Atravesso a multidão dançando e se esfregando umas às outras, segurando com firmeza os dois copos, me concentrando para não derrubar nada, maldita hora que aceitei essa merda de desafio, ainda dá tempo de fugir?
Subo os olhos dos meus pés enquanto me concentro em cada passo até encontrar os dele, que me fitam divertido conforme me aproximo da mesa, Senhor Cooper estende a mão pegando os copos da minha mão e colocando sob a mesa, e só então percebo as mangas da camisa presas pouco acima dos cotovelos, mostrando deliberadamente uma tatuagem em seu braço esquerdo subindo do pulso até para dentro do tecido, mas devido à má iluminação não consigo entender o desenho.
Me sento na sua frente na mesa enquanto seu olhos acompanham cada movimento calculado que faço, minhas pernas tremem um pouco e eu acho que talvez seja a adrenalina correndo pelo meu corpo por estar me colocando em perigo, seu corpo se vira para mim como se fossemos ligados por um fio.
— Bebidas para mim? — diz esperando-me arrumar na cadeira um pouco sem jeito, já sentindo o nervosismo subindo pela minha coluna.
— Agradecimento do almoço — respondo com facilidade, mas por dentro meu coração bate tão forte que eu acho que a qualquer momento irá escapar da minha pele.
— Achei que não bebesse — diz se encostando na cadeira e esticando o braço tatuado pela mesa espalmando a mão sob a madeira escura, ele não encosta no copo.
— Vejo que o Senhor tem uma memória ótima — respondo sorrindo enquanto cruzo as pernas por baixo da mesa, Senhor Cooper se mexe um tanto desconfortável no lugar, seus olhos fitam o copo e depois a mim — Eu não vou te envenenar — falo apontando para o copo dele e um breve sorriso aparece no canto da sua boca — eu não bebo mesmo, é água — esclareço levantando meu copo e tomando um grande gole da água gelada em minha frente.
Ele me encara, seus olhos fitam meu rosto, as sobrancelhas juntas enquanto ele pensa em alguma coisa, posso ver pela sua fisionomia que muda diversas vezes conforme me analisa, engulo em seco um pouco desconfortável e me mexo na cadeira tentando ficar mais calma, desviando o olhar dele para a pista de dança cheia de pessoas suadas e provavelmente bêbadas.
— O que faz aqui Miller? — pergunta após parecer um século chamando minha atenção, viro o rosto para ele que ainda me analisa e então finalmente toca em sua bebida tomando um gole rápido e leve, parecendo ter certeza que eu realmente não vou envenená-lo.
— Distração — respondo dando de ombros enquanto ele ainda sorri para mim, mas não parece acreditar em nada do que eu falo.
— Não aqui, na Desaire, mas aqui — diz e indica a mesa que está sentado — em minha mesa, o que te traz aqui?
— Eu já disse, gratidão — respondo dando de ombros novamente encostando meu corpo na cadeira e apoiando as mãos sob a perna cruzada — te atrapalhei?
— Não, não me atrapalhou — diz voltando a ficar sério, Martin continua me encarando e por alguns minutos cinto que ele quer voar em cima de mim e me devorar viva, mordo os lábios tentando manter o seu olhar, até que isso de sedução está ficando divertido — Você está me seguindo? — pergunta enquanto cruza os braços sob a mesa fazendo as veias saltarem pela sua pele, seus olhos me fitando curiosos, mas antes que eu pudesse me controlar a risada explode pela minha boca.
— Você só pode estar brincando não é? — falo em meio ao riso enquanto ele continua me encarando da mesma maneira, tento controlar minha risada nervosa desviando os olhos do dele e então entro no seu jogo, debruço sob a mesa cruzando os braços da mesma maneira que ele, meus seios se apertam entre si e quase posso ver seus olhos descer ali por alguns segundos, se prepare Cooper — e se eu estivesse? — respondo sorrindo, tentando ao máximo parecer o mais natural possível, depois de toda a sua grosseria estou mais que decidida, essa aposta vai ser ganha.
Ele sorri, um sorriso de canto que faz minhas pernas se apertarem entre si e uma queimação estranha bem lá me faz arrepiar, ele deita a cabeça um pouco para o lado e responde.
— Bom, isso seria muito interessante — começa dizendo baixo para que somente eu possa ouvir já que a música alta atrapalharia qualquer outra pessoa — eu poderia me aproveitar disso e te fazer me seguir até lá — diz e indica a cabeça para atrás de mim.
Viro o rosto e encaro as cortinas pretas aveludadas com a mesma mulher parada na frente, encarando nossa mesa, aperto os olhos para tentar ver mais dela, mas novamente a má iluminação prejudica, volto a olhar para ele que me fita curioso enquanto o sorriso malicioso continua estampado em sua cara.
— O que tem lá? — pergunto.
— Só vai saber depois que realmente me seguir — diz sorrindo e se levanta devagar, meus olhos acompanham toda a sua altura em minha frente, engulo em seco quando encontram os seus e novamente ele sorri de lado me fazendo estremecer e sai da mesa indo em direção as cortinas.
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Atualizado até capítulo 140
Comments
Angelica De paulo
está começando os jogos ,ficando interessante
2024-11-20
3
Maia Maia
🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣/Drool/
2024-10-15
0
manu._
será que é hj que a Miller vai andar
de cadeiras de rodas??
2024-10-14
4