Capítulo 16

Nicollas

As palavras da Mariana foram duras? Sim!

Mas também necessárias. É realmente uma reflexão que tem que ser feita.

Isy é apenas uma bebê, ainda não tem consciência das coisas, mas já sentiu o laço sanguíneo que temos falar mais alto, assim como eu, e tivemos uma forte ligação.

Entrar na vida, no mundinho dela e depois descobrir que não era isso o que eu queria, me afastando dela, seria cruel.

Mas, eu não posso negar, mesmo a tendo em meus braços por poucos minutos, eu já tenho uma certeza incrível de que daria minha vida por ela. Sinto um amor enorme por essa pessoinha sorridente e rechonchuda em meu colo.

- Mariana, eu te entendo. - digo, encarando a morena à minha frente, que agora me encara com uma postura séria, digna de uma verdadeira leoa zelosa por sua cria. - Você tem todos os motivos pra temer minha aproximação, porque mesmo que a Isy seja uma bebê ainda, ela sente o afeto e carinho, e também sentiria se eu fizesse parte da vida dela e pois me afastasse. Mas acredite, não será esse o caso. - respiro fundo e olho minha filha, que agora dorme tranquila e serena.- Eu vim aqui hoje com a intenção de pedir para fazermos um teste de paternidade, e depois caso o resultado fosse positivo, assumir a responsabilidade, registrar a Maria Isis como minha filha e cumprir com a responsabilidade financeira de pai, e só isso! - ela me olha, séria, mas vejo um pouco de decepção em seu olhar e total desaprovação nos olhos dos meus pais. - Mas eu estava enganado! Quando olhei pra esses olhinhos tão espertos, essa carinha fofa, esse sorriso banguela...acredite, eu me derreti inteiro por essa mocinha fofa! Não fazia a mínima ideia de que pudesse existir um sentimento tão forte e tão instantâneo, mas agora eu sei, e eu quero fazer parte da vida da nossa filha. - seguro a mão dela, que está gelada pelo nervosismo. - Eu não sei como ser pai, afinal eu nunca tive filhos...- sorrio, também nervoso. - Mas eu espero que você me ajude a me tornar o melhor pai que nossa pequena Isy pode ter. - olho pros meus pais. - Eu tive ótimos exemplos em casa, pois meus pais foram os melhores pais que eu poderia ter. Mas agora eu é que tenho que me esforçar pra acertar com a minha princesinha. E também acho totalmente desnecessário fazermos um teste de DNA já que eu tenho total certeza de que Maria Isis é minha filha.

- Pois eu faço questão de fazermos o teste. - ela diz, me deixando surpreso. - Não quero que reste dúvida alguma sobre a paternidade nem dar munição para possíveis ofensas contra a minha pequena. - diz, séria. E quanto à ser pai, o Sr. não vai acertar sempre. E está tudo bem. Ninguém acerta o tempo todo, mas erramos fazendo o nosso melhor, e aprendemos com os erros. E o que importa de verdade é estar verdadeiramente empenhado em ser pai na prática e não só no papel. - ela olha com carinho pra nossa filha. - Eu fico feliz que minha filha vai ter o pai junto dela...

- Nossa filha! - digo e ela acena levemente. - E...bom...quanto a nós eu...

- Não se preocupe.- ela me interrompe. - Nós somos os pais da Isy, apenas isso. Vamos tentar ter uma relação o mais amigável e respeitosa possível e fazer o melhor pra nossa filha.

Eu fico encarando a moça que agora parece bem decidida e firme em suas palavras.

Mas o que você esperava, Nicollas? Que ela pulasse no seu colo e dissesse que te ama? Que nunca te esqueceu e que você foi o único amor da vida dela? ...bom, na verdade acho que eu esperava isso mesmo!

- Bom, eu só quero saber se o meu emprego ainda...

- Sua vaga como minha secretária pessoal está garantida e você começa hoje! - digo, rapidamente. - Se não houver problemas para você, ter que ficar próxima à mim todos os dias. - digo, com um sorriso de canto.

- Problema algum. - ela se levanta e estende os braços, pegando nossa filha. - Somos adultos e vamos saber separar bem as coisas, afinal de contas,na vida pessoal somos apenas pais da Maria Isis, nada além disso!

Dito isso, ela pega a bolsa da nossa filha e põe no ombro. Depois pega sua própria bolsa pessoal e pendura no braço, tudo isso se equilibrando em cima dos scarpin de salto alto, com uma destreza impressionante, sem ao menos acordar nossa bebê que continua dormindo em seus braços...como ela consegue?

Fico olhando a cena, até minha mãe me dar um tapa no braço, o que faz a Mariana rir discretamente.

- Ajuda a moça, menino! - minha mãe diz, entre os dentes.

- Não precisa, dona Sofy. Estou acostumada a carregar essa bolinha e nossas coisas e ainda pegar o metrô. - pisca pra minha mãe. - Bom, a Van vai passar logo, eu vou descendo.

- Não, querida! Nem pensar.- minha mãe diz. - O Nicollas faz questão de levar vocês, não é filho?

Eu estava ainda sob o efeito doloroso do tapa da minha mãe...oh baixinha da mão pesada!

- Eu? - olho pra ela, que faz aquela cara de mal.- Claro! Eu levo, com certeza.

- Não precisa, Sr. Não quero incomodar, e também não tenho bebê conforto...- diz meio sem graça.

- Resolvemos isso no caminho. Vamos à shopping comprar cadeirinha, bebê conforto, cartinho, roupas...- minha mãe diz, animada.

-Mas senhora Sofy. ..- Mariana tenta questionar.

- Para de me chamar de senhora, menina! - Diz, revirando os olhos.- E eu quero mimar minha neta, posso? Vamos logo, vocês são muito lentos!

Ela pega a bolsa da Maria Isis e me entrega, depois sai puxando Mariana para o elevador.

meu pai só observa a cena é sorri, negando.

- Pai, como o senhor aguenta isso? - digo, indignado.

- Depois de tantos anos, a gente se acostuma. - ele dá de ombros. - E eu não vivo sem minha pimentinha. - diz, com cara de bobo apaixonado. - Mas quanto a você, meu filho...- ele toca meu ombro. - Te desejo boa sorte, porque pra você conquistar a baixinha ali.- ele aporta com o queixo na direção da Mariana, que sorria com algo que minha mãe disse. - Tu vai ter que suar a camisa e mudar muito. Ela é pior que tua mãe!

Eu tô ferrado? Poh@...e como!

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É um pássaro? É um avião? Não, queridas Leitoras, é uma vaca voando...🐄🐄🐄🐄🤣🤣🤣

É cedo pra dizer...que comecem os jogos?

Dá play Mari, porque tu tá ganhando de 1x0😏*.

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