Assim que atravesso as cortinas a música alta do outro lado se abafa, um corredor totalmente em preto aparece na minha frente, pequenas luminárias amareladas iluminam o mesmo que segue longo, há algumas portas de ambos os lados do mesmo, no mesmo tom das paredes escuras, mas nada dele, ou melhor, deles.
Por que teria esse tipo de espaço nesse lugar? Me pergunto onde Carolina tenha me enfiado, ela é meio louca e não duvido nada que saiba exatamente o que acontece aqui seja lá o que for e simplesmente decidiu não me contar.
Escuto algumas risadas e não sei identificar de onde seria, logo em seguida um gemido, alto, me faz estremecer no lugar e com toda certeza os olhos já devem estar grandes no rosto, meu coração bate forte no peito, principalmente quando outro gemido acontece.
Seria meu chefe com aquela mulher? Meu Deus!
Respiro fundo parada no lugar e me sinto a maior idiota de todo o mundo, onde eu achei que estava me metendo? Mas que merda será toda essa aqui?
Dou alguns passos tentando escutar mais alguma coisa, e quanto mais fundo vou mais abafado a música fora desse lugar fica, mas os gemidos ficam próximos, pelo menos agora posso dizer que é alguma das duas últimas portas, não sei se quero continuar, passo a língua sob os lábios e quando passo pela segunda porta escuto a mesma se abrindo me fazendo dar um pulo.
— Como conseguiu entrar aqui? — Senhor Cooper aparece em meu campo de visão fechando a porta atrás de si.
Por Deus não é de lá que vem os gemidos.
Seu cabelo está bagunçado, como em pouco tempo ficou dessa maneira? Seus olhos grandes sob mim parecem ferver, puxo a respiração e engulo em seco dando outro passo para trás, todo meu corpo me faz ficar, mas minha mente pede socorro desesperadamente.
— Você me disse para segui-lo — respondo depressa.
Seus olhos vão de mim para as cortinas atrás, ficando escuros o que me faz arrepiar e me encolher, então ele volta a me encarar mais frio do que eu jamais vi, seus dedos se apertam na maçaneta da porta e ele parece bravo, extremamente bravo.
— Você precisa sair daqui, agora — diz pegando em meu braço com força e me puxando consigo até as cortinas macias.
— Me solta! — resmungo puxando o braço com força, mas é em vão enquanto continua me puxando consigo, tento prender os pés no chão e continuo reclamando para me soltar, até que ele se vira rapidamente para mim um pouco antes de chegarmos as cortinas.
— O que pensa que está fazendo Melanie? — ele ferve em minha frente, ainda apertando meu braço que já está ficando dolorido.
É a primeira vez que isso acontece, meu nome sai como uma música pela sua boca, ele nunca havia me chamado pelo nome, por mais que eu tenha insistido diversas vezes desde que entrei na empresa, Senhor Cooper sempre fez questão de manter a formalidade, mas agora, aqui, desse jeito, é estranho.
Seus olhos escuros me fitam com raiva, meu coração bate tão forte no peito que eu acho que vai sair pulando aqui pelo corredor, puxo meu braço com força do seu aperto e então ele me solta dando um passo para trás e os olhos grandes em sua face.
— Nunca mais me segure desse jeito — falo firme deixando a voz sair dura, meu sangue ferve, mas não é de raiva.
— E você quer que eu te segure como? — ele explode na minha frente, sua voz sai alta em meio ao corredor vazio, dou alguns passos para trás atordoada, sinto as maçãs do rosto começando a esquentar, meu peito sobe e desce respirando fundo — você mal sabe onde se meteu, onde entrou, por favor Miller — meu sobrenome volta ao jogo — sai daqui.
— O que tem dentro dessas salas Martin? — pergunto abusando da sorte e soltando seu primeiro nome sem pensar, vejo quando seu maxilar trava e seus olhos amenizam, ele passa a língua pelos lábios e coloca as mãos na cintura parecendo confuso.
— Nada que seja da sua conta, você não acha que está sendo muito enxerida?
— Você me cansa sabia? — respondo irritada e dou a volta em seu corpo a fim de sair logo desse lugar, chega, cansei desse idiota.
Mas antes que eu possa fazer alguma coisa seu braço aparece em minha frente sob o meu quadril, ele me impede de dar algum passo me fazendo parar abruptamente, passo a língua pelos lábios e viro o rosto para ele, tão perto, seus olhos claros me fitando com cautela parecendo tão assustados quanto a mim.
— Olhe por você mesma, entre — diz após parecer um século indicando a porta do meio.
— Você tem certeza? — pergunto colocando a mão na maçaneta, uma parte de mim está tremendo, totalmente arrependida até agora, mas a outra, é que mais me tortura, a curiosidade aflorada — Vai me matar após eu entrar aqui?
— Tem dois minutos para decidir entrar Melanie, após isso é fora.
Seus olhos fitam os meus, ele parece irritado, muito irritado.
Respiro fundo e seguro a maçaneta a ponto de ver seu corpo todo ficar rígido atrás de mim enquanto abro a porta devagar.
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Atualizado até capítulo 140
Comments
Denise Maria
mais também ela é uma mala será que não saber que esses lugares é para as pessoas ficar mais a vontade, sendo secretaria de um CO muito chato sessão parte
2024-11-30
1
Angelica De paulo
estranho ele
convidou 😁
depois desconvidou 🙄
2024-11-20
1
manu._
que retardado
2024-10-14
3