Miguel
Quem eu quis enganar com aquele meu papo? Que eu não pensaria mais em Júlia? Ontem, depois do jantar, fui para o meu quarto e ela não saiu dos meus pensamentos.
Foi por isso que decidi chamá-la para morar aqui. Além disso, contratei-a para fazer companhia a Maria.
Por isso, informei ao meu segurança e motorista, Tales, que iríamos sair. Ele é meu homem de confiança. Vesti uma roupa qualquer e partimos.
Minha intenção era ficar no carro mesmo, apenas queria vê-la de longe, mas jamais imaginei que iria descobrir de forma tão agressiva que a família de Júlia era tão tóxica.
Por que algumas pessoas são pais e sequer se esforçam para serem bons nisso? Afinal, as crianças não pedem para nascer. Por que descontar suas frustrações nos filhos? Isso é algo que eu não entendo. Neste momento, sentia raiva da família dela.
Pensando nisso, decidi ligar para Fernando. Ele atendeu no primeiro toque.
— Fala Miguel, a saudade bateu foi ?— disse Fernando bem humorado.
— Fernando, alguém que cresceu sendo rejeitado pelos pais e maltratado pelos mesmos precisa de ajuda profissional, não é ? — respondi, sinceramente.
Houve um momento de silêncio do outro lado da linha, e então, muito sério, ele me respondeu:
— Sim, pode ser muito útil buscar ajuda profissional em uma situação como essa. Crescer sendo rejeitado e maltratado pelos pais pode ter um impacto significativo na saúde mental e emocional de uma pessoa, e buscar ajuda de um profissional qualificado pode ser uma forma eficaz de lidar com os efeitos dessas experiências.
Respirei fundo e pedi para ele:
— Marque uma consulta no nome de Júlia, com a melhor psicóloga do nosso hospital.
Fernando é meu primo e meu melhor amigo desde a infância, então ele sabe quando algo me tira do sério. Percebendo isso, ele me perguntou:
— Miguel, você está bem ? Quer conversar sobre o que aconteceu ?
Contei-lhe tudo e disse que estava querendo encher o pai de Júlia de porrada. Ele me aconselhou dizendo:
— Sugiro que você encontre uma maneira mais saudável de lidar com suas emoções negativas, cara.
Era óbvio que Fernando não me diria algo que não fosse isso. Ele acredita que tudo se resolve com uma boa conversa. Eu também acredito, mas há pessoas que só parecem entender de outra forma, mesmo que não seja a forma correta de agir.
E ainda mais, por fazer parte de um sistema secreto, eu conhecia o quão ruins e podres certas pessoas poderiam ser.
De certo modo, esse meu jeito frio e imponente se deve a isso, às minhas missões secretas, onde eu preciso ser o mais brutal possível.
Então, encerrei a chamada com Fernando, o qual ficou de me informar assim que marcasse a consulta para Júlia.
Ontem, da minha janela, vi ela no jardim. Eu admirava sua beleza em meio às flores e árvores frutíferas.
Aproveitei isso e deixei uma breve carta em sua cama. Mas, enfim, não sei mais o que fazer em relação a ela. Há dois dias, eu estava furioso com ela. Mas, nesse momento, eu apenas a queria perto de mim.
Quero algo que nem eu sei o que é. O jeito dela mexe comigo mais do que eu pensava ser possível. Eu a quero. Isso é inegável. Eu a quero sexualmente, mas é mais do que isso.
Eu quero protegê-la de tudo e de todos, e isso chega a me assustar. Como posso me sentir assim por alguém que nem conheço direito? Precisava tomar o controle disso antes que tudo saísse dos eixos.
Decidido a permanecer em casa, fui até meu segurança, Tales, e o chamei para treinar comigo. Precisava dar alguns socos, mas apenas o saco de boxe não seria suficiente.
Assim, fiquei horas na academia treinando com ele. Em certos momentos, tive que me conter, pois poderia machucá-lo, tamanha era minha fúria com tudo o que estava acontecendo.
