...CAPITULO 4 - EMERGÊNCIA...
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...Belle...
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EU ACORDEI me sentindo meio para baixo e novamente me lembrei que não estava tomando minhas vitaminas. A maioria das pessoas não toma vitaminas diárias regularmente, mas eu preciso tomar desde criança, pois senão me sinto muito enjoada e cansada.
Eu também tive que tomar remédio para minha depressão durante um tempo, era uma dosagem baixa, mas isso me ajudou a passar pela escola e outras coisas sem me sentir muito mal comigo mesma.
Não tomar esses remédios foi a razão pela qual tive um colapso na primeira vez que vim aqui, já que foi muito difícil para mim lembrar de tomar e os despertadores nunca funcionaram bem para mim.
Olhei ao redor ainda deitada na cama e percebi que ainda estava tudo escuro. Suspirei, olhei para o meu celular e vi que ainda eram três da manhã.
Eu odiava me acordar de madrugada, ainda mais quando eu não me sentia bem. Era muito cedo para tomar meu remédio agora, mas de jeito nenhum eu ia conseguir voltar para a cama.
Me levantei e logo, olhei meu reflexo no espelho. Meu pijama estava um pouco revelador, mas eu estava me sentindo muito desconfortável para vestir outra roupa e também imaginei que todos estavam dormindo naquela hora, não tinha perigo de esbarrar em ninguém além de mim.
Então, suspirei e calcei meus chinelos, agarrei o meu coelhinho de pelúcia e calmamente, sem fazer barulho, saí do meu quarto. Tomar um copo de leite morno era o que geralmente me ajudava a dormir. Fui até a cozinha e peguei um copo, contanto que eu lavasse eles não se importavam se eu usasse.
Porém, parei diante da geladeira quando vi que não tinha leite. Suspirei desanimada. Eu realmente tinha que encontrar um emprego, odiava tanto isso e também odiava meu irmão por fazer isso comigo.
O jeito foi encher meu copo com água e comecei a beber. O gosto era nojento e eu sabia que não ir consegui dormir sem meu leite morno.
"O que você está fazendo acordada?" A voz de Kevin perguntou, de repente, no meio da escuridão, me fazendo pular de susto e derrubar o copo no chão.
*quebra*
"Oh não, não, me desculpe..." eu me desculpei vendo os cacos de vidro no chão e comecei a chorar.
"Shhh, está tudo bem." Kevin falou baixinho, se abaixando para juntar os cacos do copo.
"N-n-não, eu sou m-muito d-d-esastrada." Eu solucei, eu estava muito sensível naqueles últimos dias.
"Que porra vocês dois estão fazendo aí?" Richard resmungou aparecendo na porta, ele parecia sonolento.
"Eu a assustei e ela quebrou um copo." Kevin explicou calmamente enquanto eu tentava enxugar minhas lagrimas.
"E daí, é melhor ela pagar por isso." Richard rosnou, meus olhos se arregalaram.
"Não tenho nem leite nem comida, como posso comprar um copo!?" Eu chorei ainda mais, em desespero.
"Quem se importa? Você VAI pagar por isso!" Richard falou entredentes, me deixando ainda mais triste.
"Te odeio." Eu disse e depois, corri.
"Espere, não! Seu pé!" Kevin gritou e só nessa hora, eu olhei para o meu pé e me assustei quando vi o sangue escorrendo por ele. Mas, eu estava tão triste e revoltada com Richard que não me importei. Eu empurrei o peito de Richard com força, fazendo ele dar um passo para trás, e corri cambaleando para o meu quarto.
Ele não estava diferente, não merecia ser perdoado, ainda era o mesmo babaca sem coração, me senti uma idiota por ter acreditado no que ele tinha dito naquele bilhete, eu o odiava, o odiava, o odiava, odiava!
Eu gemi quando a dor no meu pé aumentou. A sensação era que tinha uma agulha dentro. Fechei os olhos e respirei fundo, procurando ficar calma, mas a dor só aumentava. Olhei para o meu pé de novo e meus olhos se arregalaram quando vi que ele estava inchado.
