Má Decisão?

Mesmo no fim de semana o marido continuava concentrado na frente do computador, às vezes falando no telefone às vezes respondendo e-mail, analisando projetos, assinando documentos... aquele ciclo vicioso parecia não ter fim.

Estava grata a sua cunhada Dea, que certamente por pena sempre a convida para tomar chá, e para a academia, que ficava no terreo, fazer os exercícios matinais era o momento que tinha de socialização para conversar um pouco agradávelmente. Tinha alguma conversa com a Raquel que lhe explicava como tudo ali funcionava, as suas obrigações como esposa de andar sempre bem arrumada elegante e o mais discreta possível a respeito do comportamento ocidental considerado livre demais para o pais Oriente Médio. Mais não contava como algo agradável, já que a Senhora falava apenas o necessário era seria, sem um único sorriso monótono que fosse.

Tambem saiu para fazer compra com a Dea e Rakel que não desgrudou sequer um minuto, até para comprar lingerie ela tinha que ser acompanhada aquilo era desagradável.

Ainda queria ter um momento para conversar mais com o Zain, e poder conhecê-lo para que o clima entre eles ficassem mais amigáveis, por enquanto eram completo estranhos, ele nunca tinha tempo Estava sempre com os olhos parados na frente de um computador ou telefone no ouvido, isso quando raramente o encontrava na imensidão do Palácio ele estava sempre cercado por homens, então não era adequado aproximar‐se.

Também gostaria de ter oportunidades de conversar com o sogro, conhece‐lo, mas ele não falava o inglês com fluência então apenas trocará pouquíssimas palavras em um instante que o encontrou na tenda de chá ao lado da esposa, ainda não tinha opinião formada sobre aquela senhora, elas não conseguiram se comunicar por conta do idioma, a senhora do Palácio não falava outras línguas.

Mesmo insegura do que falar, apresenta‐se e fala que é um prazer conhecer o sogro e estár na sua casa. Mais sua simpatia logo esvairece com as palavras secas que são proferida para ela que fica murcha e não demorou se retirar.

O senhor aparenta esta abatido, porem seguro no julgamento, era persebido que acreditava ser uma oportunista. Simplesmente fala com a cabeça virada para outra direção, deixando transparente que

estava recebendo ela no seio da sua família por causa do filho, por acreditar na sabedoria do filho e devida as tantas mudanças no seu país. Foi naquela troca de palavras confusas que entendera que aquele casamento não era realmente aceito por nem um membro da família, o sogro apenas a estava tolerando no seu palácio por causa do amor que tinha pelo filho. Via como ele olhava para o filho, era uma mistura de adoração respeito e também preocupação.

A Soraya estava decidida a cumprir com o contrato mas também falaria com o Zain com urgência queria inscrever‐se logo no intercâmbio para passar menos tempo dentro de casa e diminuir aquela tensão entre todos os membros da família e por ela também claro, passou pela sua cabeça a ideia de ficar hospedada em um dos hotéis da cidade, sabia que eles eram donos da maioria ali, então talvez pudesse ocupar um quarto para ficar um pouco mais afastada, era desagradável ficar no lugar que não era bem vinda.

No domingo à noite após ver‐lo terminar a sua oração, se dirigia para pedir a permissão de iniciar o intercâmbio quando é surpreendida antes mesmo de abrir a boca.

" Estou indo viajar agora à noite para Marrocos, tenho uma reunião na segunda pela manhã, aproveitarei para visitar alguns parentes, então ficarei uns três dias fora, quando eu retornar prometo que faremos algo junto, te levarei para conhecer a cidade, ou deserto, jantares e compras. O que você quiser eu prometo, sei que tem sido uma semana muito corrida para você e que não está acostumada a isso mas não vai ser sempre assim tirarei alguns dias para lhe dar atenção, é o mínimo que posso fazer para que não se sinta tão entediada como você deixou claro, não desejo que a sua estadia aqui seja assim tão desagradável quero que tenha uma experiência boa do nosso país e da nossa receptividade".

" Mas o que eu vou ficar fazendo esse tempo que você estiver fora? — indaga com seus planos indo de água abaixo mas não era novidade ele estando não estando dava no mesmo.

" Pode ir com minha cunhada e o meu irmão para a capital em Riad, eles moram lá, tenho certeza que ela ficará feliz em lhe acolher por uns dias, assim conhecerá um pouco do país e passará mais tempo com ela e o meu irmão, será bom."

" Mas eu poderia ir com você..."

Oferece sua companhia espontânea já que ele não iria chama‐lhe, poderia ir ficar em algum hotela ou até mesmo na casa dos parentes que ele iria visitar, acharia que assim é que seria bom.

" Eu acho melhor não, o voo será de 9 horas, não precisa passar esse desgaste! E não vou ter tempo para você, irá ficar só do mesmo jeito que se sente aqui, então é melhor ficar, você vai encontrar algo para fazer."

Observa‐o, já escolhendo algumas roupas do closet e colocando com cuidado na mala, a Soraya oferece‐se para ajudá-lo como uma esposa faria, mas ele diz gostar de fazer suas próprias coisas escolhendo poucas peças fecha a pequena mala de bordo.

A esposa não acredita que ele a está empurrando para viajar com um cunhado que se quer lhe falara uma unica palavra, e uma vez na porta da suíte, e por acaso no elevador o viu olha‐lhe com um olhar estranho, aquele com certeza fora outro dos que repudiava sua presença ali, por achar que ela era um incômodo, e a outra esposa a Zaira não falava com ela.

Não, não iria à lugar algum, seria melhor ficar ali mesmo, aproveitaria para iniciar o curso e faria uma surpresa quando o marido retornasse...

Esses três dias sem ele, provavelmente teria alguma novidade para contar. Iria sobreviver — Pensa positivo. Não poderia ser pior sem ele. Não iria se mostrar tão dependente, o marido teria uma surpresa quando voltasse. Na sua cabecinha planejava algo radical.