— Boa noite Senhor — José me cumprimenta assim que desço do carro e entrego as chaves para ele que as pega de bom grado.
— Boa noite José — respondo cumprimentando enquanto me afasto e caminho até a entrada onde Alberto o segurança apenas acena a cabeça para mim enquanto passo na frente de todo mundo e entro no local que tão bem conheço.
A música alta logo invade os meus ouvidos assim que atravesso as portas pretas seguidas pela cortina vermelha aveludada, corro os olhos pelo local que está movimentado, as pessoas dançando e bebendo, exatamente como deve ser.
A Desaire com toda certeza foi a minha melhor criação em tempos. Tudo aqui foi perfeitamente escolhido e montado nos mínimos detalhes, desde a entrada até as salas privativas, esse local é muito mais do que apenas uma boate, é uma escapatória, para tudo, aqui eu posso fugir de toda merda que me acompanha, ser eu mesmo, sucumbir aos meus desejos mais obscuros.
Conforme adentro o local alguns dos meus funcionários me cumprimentam ainda meio sem jeito, como se não estivesse acostumado com a minha presença ou talvez seja apenas a minha carranca que afasta todos a minha volta, é no meio da multidão, apenas lá, no fundo, atrás do bar que reconheço tão bem o sorriso que me espera, Lina, a mulher que gerencia tudo isso enquanto estou fora.
Não sei dizer muito bem por quanto tempo exatamente conheço Lina, o que posso garantir é que, é a mulher mais confiável que tenho em minha vida desde a morte da Rebeca. O sorriso atrás do batom vermelho se aproxima cada vez mais e finalmente respiro aliviado, após pisar em ovos o dia todo.
Assim que passa pelo balcão do bar, posso ver o quão estonteante ela está essa noite, os cabelos pretos encaracolados soltos que balançam conforme ela anda, o vestido quase no mesmo tom que o cabelo um pouco acima dos joelhos.
— Martin! — me cumprimenta sorrindo e em segundos seus braços estão em volta do meu pescoço.
— Lina — respondo passando os braços em sua volta apertando seu corpo ao meu, beijo a sua bochecha após inalar o seu perfume, doce que sempre me agrada.
— Como você está? — pergunta quando se afasta, mas sem sair dos meus braços, faço questão de mantê-la perto o suficiente para continuar sentindo o seu perfume.
— Mal-humorado como sempre — falo e sorrio em seguida fazendo ela revirar os olhos e sair dos meus braços apenas para pegar em minha mão e me levar para a nossa mesa de sempre.
Atravessamos as pessoas na pista de dança até chegar em nossa mesa, no canto do estabelecimento, o lugar que sempre estará livre para nós dois, puxo a cadeira assim que aproximamos e ela se senta com toda sua classe sem perder o sorriso, me sento a sua frente e antes que algum de nós possa dizer alguma coisa Viviana traz duas bebidas, deixando os copos em nossa frente sorrindo para mim antes de sumir na multidão.
— Então, Senhor Cooper — Lina sibila meu nome que dança em seus lábios vermelhos — Como vai ser hoje? Já posso liberar os quartos?
— Ainda não — respondo pegando o copo sob a mesa e tomando um gole da bebida seca que desce queimando
pela minha garganta, Lina se apoia na cadeira com as pernas cruzadas, agora seu sorriso sumiu, mas ela me encara com certa cautela — eu preciso, você sabe que preciso, porém, ainda não.
— Qual é o nome?
Lina me encara, seus olhos escuros me fitando com curiosidade, as sobrancelhas apertadas com um leve ruga entre elas, aperto os lábios e tento não sorrir, eu às vezes me esqueço o quanto essa mulher me conhece, bem mais do que eu gostaria.
— Sem nomes para você — respondo e dessa vez sorrio assim que os lábios dela se movem lentamente sorrindo para mim — Só preciso esquecer, essa mulher é literalmente proibida para mim.
— E, por que Martin? É casada? Porque até onde eu sei nunca foi um problema para você — responde segurando a risada e dessa vez quem revira os olhos sou eu.
