audácia.

— Não me deram outra escolha, estava destinada a ser sua esposa Nero.

Digo e ele se levanta andando em minha direção, é como um assassino prestes a estraçalhar sua vítima.

— Senhor.

— O que?

Respondo confusa e uma de suas enormes mãos envolvem meu rosto, seu polegar toca meus lábios o contornando de forma gentil.

— Me chame de senhor, não lhe dei permissão de me tratar pelo nome.

Me repreende arrancando o que restava da minha coragem.

— Mas, você é o meu marido.

Ele ri de forma debochada, como um louco tentando destruir o que resta da minha sanidade.

— Minha família comprou você, pagou por seu corpo como faço com as vagabund@s de um puteiro barato, acha mesmo que um papel idiota te faz especial?

Meu sangue ferve nas veias pela ofensa direcionada, o estapeio forte me dando conta em seguida da profundidade do meu erro, seus olhos escuros parecem possuídos por um mal imensurável, Nero segura forte meus braços fazendo com que eu o encare, vejo em sua face estampada a imagem encarnada da maldade.

— Me bata de novo no rosto e juro por Deus que não lhe restará um único dedo para colocar a aliança, lhe farei uma coleira com seu nome, lhe colocarei lá fora para dormir com os cães e se r@stejara pelo chão como um animal para aprender a me respeitar como se respeita um homem.

Rosna em minha face, o medo em mim é tão grande que mal consigo me manter de pé, quando me solta caio de joelhos no chão, lágrimas lavam meu rosto de forma que não parece incomodá-lo.

— Suba, tome um banho e espere por mim.

— O que vai fazer?

Pergunto desesperada.

— Usar o que é meu, é minha esposa pombinha e isso me dá o direito de trep@r contigo em todos os cantos dessa casa, não sou um homem benevolente, não faço caridades, achou mesmo que eu não reivindicaria meus direitos como marido no exato momento que entrasse nessa casa?

Sierra Bonano 18 anos, Filha caçula de um falecido empresário de Seattle.

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Comments

Jaildes Damasceno

Jaildes Damasceno

Coitada da Sierra.Mais suporte que sua estória com Nero vai dá um guinada de 360 graus.

2025-02-02

1

Ivanilde T. Serra

Ivanilde T. Serra

Espero que seu arrependimento não demore muito

2025-01-22

0

Ivanilde T. Serra

Ivanilde T. Serra

Daqui uns dias ela está ditando as regras.

2025-01-22

0

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