Capítulo 08

Aurora

Me afastei de Robert, contudo o mesmo segurou em meu braço me impedindo e ir na direção dela, eu o encarei e ele parecia um demônio prestes a tentar a acabar com a minha vida novamente, mas desta vez eu estava atenta.

- Filha está tudo bem – disse ele com uma voz calma, ela se encolheu e me encarou – a mamãe não veio machucar o papai de novo

- Robert – eu o encarei assustada, eu precisava lutar na justiça por ela, eu já havia dado entrada nos papeis, mas tinha noção de que isso demoraria, eu precisava fazer alguma coisa, o advogado não parecia muito contente com o meu caso – filha mamãe está com saudade de você

- Eu também mamãe – disse ela me sondando como se me temesse, ela encarou o pai em seguida se aproximou devagar, me soltei do agarre de Robert e fui ao seu encontro, e finalmente uma dose de energia foi reposto em meu corpo, eu a abracei com força, fazendo o máximo possível para não deixar que as lagrimas caíssem, mas não consegui, eu a agarrei e a beijei – está apertado mamãe

- é porque é um abraço de saudade – assegurei a pegando em meus braços sem me importar com os dois a peguei em meu colo e comecei a nos levar para o pátio onde ficava um balanço que ela amava, me deparei com o lugar mal cuidado, sujo, o jardineiro parecia que não vinha a dias, Naná também não se encontrava – como você está filha?

- Mamãe – chamou ela baixinho, tudo nela parecia diferente ela parecia receosa, ela olhou ao redor em seguida olhou para trás se deparando com o novo casal que nos encarava – por que ela beija o papai?

O olhar desafiador de Robert estava em mim, eu sabia que se eu não desse a resposta que ele queria eu estaria perdida e nunca mais a veria, eu jogaria o seu jogo enquanto ele achasse que estava ditando as regras, enquanto eu não me recuperasse seria assim

- a mamãe e o papai estão separados – disse o meu coração estava tão disparado que a minha respiração estava ofegante, inalei o seu cheirinho em busca de me acalmar e encarei Robert que continuava com o seu olhar matador em mim

- Ela disse que o meu irmão está na barriga dela – minha filha disse apontando para a minha ex secretaria, aquilo novamente doeu

- é filha porque o seu pai já reconstruiu a vida dele – disse com um aperto em meu peito – depois será a nossa vez, ok?

- AURORA – rosnou ao longe o meu ex marido sendo controlado pela sua nova mulher

- Mamãe a senhora é malvada? – perguntou e eu senti como se uma nova faca estivesse sendo enfiada em meu coração, aquilo definitivamente doeu

- Claro que não meu amor – assegurei lhe beijando os cabelos em seguida eu a encarei – mamãe ama você mais do que tudo, quando você estiver pronta para irmos para a nossa casa é só me ligar e eu pegarei você ok?

- Eu não quero ir – disse e um soluço me escapou pela boca porém tratei logo de conter, ela olhou para o pai e ele assentiu, ela me abraçou tão apertado em seguida desceu correndo do meu colo e saiu apressada sumindo das nossas vistas.

Encarei o novo casal e eles me olhavam vitoriosos, eu encarei por onde minha filha passou e o meu coração de mãe dizia ter algo errado, como ela estava tão afetada? como eles poderiam dizer para ela que eu era desse jeito? Eu sabia que isso partiria deles.

Enxuguei as lágrimas e me levantei, caminhei até parar de frente para eles, fiquei os encarando por alguns segundos que pareciam horas e cheguei a conclusão de que eles eram um monstro tão cruel e manipulador que eu teria que ter cuidado com o que eu faria a partir de agora ou a minha convivência com a minha filha nunca mais seria a mesma.

- Diga o que quer com palavras – indaguei encarando Robert

- Convença a nossa filha de que ela tem que aceitar o meu casamento com Edna e também o bebê no ventre dela

- eu sei o que quer Robert – revelei e encarei Edna – vocês querem que tudo permaneça como se a minha presença não significasse nada – eles continuaram me encarando, eu sabia que eu estava certa, sorrir de maneira sarcástica – nunca vai ser igual, sabe porquê? – indaguei porém não esperei por respostava, olhei para a minha antiga funcionária vestida com uma roupa igual a uma de muitas peças de roupa que eu tinha – porque ela não sou eu, porque tudo o que eu fiz ou faço ela não conseguirá realizar nem um por cento, olha ao redor? Nem o jardim em uma semana conseguiram manter, quem dirá tudo o que estão tentando fazer.

- Você não sabe o que diz – acusou a secretária – sua praga não funcionará

- Não é praga querida é somente a verdade – disse firme – além de ignorante é burra

- Olha o respeito, você está na minha casa – exigiu Robert ao segurar em meu braço quando eu tentei passar, olhei para as suas mãos firmes em um aperto forte em seguida o encarei

- Você não percebe Edna? – indaguei para ela que me encarou confusa – em toda oportunidade que Robert tem ele procura me tocar.

- Sua maldita – disse ela e me acertou com um tapa inesperado, eu sorrir e a encarei, eu tinha que me manter como vítima, mas eu sabia que ela era apenas uma mulher invejosa que usa e deixa ser usada, ela não era inteligente e com pressão ela não saberia o que fazer a não ser enlouquecer

– Assim como eu caí, uma hora chegará a vez de vocês, e não se preocupem, eu farei com que seja logo, terei a minha filha de volta, e não ousem manipulá-la porque eu seria capaz de enterrar vocês dois vivos de mãos dadas nesse mesmo jardim e celebrarei uma festa de homenagem em cima de suas covas, brindarei com o melhor vinho enquanto suas vidas se esvaem de seus corpos.