CAP. 16

Pov. Melanie Miller

Desde que Senhor Cooper me deixou em casa não consegui pensar em outra coisa a não ser em suas palavras de mais cedo "só continue me trazendo para realidade", estranhamente eu posso sentir exatamente o que isso significa, porque é isso que ele faz comigo.

Tentei diversas maneiras para parar de pensar nele, na mudança comigo nos últimos dias, no almoço estranho e constrangedor, mas nada parecia suprir a necessidade de querer mais dele.

No tédio total em minha casa e a fim de esquecer de vez o Diabo acabei estragando meu cabelo, diversos tutoriais na internet não fizeram o efeito que eu gostaria que tivesse feito, a franja torta em minha testa pode provar todas essas teorias, principalmente depois que Carolina chegou e começou a rir da minha cara.

Como sempre me salvando, ela conseguiu consertar o pouco de cabelo que ainda me restava na frente do rosto, deixando a franja totalmente linda e principalmente intacta. Afinal ela não tinha outra opção, se ela realmente quisesse ir na Desaire essa noite comigo era a única opção.

Mudo de roupa pela terceira vez, após dispensar um conjunto preto e depois o vestido amarelo, agora me encaro na frente do espelho o vestido azul de alcinhas finas colado ao meu corpo, um pouco abaixo da polpa da bunda, não me agrada, mas também não ouso trocar de roupa de novo, já que na última troca Carolina revirou os olhos e bufou saindo do meu quarto pisando duro, então definitivamente será esse.

— Vamos Mel, não temos a noite toda! — ela berra da cozinha para mim enquanto escuto em seguida a porta da minha geladeira sendo fechada com força.

— Não precisa descontar na pobre coitada da geladeira — grito de volta enquanto coloco os saltos depressa saindo do quarto cambaleando até estarem totalmente encaixados no meu pé.

— Garota, você acha mesmo que vai sair comigo assim? Com esse retalho? — Carolina pergunta para mim espantada, os olhos claros grandes no rosto enquanto fica encostada no balcão que divide a cozinha da sala.

— Você quer que eu troque, de novo? — pergunto cruzando os braços enquanto ela imediatamente sai do balcão e começa a negar com a cabeça.

— Vamos, por favor — pede segurando em meu quadril por trás e me empurrando para fora da minha própria casa, nós duas rindo enquanto sou expulsa.

Seguimos o caminho todo conversando e obviamente comentando sobre o carrasco do Senhor Cooper, Carol pediu todos os detalhes do almoço estranho de mais cedo, sem perder nenhuma vírgula e na cabeça dela ele me quer, de alguma maneira ela colou essa coisa estranha em sua mente e não há Cristo que a faça mudar de ideia.

Nós chegamos na tão famosa Desaire um pouco após as 10:00hrs, e o lugar realmente é lindo, merece todos os elogios, já começando pela fachada totalmente preta, mas muito bem iluminada, o letreiro em neon pisca o nome do local enquanto a fila de pessoas para entrar aguarda do lado de fora, inclusive nós duas, meras mortais.