Já estava na hora do jantar quando saí da academia. Tomei um banho demorado, vesti uma calça moletom cinza e uma camiseta preta de manga longa e fiquei descalço. Gosto de andar descalço dentro de casa.
Quando desci para jantar, apenas Maria estava comigo à mesa. Perguntei sobre Júlia e por que ela não iria jantar conosco. Maria então me disse:
— Ela me disse que não estava com fome.
Então, ela prosseguiu me dizendo:
— No momento em que eu disse a ela que havia uma biblioteca aqui, ela não quis saber de mais nada. Ela apenas tomou um banho e, como não quis jantar, foi para a biblioteca. Os olhinhos dela até brilharam, meu menino, quando mencionei a biblioteca.
Maria disse isso com um grande sorriso no rosto. Pude ver que a mesma estava criando uma grande afeição por Júlia. Parece que essa garota soube como nos conquistar.
Logo após o jantar, Maria me disse que iria se recolher para descansar. Ela foi até a biblioteca onde Júlia estava para dar boa noite a mesma, enquanto eu subi para o meu quarto, escovei os dentes e comecei a ler algum artigo até sentir sono.
No entanto, após alguns minutos, senti uma enorme curiosidade e vontade de ver Júlia. Então, fui até a biblioteca da minha casa.
Cheguei lentamente e fiquei paralisado ao ver Júlia novamente com um short e uma longa camiseta que cobria o mesmo.
Havia uma poltrona que girava na minha biblioteca, e ela estava deitada nessa poltrona, com a cabeça inclinada para trás e seus cabelos estavam presos em um coque frouxo, pernas levemente erguidas no encosto da poltrona, segurando um livro um pouco acima da cabeça enquanto lia.
Ela dava impulsos na poltrona para fazê-la girar, e eu me senti tonto com a cena. Ali, naquela posição, ela parecia uma deusa cercada por livros, e eu por um breve momento, pude vislumbrar um futuro ao lado dela.
Me aproximei dela, cada vez mais excitado com a visão, e quando a cadeira girou mais uma vez, nossos olhares se encontraram. Ela me viu ali, totalmente excitado e duro por ela. Tomando um susto, Júlia se levantou abruptamente, completamente vermelha de vergonha.
Ela guardou o livro, deu boa noite e ia passando por mim, quando segurei seu pulso. Sua respiração estava acelerada, assim como a minha quando nos olhamos profundamente.
Eu percebi que ela também podia sentir a tensão sexual entre nós, mas mais do que isso, sentia a conexão que existia entre nós. Ela olhou com seus olhos um pouco alarmados para o pulso ao qual eu segurava e depois para mim.
Sem saber muito bem o que dizer, ela começou a falar, mas a interrompi. Com a voz um pouco baixa e rouca devido à minha excitação, olhei para a minha ereção, que estava muito evidente, e depois para ela, dizendo:
— Olha Júlia, como você me deixa.
Completamente apavorada, ela me olhou, e eu percebi seu desconforto, então a soltei. Ela saiu praticamente correndo da biblioteca.
E eu voltei para o meu quarto rapidamente. Entrei no banheiro e, depois de muito tempo sem fazer isso, me aliviei com minhas próprias mãos, como a muito tempo não fazia.
Enquanto fazia isso, meus pensamentos eram preenchidos com Júlia girando naquela cadeira com aquele short e aquela imensa camiseta, cercada pelos livros daquela biblioteca.
Jamais imaginaria que algo assim me excitaria. Essa imagem me deixou em um nível de excitação absurda. Me pergunto se ela despertou algum fetiche em mim.
Júlia está me deixando muito confuso e eu sinto que preciso tomar uma decisão definitiva em relação a essa situação.
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Atualizado até capítulo 82
Comments
Fabi Ribeiro
quero vê logo esses dois se pegando
2023-06-19
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