capítulo 4 - O encontro

- Vou preparar os cavalos! Eu encontrarei a senhorita no portão da saída. ( Thomas age formalmente na presença de Charles.)

- Estarei lá guarda Thomas! ( Luara fala sorridente.)

- No jantar me conte a sua experiência minha filha, adeus.

( Charles beija a testa de Luara e vai em direção a mesa com o café da manhã.)

Luara estava suada e tensa, pois seria a primeira vez que veria as casas dos camponeses e paisagens com a vista totalmente plana, pois o pouco que ela via era quando ia de carroça a missa com os seus pais.

- Senhorita Luara? Pode subir. ( Thomas pega na mão de Luara e a leva até o cavalo.)

- Obrigado Thomas, pode parar com a formalidade, não tem ninguém por perto.

- Ok Luara, como desejar. Então para onde deseja ir? ( Thomas olha o horizonte animado com a sua saída com Luara.)

Caro leitor para a melhor vizualização do cenário, abaixo estará a imagem dos personagens:

Luara, 18 anos

Inglaterra, 1589

*Thomas Margot, 21 anos

Inglaterra, 1589

Continuando* ...

- Desejo ir até alguns vilarejos, quero conhecer o povo do qual meu pai tanto comenta. ( Luara na realidade estava á procura de alguém que pudesse ajudar a desvendar os mistérios do seu cordão e o que ela vivenciou depois de obter ele.)

- Se me permite, o que seu fala a respeito do povo? ( Thomas fica interessado em saber a forma que Charles pensa sobre os mais carentes.)

- O meu pai diz coisas do qual me envergonho! Fala que eles são sujos e fedidos. Que eu não deveria tocar em ninguém, porque tem muitas bruxas disfarçadas que pode querer me amaldiçoar.

( Ela fixa o seu olhar na trilha á frente, como se fosse descobrir o mundo.)

- O seu pai se importa com as aparências, isso não é incomum. O povo está miserável por culpa do Clero e todos os padres burgueses que abusam dos impostos do povo. ( Thomas fica bem sério e fala olhando fixamente para Luara.)

- Eu sempre suspeitei, mas o que posso fazer? Sou apenas uma garota que pratica a leitura e que em breve irá se casar com qualquer homem do interesse do meu pai. ( Luara fica com a expressão do seu rosto caído e triste.)

- Não pense sobre isso Luara, às vezes a vida nos entrega rumos e escolhas diferentes. ( Thomas sorri para ela, tentado lhe dar esperança de algo novo.)

- Veja Thomas! A primeira cabana do vilarejo, que pequena. ( Luara cria sorrisos largos e com o seu dedo aponta para uma cabana de madeira bem velha.)

- Sim, é a casa dos Bartoz. Eu os conheço, são pessoas simples e boas. ( Thomas fica surpreso com o alvoroço de Luara.)

- Deve existir muitas pessoas boas, como também ruins. Vivemos em um mundo assim. ( Os dois cavalgando em direção a um vilarejo muito movimentado.)

- Eu tenho uma curiosidade, como sabe cavalgar tão bem? ( Thomas fica impressionado com a forma que Luara tinha uma conexão muito boa com o cavalo.)

- Meu pai levava alguns fazendeiros com os cavalos para eu treinar a montaria no jardim.

Ele levou 5 anos para construir aquele espaço para eu não me sentir tão presa. E o medo de me perder era tão grande, que acabou criando aquele jardim enorme.

( Ela repara os cabelos de Thomas voando em uma brisa leve e delicada.)

- Quando você fala que seu pai é protetor, realmente ele é extremamente. ( Thomas se assusta um pouco com as atitudes do pai de Luara, mas cada vez se senti mais á vontade de estar perto dela.)

- Nossa, quantas pessoas! ( Luara desce do cavalo com a ajuda de Thomas, no centro do vilarejo.)

- Sim, no centro as pessoas vendem animais, frutas e variados. ( Thomas acompanha Luara e observa as suas reações, afinal ela vivia trancada, e pela primeira vez estava nas vilas.)

Os dois estavam juntos conhecendo todas as pessoas humildes e crianças do vilarejo e Thomas vendo que Luara tinha um coração bondoso, aceleradamente começou a sentir algo diferente por ela. E naquele momento observando os cabelos longos e castanho e seu sorriso encantador, aos poucos percebia que seu coração estava sendo roubado. Luara também se encantava com o Thomas, o seu porte forte e seu cabelo ondulado loiro, sua boca charmosa e um sorriso cativante fez com que Luara sentisse uma queimação em seu coração. Mas o seu foco não era o amor ou paixão, e sim saber sobre a sua mãe e quem lhe fez carregar aquele cordão.

Depois daquele passeio ao vilarejo, Thomas retornou com a Luara para a casa.

- Obrigado Thomas, eu estou apaixonada por aquelas pessoas! Quero ajudá-las de alguma forma. Talvez levar alguns suprimentos e aquelas crianças? São tão carinhosas! ( Luara desejava ajudar a todos, não conseguia se contentar em ver pessoas carentes passando fome.)

- Se acalme Luara, fico feliz em despertar essa bondade em seu coração. Podemos conversar com as criadas para separar algo, criaremos uma maneira. Mas seu pai não pode saber, terá de ser segredo.( Thomas não resiste os desejos de Luara e embarca nas ideias de ajudar o próximo.)

- Sim, será uma maravilhosa idéia! Obrigado pelo magnífico passeio Thomas, meu pai não poderia ter convocado alguém melhor.( Luara demonstra um pouquinho do seu interesse por Thomas.)

- Fico lisonjeado! Mas você traz vida e alegria Luara, você é uma moça especial. Até amanhã, estarei aqui. ( Thomas beija a mão de Luara delicadamente.)

Luara senti um calor imenso com o beijo suave de Thomas em sua mão direita, abre um sorriso e segue em direção a entrada de sua casa.

Continua ...

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