Capítulo 15, Estou aqui...

CLAIRE...

Vou até a escola da Mia e assim que ela me vê corre para os meus braços.

MIA: Mamãe!

CLAIRE: Oi minha princesa. Como foi a aula?

MIA: Foi legal. Já vamos pra casa? Cadê o papai?

CLAIRE: Não vamos pra casa ainda, iremos para a empresa onde a mamãe e o papai trabalha, o que acha de conhecer a minha sala?

MIA: Ebaaa, eu posso?

CLAIRE: Claro, meu amor.

Ela pula feliz e eu me sinto alegre com a reação dela, prendo em na cadeirinha infantil e dirijo de volta para a empresa, assim que entramos sinto todos os olhares em nós duas, a Mia tá toda falante, o que chama a atenção de todos por onde passamos. Mas se quer saber de uma... Não vou dar ouvidos a isso, passei anos da minha vida me importando com o que todos pensavam sobre mim, tenho que me dar o luxo e prazer de ser feliz enquanto posso.

MIA: Mamãe.

CLAIRE: Oi filha (chegamos no andar que trabalho e assim que as pessoas ouvem a forma como ela me chama, olham para nós duas confusos)

MIA: Podemos ir até a sala do papai?

CLAIRE: Podemos ir quando eu terminar aqui, está bem? (ela abre um sorriso lindo para mim e confirma com a cabeça)

Entramos na minha sala e eu deixo ela fazer o que quiser, desde que não desorganize os documentos que tem na mesa. Ela vê um livro infantil que era o meu preferido, em cima da minha prateleira de livros e pega para ler.

MIA: Posso ler?

CLAIRE: Claro, trouxe pra você.

Ela senta no sofá e começa a ler as palavras do jeitinho dela, juntando sílaba por sílaba e isso me enche de orgulho, também comecei a ler cedo, eu era uma das alunas mais avançadas na turma, pois enquanto os meus colegas estavam aprendendo as sílabas, eu já lia várias palavras sozinha.

Ela lê calmamente cada palavra, aprendendo cuidadosamente como se pronunciava cada uma delas, sorri ouvindo ela enquanto trabalhava. Estava analisando uns capítulos que chegaram para mim ontem, a pessoa que escreveu tem muito potencial, mas alguns erros de coerência estão atrapalhando o desenrolar da história.

CLAIRE: Filha.

MIA: Oi mamãe.

CLAIRE: Toma, trouxe lanche pra você.

Ela pega e senta toda educada na cadeira a minha frente, quando termina de comer volta para o sofá e para o livro, que parece ter chamado bastante a atenção dela. Olho na minha agenda e tenho uma reunião com uma escritora francesa em 10 minutos, penso em deixar a Mia com o Jacob, mas ela é educada e comportada o suficiente para que ela fique aqui.

CLAIRE: Filha a mamãe vai receber uma moça importante para o trabalho agora, está bem?

MIA: Tá. Posso ficar aqui?

CLAIRE: Pode sim, fica aqui na minha mesa, vou precisar do sofá para conversar com a moça.

MIA: Tá bom.

Ela vem para a minha cadeira e senta nela girando ela, as suas risadinhas fofas me tiraram um sorriso sincero. Logo a minha cliente chega, a Mia ficou o tempo todo quietinha enquanto eu acertava tudo com a Jolie, quando encerramos a reunião me despeço dela e ela dá um tchau para a Mia que responde educadamente.

JOLIE: Sua filha é muito educada, senhorita Claire, parabéns, está fazendo um ótimo trabalho.

Agradeço, mesmo sabendo que os créditos são do Jacob. Encerro o meu dia de trabalho e vou com a Mia até a sala do Jacob, ele estava terminando de fechar o computador.

JACOB: Oi meus amores.

MIA: Oi papai.

JACOB: Se comportou?

MIA: Sim.

O Jacob olha pra mim e eu concordo com ela, saímos da sala dele de mãos dadas com a Mia, os funcionários que ainda estavam na empresa ficaram olhando admirados para nós três, mas fingi não receber nenhum olhar afiado.

MIA: Mamãe.

CLAIRE: Oi querida.

MIA: Eu vou ter um irmãozinho?

Tento não me afetar com as palavras da Mia, ela é uma criança inocente que com certeza não entenderia a minha situação, então falo algo que conforta ela e ao mesmo tempo: eu.

CLAIRE: Quem sabe no futuro, filha... Por enquanto a mamãe vai dar total atenção só a você, está bem?

Ela fica alegre com as minhas palavras, chegamos no prédio e assim que chegamos no nosso andar, eu me despeço deles dois com a promessa que antes de dormir apareço lá, a Mia ficou um pouco triste, então tive que dizer a ela que só precisava ajeitar umas coisas no meu apartamento e depois ia para lá.

O Jacob olha pra mim como se pudesse ler as minhas entrelinhas, ele assente com a cabeça e entra com a Mia em casa. Assim que fecho a minha porta, eu desabo, vou até o meu quarto com muito custo, me jogo na cama chorando, tento me acalmar, mas estou tão nervosa...

Sinto vontade de fazer o que sempre faço quando tenho uma crise: Me enfiar no chuveiro. Mas não vou, pois sei que eu certamente ficaria sonolenta demais e prometi colocar a Mia para dormir. Fico na minha cama chorando, tremendo. Estou de costas para a porta do quarto, então só sinto quando braços fortes me apertam.

JACOB: Ei... Shiiii. Calma, está tudo bem, estou aqui.

Choro ainda mais nos seus braços, ele me aperta ainda mais, me sinto tão vulnerável, mas ao mesmo tempo me sinto segura nos seus braços. Fico aproveitando o seu calor, o seu carinho até me acalmar completamente. É a primeira vez que alguém me abraça durante uma crise, geralmente quando eu tinha uma, a Alis nunca estava em casa, ou quando estava, eu ficava trancada no quarto e ela acabava não vendo o que acontecia comigo.

JACOB: Se acalmou?

CLAIRE: Obrigada...

JACOB: Não precisa se fazer de forte comigo, meu amor. Falei que estaria com você pra tudo, e estarei sempre.

Assinto e o abraço ainda mais forte, aos poucos paro de fungar, ele deixa um beijo na minha testa e me solta.

JACOB: Vou fazer o nosso jantar. Vou te dar 40 minutos para aparecer lá em casa, se não venho te buscar.

CLAIRE: Está bem.

Ele beija a minha testa novamente e dessa vez vai para o próprio apartamento, eu fico alguns minutos absorvendo tudo que aconteceu nos últimos minutos, a forma como o Há no cuidou de mim, como me amparou...

CLAIRE: Acho que estou me apaixonando por você, vizinho...

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