Acho que devo ir para o hospital.
Rapidamente, troquei de blusa, coloquei um suéter grande e um sapato em um dos pés. Coloquei meus documentos dentro de uma sacola e manquei silenciosamente para fora da casa. Mas, fui descoberta ao chegar na varanda.
"Onde diabos você está indo!?" Richard rosnou fumando um cigarro, parecendo irritado e preocupado.
"Emergência." Eu respondi asperamente enquanto tentava mancar para o meu carro. Eu estava cansada, então parei de andar para recuperar forças.
"Por que você precisa ir lá?" Ele perguntou se aproximando de mim, eu dei as costas para ele e me sentei no chão da varanda.
Diante da luz da varanda, desamarrei o pano em volta do pé e mostrei a ele o enorme pedaço de xícara que saía do meu pé e era fundo o suficiente para precisar de pontos.
Eu observei quando seus olhos se arregalaram e sua boca se contorceu, e um brilho estranho apareceu em seus olhos enquanto seu corpo ficava tenso.
Ele então, jogou o cigarro no chão e pisou nele com força, como se ver aquilo tivesse o irritado muito.
Depois, caminhou em minha direção como se fosse um predador prestes a caçar e matar sua presa. No entanto, ele não me matou, ele me colocou nos braços e me carregou até um Mercedes preto. Eu tentei me soltar, mas ele me segurou com muita força e eu gemi, pois, seus braços eram fortes como pedras.
"Me deixa ir, não preciso da sua ajuda." Eu choraminguei, ele contraiu sua mandíbula e eu senti seus braços me apertarem mais forte.
"Senta essa linda bunda no meu carro e cala a boca." Ele respondeu, enquanto me fazia sentar no assento de couro do carro.
"Você acabou de me chamar de linda?" Eu perguntei e ele revirou os olhos enquanto fechava minha porta.
"Cale-se." Ele murmurou, mas pude ver um leve sorriso em seus lábios quando ele se sentou no banco do motorista.
"tanto faz." eu ri, eu sabia o que tinha ouvido.
Ele era tão impulsivo e mal-humorado, mas, novamente, ele não estava agindo da mesma maneira. Em um momento eu o odiava e no próximo eu deixava que ele me carregasse nos braços para dentro de seu carro e me levasse para o hospital.
Quando chegamos, ele saiu do carro e me ajudou a sair. Mais uma vez ele me pegou e me carregou nos braços, desta vez eu não reclamei mesmo que minhas bochechas estivessem vermelhas e eu não conseguisse tirar da cabeça toda a merda que ele me fez passar só porque eu era inocente.
Por sorte, a sala de emergência estava basicamente vazia, então entramos rapidamente. A enfermeira parecia intimidada pelo olhar de Richard, enquanto dois enfermeiros tiravam o caco de vidro do meu pé e eu apenas chorava de dor. Richard esfregou minhas costas durante o processo, o que me deixou surpresa e acolhida ao mesmo tempo.
Eu sabia que a enfermeira provavelmente estava pensando o pior sobre a cara sombria de culpado do Richard e o fato de eu estar com roupas rosa brilhante.
"Você está pronta para os pontos?" A enfermeira perguntou, eu funguei.
"S-s-sim." Eu respondi insegura. Então, eles colocaram anestesia no meu pé.
Ela começou a enfiar a agulha no meu pé e eu chorei quando doeu. A anestesia só funcionou até certo ponto, mas eu era um bebê quando se tratava de dor. Richard estava apenas observando e esfregando minhas costas calmamente enquanto ela colocava 7 pontos no meu pé. Fiquei surpresa com o dano que aquele copo causou ao meu pé.
No final, o médico disse que eu teria de andar de muletas por algum tempo até os pontos cicatrizarem. Espero conseguir me locomover bem de muletas, eu era muito desajeitada e conseguir um emprego seria ainda mais difícil agora que tinha o pé doente.
