Capítulo 14

Nicollas

Eu fiquei tão comovido com a reação daquela moça. Como ela pôde achar que eu tiraria a filha dela?

Eu percebi, naquele ato de desespero, o quanto essa mãe ama a filha, e meu coração se encheu de felicidade por saber que mesmo eu na estando presente, minha filha foi muito, muito amada por sua mãe.

Minha mãe tentou se aproximar, mas eu neguei, e gentilmente afastei a Mariana das minhas pernas. Ela chorava, desesperada, implorando pra que eu não tirasse a Isy dela.

Eu me abaixei e entreguei nossa bebê à mãe. Mariana abraçou nossa filha como se quisesse protegê-la do mundo, e eu vi quão grande e verdadeiro era o amor que ambas sentiam, pois minha princesinha tocou o rosto molhado da mãe e ficou olhando pra ela, como se quisesse tranquiloza- la.

Eu encarei as duas, numa conexão tão bonita, e sem pensar muito, envolvi ambas em meus braços.

Mariana se assustou e me olhou, confusa e temerosa, mas eu sorri e encostei sua cabeça em meu peito, enquanto afagava os cabelinhos da nossa filha, que estava entre nós dois.

- Eu nunca tiraria sua...- respiro fundo. - Nossa filha! Eu nunca tiraria nossa filha de você. - digo e beijo o topo de sua cabeça. - De agora em diante, eu vou cuidar de vocês, vou protegê-las de tudo, e ninguém vai separar vocês duas, eu te dou minha palavra. - eu me afasto o suficiente para olhar aqueles olhos castanhos e assustados. - E eu sempre cumpro a minha palavra, pequena.

Ela chora baixinho e desvia o olhar, parecendo envergonhada.

- Obri...obrigada, moço. Minha filha é tudo que eu tenho de mais precioso nessa vida...

- Eu imagino. - acaricio os cabelos dela, que se encolhe feito criança assustada. - Não precisa ficar com medo de mim, menina. Eu não vou fazer nada contra você, eu prometo.

- Eu sei...- diz, baixo.

Então me recordo do que minha mãe falou. Ela era virgem quando ficamos juntos, nunca sequer tinha tido um namorado, ficou envergonhada por ter se entregado à um estranho...que no caso sou eu. Então ela deve estar morrendo de vergonha de mim, do que estou pensando dela, e isso juntou com o medo de eu tirar nossa filha dela por eu ter dinheiro.

Respirei fundo. A mesma leoa que Cuidou sozinha da Maria Isis agora parece um coelhinho assustado e indefeso...ah, Mariana, como eu sinto vontade de te proteger.

Me levanto devagar e a ajudo a levantar também. Depois olho pros meus pais, que me encaram com um sorrisinho de canto...eles não tem jeito.

- Pai, o senhor pode levar minha mãe pra tomar uma café? - digo e vejo minha mãe fechar a cara.

- Que café o que, menino?! Eu quero é pegar minha neta, não é bebê da vovó? - ela vai na direção da Mariana, que ainda parecia assimilar tudo, tadinha. - Desculpe, querida.Eu quando te conheci jamais imaginei que você fosse a mãe da minha neta que eu sequer sabia que existia. Mas acredite, estou tão feliz por ser você a mãe desse pequeno presente precioso que a vida nos deu. - diz, puxando Mariana e Isy para seus braços e as enchendo de beijos...minha mãe sendo minha mãe!

- Obrigada, dona Sofy. - Mariana diz, tímida. - Mas como pode ter tanta certeza?

Minha mãe a encara, incrédula.

-Mari, querida. Só um cego não veria o óbvio! Isy é a cara do Nicollas, os olhos são idênticos e pra fechar, a marca que ambos têm nas costas. Quer mais provas que essas?!

- Ah, e não deixe de mencionar os cabelos iguais aos do vovô. - meu pai diz, todo bobo. - Ela é realmente a versão feminina do Nick. - ele olha pra Mariana. - Desculpa querida, mas ela é a xerox do pai.

Mariana sorri meio sem jeito e eu me aproximo.

- Mariana, será que podemos conversar? Meus pais podem levar a Isy até a empresa e nós os encontramos lá, o que acha? Precisamos acertar as coisas sobre a Isy, o reconhecimento de paternidade, acrescentar meu sobrenome na certidão e....

- Eu...eu não acho que seja necessário. - diz, ajeitando nossa filha em seu colo. - Nós só precisamos fazer o exame de DNA e pronto. Se quiser dar seu nome à ela não vou me opor, mas acho que por agora não precisamos conversar não.

- Como assim, não precisamos? - digo, encarando ela. - Mariana, ela é minha filha também e eu quero dar não só meu nome mas também prover as coisas que ela precisar, pagar pelas despesas dela e participar da vida dela...

- Eu não quero seu dinheiro não, moço. - diz, firme.

Pronto...lá vamos nós...

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***