A sensação estranha de estar sendo observada novamente toma conta de mim, mas dessa vez eu não ignoro, sinto um calafrio subir pela minha coluna e viro o rosto depressa para a multidão atrás de mim na pista de dança, nada, percorro os olhos pelo local, passando por cada rosto desconhecido, a sensação estranha ainda me consome de uma maneira inexplicável, meu coração bate forte no peito, o que não é normal, nem para mim.
A música alta e a iluminação que pisca sob a minha cabeça me deixa mais nervosa ainda, me virar igual uma idiota pela pista de dança tentando encontrar quem me observa, mas não encontro nada, o que me deixa completamente irritada.
Talvez seja só uma sensação estranha, só coisa da minha cabeça, ou a glicose que já me consumiu e eu estou ficando completamente louca.
— Você viu quem está aqui? — a voz alta de Carolina atrás de mim me faz pular no lugar e virar para ela depressa.
Meu coração que antes já batia depressa agora quase pula do meu peito, encaro ela que tem um sorriso enorme nos lábios e aparentemente está segurando a risada enquanto me encara.
— Mas que merda! Você me assustou — resmungo saindo da pista e empurrando o emaranhado de pessoas que se esfregam umas às outras enquanto Carolina ri sem pudor algum atrás de mim.
— Se já está mal-humorada e assustada agora, vai ficar mais ainda quando eu te contar quem eu vi... — diz parando em minha frente assim que saímos da multidão, eu corro os olhos pelo local tentando entender quem ela encontrou, mas nada!!
— Quem? Por acaso
alguma ex louca? Quem sabe aquela do fusca vermelho? — Carol faz uma careta e
finge se arrepiar me fazendo rir enquanto caminhamos para nossa mesa a poucos
passos do bar.
— Não chama assombração que aparece — ela resmunga me acompanhando e se sentando ao meu lado na mesa — voltando ao assunto, nosso ilustríssimo chefe está aqui.
— Quem? Evan? Mas que audácia, está noivo e ainda vai ser papai...
— Não Mel, fecha a merda da boca e me escuta… Senhor Cooper — ela diz o nome do Diabo devagar sibilando cada letra enquanto me encara segurando o sorriso.
Meu sangue parece ter ficado gelado porque é assim que meu corpo fica, do nada, apenas de escutar esse nome que me inferniza o dia todo, meus olhos correm pelo local rapidamente procurando por ele, agora sei exatamente por quem ou o que procurar e não precisou de muito para finalmente encontrar.
Sentado do outro lado do salão, em um canto mais escuro e reservado, próximo a um conjunto de cortinas pretas aveludadas está ele, com toda sua classe, totalmente de preto, conversando abertamente com uma mulher, eu não consigo ver direito ela, as pessoas se movem em nossa frente me impossibilidade de ser mais enxerida, mas de alguma maneira fico incomodada.
— O que ele faz aqui? — pergunto desviando os olhos dolorosamente dele e voltando para Carol, que ficou esse tempo todo me observando com sorriso malicioso nos lábios.
— Bom depois de tudo o que me contou hoje sobre o almoço, será que ele não viu nossa conversa e decidiu vir procurar você? — ela ri baixo me olhando maliciosamente.
Reviro os olhos e encosto na cadeira, isso seria o mais completo absurdo.
— Não seja idiota Carolina — resmungo — como se já não bastasse tudo o que eu aguento dele diariamente ainda tenho que aguentar aqui? Não podemos ir para outro lugar?
— Já sei qual vai ser o seu desafio — diz ignorando totalmente o que eu falo, apenas pelo jeito que me olha sei que coisa boa não vem.
— Se for relacionado ao Senhor Cooper sem chance, não inventa, esse homem já me inferniza o dia inteiro, não preciso de mais doses dele — assim que falo automaticamente meus olhos voltam para ele, a conversa parece bem interessante entre os dois, ele não para de encarar a moça em sua frente.