Passada a dolorosa costura, enfaixaram meu pé e me disseram como cuidar e quando teria que voltar para tirar os pontos.
Richard me carregou de volta para o carro. Eu ainda tinha que aprender a andar de muletas, então, não podia andar por conta própria. Ele não disse nada quando começou a dirigir. Eu estava enxugando minhas lágrimas e, por algum motivo, a enfermeira me deu um pirulito.
Isso não me surpreendeu eu já estava acostumada a ser confundida com uma menina pelas pessoas mais velhas, mesmo já tendo 18 anos. Acho que era por causa da minha aparência infantil e meu comportamento inocente que fazia as outras pessoas quererem me proteger.
Suspirei de alivio quando chegamos. Richard colocou meu corpo pequeno em cima dos seus braços musculosos mais uma vez e depois pegou minhas muletas que estavam no banco de trás.
Richard me levou para dentro de casa, todos ainda estavam dormindo e tudo estava escuro. Ele caminhou devagar até o meu quarto e me colocou na cama com um “boa noite”, o que me surpreendeu.
Antes de sair pela porta, ele parou por um momento de costas, parecia que ia dizer alguma coisa, mas acabou saindo sem dizer nada. Tudo aquilo me deixou confusa, mas eu estava tão cansada que não conseguia pensar direito.
Eu sabia que eram cerca de 6 horas da manhã e não achava que havia uma razão para eu voltar para a cama, já que não ia conseguir dormir mesmo.
Eu ainda sentada na cama olhando meu celular, quando Richard entrou de repente, eu não estava prestando atenção, então isso me assustou um pouco.
Sem olhar para mim, ele veio em minha direção e me entregou um copo, estava quente e um sorriso apareceu em meus lábios quando percebi que era leite morno.
"Obrigada." Eu sussurrei, ele deu de ombros e ficou olhando ao redor do meu quarto.
Ele se aproximou dos meus suplementos vitamínicos em cima da minha cômoda e os pegou, lendo as informações sobre o que eram.
Ele parecia bastante focado em saber o que eram aqueles comprimidos, até que ele voltou para mim, sentou-se na cama ao meu lado e abriu o frasco de vitaminas.
"Pegue isso." Ele disse sério e eu senti que não podia dizer não.
Peguei os comprimidos e engoli em seco. Ele sorriu. Tive que me controlar para não ficar vermelha, aquela era a primeira vez que eu via Richard sorrir genuinamente e por algum motivo, isso fez meu coração bater mais forte.
Eu não sabia por que ele era tão bipolar ou por que se importava tanto comigo, mas ele se importava e isso me deixava feliz. Eu gostava de ser cuidada.
"Vá para a cama, vou te acordar em uma hora." Ele falou de forma áspera, comecei a perceber que era assim que ele falava normalmente.
"OK!" Eu bocejei alto e depois, me deitei certificando de manter meu pé confortável.
Eu me aconcheguei com o coelho de pelúcia que ele me deu e juro que ouvi o som do flash de uma câmera, mas eu estava muito cansada e exausta para abrir os olhos. Eu senti o mundo começar a desaparecer pouco a pouco.
"Boa noite garotinha." ouvi uma voz sussurrar no meu ouvido, mas acho que estava sonhando.
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Atualizado até capítulo 67
Comments
Maria Osti
por favor richard continue bonzinho desse jeito
2023-09-20
7
Denise
ACHO que a irmã do Richard quebrou o gelo do Richard e dos outros rapazes. Achei muito fofo o Richard levar a Bella para o hospital, ser gentil com ela durante o procedimento e depois levá-la pra casa, colocá-la na cama e levar leite quente para ela tomar vitaminas. Sem que ela visse, ela tirou foto dela dormindo abracada com o coelhinho que ele a presenteou.
2023-07-21
0
corrinha
que história linda 🤩🤩🤩 hora dos out rapazes se aproximar também
2023-06-17
3