Capítulo 11

Capítulo 11

O rosto de Sandra e de seus dois amigos ficou pálido como se o sangue tivesse sido drenado de suas faces. Eles estavam em choque com o que acabara de acontecer. Um vaso bastante grande se espatifara bem diante deles. Todos os estudantes sabiam que havia muitas plantas decorando o telhado do prédio da faculdade, embelezando o local e tornando-o mais agradável. Era um ponto de encontro popular entre os alunos, onde se reuniam para passar o tempo ou estudar juntos. As plantas estavam em vasos de plástico com diâmetro entre 40 e 60 centímetros.

"Vocês estão bem?", perguntou Daniel enquanto os ajudava a se levantar.

O incidente também assustou os outros estudantes presentes. Seus gritos foram ainda mais altos que o de Daniel. Os rostos jovens estavam tão pálidos quanto o de Sandra.

"Alguém está tentando me machucar?", perguntou Sandra com o olhar vazio.

"Escute!", respondeu Daniel puxando-a para um abraço. "Não tenha medo, eu sempre vou te proteger e cuidar de você."

Inconscientemente, Sandra retribuiu o abraço com força e murmurou palavras assustadas. Vendo o estado da Srta. Li, Daniel decidiu sair dali imediatamente.

A Sra. Li estava paralisada de medo após ver o conteúdo do pacote que havia recebido. Seu rosto lembrava o de um cadáver, pálido, com os olhos arregalados e a boca aberta. Os criados, ouvindo seu grito, correram para junto dela, também assustados ao verem a boneca coberta de sangue.

"Senhora, a senhora está bem?", perguntou o mordomo, aproximando-se de Sindy, que permanecia imóvel.

O homem de meia-idade então a conduziu até um sofá e pediu que outro criado lhe trouxesse uma bebida. Sindy obedeceu passivamente, ainda em choque com o que havia acabado de acontecer.

Leon, que estava descansando em seu quarto, foi despertado pelo grito. Ao chegar ao local, ficou chocado ao ver o estado de sua amada esposa e o motivo de tamanho pavor.

"Descubra quem enviou este pacote!", ordenou Leon ao mordomo.

"Sim senhor!", respondeu o homem de meia-idade com determinação, partindo em seguida.

Daniel chegou carregando Sandra nos braços, pois a moça estava fraca demais para andar. Ele ignorou os olhares curiosos das pessoas ao redor, assim como o clima de tensão que pairava na casa. No momento, sua única preocupação era acalmar Sandra e ajudá-la a superar o medo.

Não imaginei que ela ficaria tão abalada com essa ameaça, pensou Daniel enquanto a colocava delicadamente na cama.

"Não vá!", implorou Sandra, agarrando-se a ele com força.

"Você está segura aqui, ninguém vai te machucar. Eu vou ficar aqui com você. Agora descanse!", disse Daniel, acariciando seus cabelos enquanto ela repousava a cabeça em seu peito.

"Tenho medo que me matem", sussurrou Sandra, suas lágrimas encharcando a camisa de Daniel.

Ele se sentou ao seu lado, acariciando seus cabelos com ternura, tentando confortá-la. Permaneceram abraçados até que Sandra adormeceu.

Daniel tentou entender o que estava acontecendo na mansão dos Li. Sabendo que a Sra. Li estava sendo ameaçada, ele se convenceu de que os incidentes que assolavam a família eram atos deliberados de uma pessoa ou grupo.

Quem? Qual o objetivo? Por que o Sr. Jimmy tinha tanta certeza de que eu poderia proteger sua família?, questionava-se Daniel, perdido em pensamentos.

Daniel foi até seu bar, administrado por Diana e Dilan. Havia um salão secreto no subsolo, onde o trio se reunia.

"Encontrei provas da participação do grupo mafioso Olhos Negros no atentado à fábrica dos Li", anunciou Nathan, sentado com Daniel e Dilan.

"Eu já imaginava que eles estavam envolvidos", respondeu Dilan, com raiva. Ele nutria um ódio profundo pelo grupo que havia assassinado seus irmãos.

Daniel examinou o relatório que Nathan, seu homem de confiança, havia compilado. Um cigarro com o logotipo do Olhos Negros fora encontrado nos escombros da fábrica, junto com um broche de membro pertencente a alguém em posição de destaque na organização.

"Este broche indica que ele faz parte da cúpula", observou Nathan.

"Sim, eu sei", respondeu Daniel, familiarizado com o submundo do crime, do qual já fizera parte.

Ele se perguntou por que um membro da elite da máfia estaria presente na fábrica dos Li. Normalmente, a cúpula não se envolvia diretamente em campo, preferindo delegar tarefas menos importantes a subordinados.

Quem é ele? Será um funcionário da fábrica? Os membros da elite geralmente atuam nos bastidores, em busca de grandes lucros para si e para o grupo, pensou Daniel, intrigado.

De repente, ele bateu na mesa, assustando Nathan e Dilan. Um sorriso de satisfação surgiu em seu rosto.

"O que foi?", perguntaram Nathan e Dilan em uníssono.

"Quero que vocês verifiquem as câmeras de segurança da faculdade de Sandra. Alguém tentou machucá-la hoje. A Sindy também recebeu um pacote horrível. Acredito que isso esteja relacionado aos outros incidentes na família Li. Essa pessoa quer algo muito importante e valioso para eles. O quê? Ainda não sei", explicou Daniel, respondendo à curiosidade dos amigos.

No caminho para casa, Daniel decidiu comprar uma barra de chocolate para Sandra. Ao passar por uma floricultura, comprou um buquê de rosas vermelhas. Ele tinha a sensação de estar sendo seguido. Para ter certeza, deu voltas por um shopping.

Como suspeitava, havia pessoas o seguindo. Daniel começou a pensar em como escapar.

Então são eles que estão me seguindo esse tempo todo. O que querem?, perguntou-se Daniel, enquanto caminhava rapidamente, desviando de pessoas e mudando de corredor.

Seus perseguidores se moviam com agilidade, determinados a não perder sua presa de vista.

"Vocês precisam pegá-lo. Não deixem que ele escape novamente!", ordenou uma voz pelo fone de ouvido.

"Sim senhor!", responderam os homens, espalhando-se para capturar Daniel.

Na tentativa de despistar seus perseguidores, