Capítulo 10

"Narra Mía

Estava dormindo quando senti alguém me movendo.

Mía: Mmm mais cinco minutos.

Sr Bertha: Arquiduquesa, já é de dia.

Mía: Mas ainda estou com sono.

Sr Bertha: Vamos, levante-se antes que o arquiduque fique chateado.

Mía: Ok.

Levantei-me de mau humor, entrei no banheiro e tomei um banho. Quando saí, a Sra. Bertha já tinha tirado as roupas para mim, que consistiam em uma blusa e uma calça preta com bordado de flores.

Mía: Obrigada por me ajudar, mas não é necessário fazer isso, eu mesma posso fazer minhas coisas.

Sr Bertha: Para mim, é um prazer poder ajudá-la.

Mía: Obrigada.

Sr Bertha: Bem, vou sair para que você possa se vestir.

A Sra. Bertha saiu e comecei a me vestir. Depois de me arrumar, desci para tomar café da manhã e lá estava ele, tão bonito como sempre. Juro que se não fosse um idiota, eu o conquistaria.

Quando ele me viu, me olhou de cima a baixo.

Mía: Bom dia.

Noah: Bom dia.

Mía: Por que você está me olhando tanto, arquiduque? Tenho algo no rosto?

Noah: Não, não tem nada no seu rosto, é só que achei interessante a sua roupa.

Mía: Está dizendo isso porque estou usando calças e uma blusa, assim como você?

Noah: Bem, sim.

Mía: Então você nunca viu outras mulheres usando calças?

Noah: Como assim, agora as mulheres usam calças e blusas como os homens?

Mía: Sim, essa roupa é vendida em uma loja chamada ELEGANCE, é muito famosa porque seus designs são muito diferentes, você deveria ir lá e comprar roupas para você, pode gostar.

Noah: Não preciso ir, eu tenho meu próprio alfaiate, e você também não precisa ir, pode pedir tudo daqui.

Mía: Já disse a você que você não pode me proibir de sair daqui. Se você achou que se casou com uma mulher submissa, está muito enganado.

Levantei-me da mesa e, quando estava prestes a sair, ele segurou minha mão.

Noah: Não vá embora, não era minha intenção te deixar chateada, só acho que não é correto as mulheres usarem calças assim como nós.

Mía: Desculpe dizer isso, mas a roupa não tem nada de errado. O errado aqui é você ser machista. Pensei que você fosse diferente, mas não é, igual a todos. Além disso, já perdi o apetite.

Sai dali e fui direto para o meu quarto buscar a chave do meu estúdio, pois precisava relaxar e nada melhor do que ir tocar piano. Enquanto procurava em um dos baús, encontrei a carta que o barão me deu. Peguei e me sentei na cama.

"Eu sei que não fui um bom pai para você, mas peço perdão por todos os anos de ausência. Espero que seja muito feliz, pois comigo você não pôde ser. Saiba que te amei desde o momento em que nasceu, apenas não suportei a dor de ter perdido sua mãe, por isso te afastei de mim e pensei que ao me casar novamente você seria feliz, mas aparentemente errei, pois te fiz mais mal. Não espero que me receba de braços abertos, apenas que não me odeie tanto."

Atenciosamente, Barão Emilio Fosters"

Se o barão soubesse que já é tarde demais para pedir perdão, há muito tempo ele deveria ter pedido perdão à filha. Agora é tarde demais. Dobrei a carta e a coloquei de volta onde a encontrei.

Depois de 10 minutos, encontrei a chave, mas quando estava saindo, alguém bateu na porta. Abri e lá estava ele, parado.

Mía: E agora, o que você quer?

Noah: Só vim me desculpar com você, sei que não deveria ter dito aquelas coisas.

Mía: Está desculpado, agora pode ir embora, preciso fazer algumas coisas.

Noah: Ah, esqueci de dizer que daqui a dois dias será o aniversário do príncipe, então estamos convidados, espero que possa me acompanhar.

Mía: Vou pensar primeiro. Bem, era só isso que você tinha para me dizer?

Noah: Sim.

Mía: Ok, tchau.

Não dei tempo de ele dizer mais nada, fechei a porta na cara dele. Esperei cerca de cinco minutos para ter certeza de que ele tinha ido embora, então saí. Ao abrir a porta, me certifiquei de que ele não estava por perto e fui direto para o quarto.

Tranquei a porta e me sentei em frente ao piano, comecei a tocar um pouco de música clássica.

Em minha outra vida, sempre fui fã de música clássica. Não era a típica garota que ouvia música urbana ou ia a uma boate dançar. Definitivamente, minha vida era entediante, mas o que se pode fazer?"

Sinto algumas batidas na porta, então paro de tocar e abro a porta para encontrar a senhora Bertha em pé ali, então a deixo entrar.

Mía: O que a traz aqui, senhora Bertha?

Sra Bertha: Vim ver como você estava e trazer um pouco de comida.

Mía: Obrigada por se preocupar comigo e como soube que eu precisava de comida?

Sra Bertha: Uma das empregadas me disse que a escutou discutindo com o arquiduque e que, quando foi levar a comida, você não estava.

Mía: Mmm, sim.

Sra Bertha: Tente se dar bem com ele.

Mía: Tento, mas quando estamos bem, ele faz ou diz algo tolo.

Sra Bertha: Meu filho não era assim.

Mía: E como ele era?

Sra Bertha: Era alegre, cavalheiro e apaixonado, mas um dia essa alegria que havia nele desapareceu, ele sempre estava irritado. Os senhores, ao verem seu comportamento, decidiram enviá-lo para a fazenda que eles têm nos arredores da cidade, mas foi pior porque sempre que podia, ele se embriagava. Tentamos descobrir o que estava acontecendo, mas ele nunca nos contou.

Ao assumir seu lugar como arquiduque, ele ficou sério e frio, pelo menos não bebe mais. Os senhores foram para a fazenda e me deixaram aqui para sempre cuidar dele. Quando o senhor o casou com você, pensei que era uma má ideia, mas ao conhecê-la melhor, percebi que você é a cura. Eu sei que você pode me devolver meu filho.

Mía: Mas não sei como fazer isso, primeiro eu teria que saber o que aconteceu com ele.

Sra Bertha: Sei que encontrará uma maneira de descobrir, tenho fé em você.

Mía: Obrigada.

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