BOs dias foram se passando, Marcos e Melissa continuavam sua rotina, se falavam constantemente via chamada de vídeo e mensagem. Se encontravam pessoalmente a cada 15 dias. Geralmente Marcos viajava até monte Azul Paulista Eram os primeiros dias de dezembro, as festas de final de ano se aproximavam.
Marcos havia encontrado um trabalho para Melissa, ela trabalharia na redação de um jornal local. Ela teria que se apresentar na empresa em 3 de janeiro de 2018. Melissa dizia aos pais que estava feliz, pois ficaria no kitnet alugado por Marcos, o aluguel estava pago até outubro daquele ano. Com o dinheiro que economizaria, ela poderia investir em um projeto pessoal, com o qual sonhava há longa data e guardaria dinheiro.
Melissa parecia querer fugir da presença de Sérgio e Maria. Ela não se sentia à vontade junto a seus pais e o mesmo acontecia com eles em questão a ela. Mas agora ela só queria Marcos, ela a fazia se sentir segura, leve e esperançosa. Marcos por sua vez sentia-se ansioso para o próximo passo de seu plano de justiça por Camila.
Em 24 de dezembro era madrugada Marcos dirigia para a cidade de Melissa, ele comemoraria o Natal com a família dela e ela passaria o ano novo com ele. Marcos como de costume ficou hospedado no Hotel.
Marcos chegou ao endereço da casa de Cristina, uma irmã de Sérgio. Era uma casa grande de arquitetura comum. Lá se reuniam muitos sobrinhos e cunhados de Maria. Ele foi apresentado a cada familiar. Em seguida ele olhou a sua volta, na varanda e não viu Melissa. Ele adentrou a casa e foi olhando cômodo por cômodo. Nada de Melissa. Ele então saiu pela porta da cozinha chegando a um quintal nos fundos da casa. Ele observou Melissa sentada solitária em uma cadeira de jardim. Ela estava tomando um copo de suco. Ele então disse:
-Feliz Natal Mel!
Ela olhou para ele surpresa, foi até ele, o abraçou e disse:
- Feliz Natal Amor! Que bom que você veio!
Eles se beijaram. Foi um beijo longo com sabor de espera, saudades e vontade. Naquele local havia muito barulho, devido às conversas e música. Marcos pegou Melissa pelas mãos e saíram para um passeio. Eles entraram no carro, e ele dirigiu até a avenida dos ipês brancos. Não haviam flores. As árvores estavam enfeitadas com luzes de natal e o ambiente era lindo. Marcos então perguntou:
- Mel, hoje quando cheguei você estava triste?
- Sim Amor, eu estava triste porque após meus 23 anos, nenhuma festa comemorativa tem sido igual. Passei a maioria delas sozinha, as vezes na casa de um namorado ou uma amiga.
- Porquê?
- Eu cometi um erro quando tinha 23 anos, para não enfrentar a verdade e meus pais. Eu preferi ir embora. Esses parentes do Sérgio me odeiam e julgam por isso. É impossível falar nisso hoje, me desculpe!
- Tudo bem Mel. Esperarei até quando você estiver confortável e quiser me contar. Nunca te forcarei a nada. Mas e seus parentes paternos e maternos?
- Minha mãe cresceu em um lar adotivo, saiu de lá com 21 anos. Não conheceu nenhum familiar. Ela foi trabalhar de secretária em uma empresa do segmento metalúrgico e conheceu meu pai. Se casaram pouco tempo depois e eu nasci.
Marcos ouvia atentamente a cada palavra e imaginava" Melissa e sua mãe tiveram uma vida com perdas, dor e tristeza. Assim como eu mesmo tive”. Melissa continuou:
- Minha avó era Janaína Tamoio, filha de índios do litoral paulista. Deixou a reserva e foi trabalhar na cidade de São Paulo. Lá ela trabalhou como cozinheira em uma empresa de pavimentação, onde conheceu meu avô. Ele era Martin Alcântara, um negro órfão desde os 15 anos. Veio do Maranhão para trabalhar na empresa de pavimentação. Se casaram e nasceu meu pai o Kauê Tamoio Alcântara. Quando se aposentaram se mudaram para esta cidade.
- Por isso você é tão linda, olha de quantas etnias você tem os genes. Mas e seu pai e avós?
-Quando eu tinha 1 ano e meio. Em 1982 meu pai sofreu um acidente de trabalho, teve o braço cortado por uma máquina, morreu na hora, aos 28 anos. Meus avós deixaram todo o dinheiro da indenização para minha mãe e eu. Assim ela comprou a casa. Meus avós eram bons, meu avô morreu quando eu tinha 8 anos e minha avó morreu quando eu tinha 12 anos. Sinto falta deles.
Marcos entendeu que Melissa estava sozinha, já que nem mesmo sua mãe parecia gostar dela. Esse fato era perfeito para seu plano. Ele percebeu que precisava revelar seu outro sobrenome. Logo ela saberia que ele era Marcos Mansur, ou Marcos Freire Mansur. Ele teria que pensar em algo. Rapidamente ela poderia ligá-lo a Camila Mansur e Jonas Fialli. E todo seu trabalho de conquista-la teria sido em vão.
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Atualizado até capítulo 82
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