— Mel, ele está muito estranho com você, talvez essa seja a chance da sua vida de finalmente ficar rica — Carol diz e eu reviro os olhos de novo começando a ficar desconfortável com essa conversa, mas não feliz continua — vamos, me deixa propor, se você se interessar, quem sabe.
Respiro fundo e encaro minha amiga, ou quem sabe minha inimiga, porque querer que eu brinque
com o meu chefe, só pode ser isso.
— Qual a proposta? — pergunto finalmente ela quase dá pulinhos sentada em minha frente, tão animada que me enjoa.
— Seduzir o Senhor Cooper...
Assim que as palavras saem da sua boca eu caio na risada, que sai alta, mas graças a música é abafada e ninguém além de algumas pessoas que estão próximas conseguem ouvir, aos poucos a risada se torna um riso completamente nervoso, principalmente quando percebo que Carol não está brincando, pelo ao contrário, parece bem ofendida por estar rindo.
— Jura que não está brincando? — pergunto incrédula depois que a risada sessa.
— Lógico que não estou, é bem sério, eu acredito que há alguma coisa aí, por que não explorar? Ele não pode te mandar embora por se envolver com ele — diz e dá de ombros.
— Eu não vou me envolver com ele! — respondo completamente nervosa quase debruçando sob a mesa, Carol sorri de canto para mim me deixando mais irritada — onde você está com a cabeça? Ele não pode me demitir por isso, mas pode arrumar um motivo fácil.
— Vamos Mel, vai ser divertido! É só sexo, uma vez!
— Divertido para quem? Porque para mim não vai — assumo me encostando na cadeira enquanto ela continua me encarando — é sério Carol, sem chance, arruma outra coisa, isso está fora de cogitação!
Carolina vira o rosto para poder vê-lo enquanto ele ri com sua amiga, me dando enjoos e então volta a me encarar
— Sinceramente, eu ainda acho que você vai sair na vantagem, eu não sou fã de homens, mas aquele lá — diz apontando para ele por cima do ombro — parece saber o que faz.
Respiro fundo e corro os olhos até ele novamente, minha cabeça entrando na maluquice da minha amiga automaticamente me manda imagens dele em cima de mim, imagens que só existem aqui na minha cabeça, o que me dá arrepios então volto a olhar para ela, que ainda tem aquele maldito sorriso.
— Você ainda nem quis saber o seu prêmio — zomba e eu reviro os olhos de novo bufando.
— Nunca temos prêmios porque esse teria?
— Para te convencer a fazer isso, é sério, estou bem confiante que esse homem está querendo você e como te conheço não vai dar menor chance, mas com o prêmio que poderá ganhar, quem sabe talvez — ela dá de ombros. Fico encarando-a por alguns minutos, a ideia é realmente bizarra, mas alguma parte de mim, bem lá, no fundo, queima apenas com essa hipótese — Mel — me chama tirando do meu transe — nós duas sabemos que não tem prêmios, mas Senhor Cooper caidinho por você pode te ajudar em seu tratamento.
— Não quero o dinheiro dele Carolina, por Deus.
— É por uma boa causa Melanie, seja racional uma vez na vida!
Por um lado, ela tem razão... minha cabeça está pilhada e meu juízo já foi embora assim que sai da consulta médica de merda que tive hoje, então o que pode acontecer de pior? perder o emprego e morrer na sarjeta? Ou continuar emprega e morrer na sarjeta?
— Aposta aceita — estico a mãos sob a mesa e Carol aperta minha mão animada sorrindo de uma orelha a outra — não me espere para ir embora — respondo sorrindo enquanto me levanto.
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Atualizado até capítulo 140
Comments
Neuza Silva
não gosto desse comportamento era melhor ela ser sincera e falar de sua saúde pedir um aumento
2024-11-17
3
Vilma Alice
O gostoso já tá fissurado na dela.
Será que ela vai conseguir seduzi-lo????????
2024-10-24
0
Maia Maia
Uuuuiiii /Drool/
2024-10-15
2