Encosto na cadeira e encaro Lina que me olha zombando da minha cara, como eu poderia explicar, é pior do que ser casada, Miller é minha assistente, tem idade para ser minha filha, além de eu ser o perfeito Diabo em sua vida nos últimos três anos, eu mal consigo chamá-la pelo seu nome.
Mas que inferno de mulher, eu vim aqui para tentar tirar ela da minha cabeça e o que mais acontece é tê-la ainda mais e mais em meus pensamentos.
— Ela tem a idade de Evan — é somente isso que decido revelar.
— Ah por favor Martin! — Lina explode um pouco mais alto do que o necessário, que faz algumas pessoas a nossa volta virar os olhos para nós dois, ela ri baixo e toma um grande gole da sua bebida como se fosse refrigerante e só quando coloca o copo de volta na mesa continua — e qual o problema nisso? Você é mais velho, e daí?
— É mais complicado que isso Lina — resmungo e respiro fundo antes de continuar — eu sou o prefeito Diabo na vida da garota, e após anos convivendo com ela só agora sinto isso, eu não entendo, qual o meu problema?
— São vários, seria difícil listar todos agora, não teríamos tempo — ela zomba de mim de novo me encarando, eu não respondo nada apenas a fito em silêncio tentando segurar a irritação, já que esse assunto para mim já deu — eu sei exatamente o que você precisa.
Respiro fundo e passo a língua pelos lábios, eu sei também do que eu preciso, mas não sei se é exatamente o que Lina acha, não dessa vez, mas eu preciso tentar.
— Pode providenciar por favor — falo e então ela sorri amplamente enquanto levanta com delicadeza, acompanho com o olhar enquanto ela se afasta e atravessa as cortinas aveludadas pretas do outro lado da pista de dança.
Viviana aparece em meu campo de visão substituindo meu copo vazio por outro cheio, ela sorri para mim assim que deixa o copo sob a mesa, se debruçando mais do que o necessário exibindo seus seios fardos que quase explodem do decote da mini blusa em seu corpo.
— Nos veremos mais tarde Senhor Cooper? — ela pergunta, me encarando com um sorriso breve que ilumina o seu rosto encostando o quadril na mesa devagar, corro os olhos pelo seu corpo, o mesmo que já vi diversas vezes sem roupa alguma, posso dizer exatamente o que encontrar de baixo dessas pequenas peças.
— Você gostaria de me ver mais tarde? — pergunto provocativo encostando na cadeira e encarando seus olhos tão claros quanto aos meus.
— Eu sempre quero te ver — ela sorri de volta para mim — nos vemos mais tarde, Senhor — sibila a última palavra provocativa e sorri ainda mais se afastando em seguida.
Um arrepio percorre a minha espinha estranhamente como se alguma coisa ruim fosse acontecer, um calor sobe pelo meu corpo, puxo as mangas da camisa até os cotovelos e percorro os olhos pelo local até encontrar o pior anjo para os meus demônios, aquele que esqueci por um instante, por meros cinco segundos, que voltou para me torturar ainda mais.
É ela, mesmo de costas poderia reconhecer em qualquer lugar, aquela que consegue me deixar totalmente desconfortável em meu próprio estabelecimento.
Seu pequeno corpo em cima dos saltos alto está debruçado sob o balcão de madeira alto do bar tentando chamar atenção do atendente que eu ainda não consegui distinguir quem é, o vestido curto azul sobe um pouco mais quando força ainda mais o corpo para frente e acena para Louis que agora está de costas, Miller acaba mostrando mais do que deveria, meus dedos formigam de vontade de tocá-la bem ali, entre suas coxas ou até mesmo puxar o seu cabelo preso em um rabo que cai até próximo a sua cintura, mas ao invés disso apenas fico parado, imóvel em meu lugar, aproveitando a vista e tentando manter o mais longe possível dessa mulher.
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Atualizado até capítulo 140
Comments
Vitoriamoura
A cada capitulo quero ler mais kkkk
2024-11-10
2
Gloria Lima
Estou adorando!!!!!!!!/Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm/
2024-10-14
3
Fatima Vieira
esta de quatro por ela kkkkk
2024-10-05
1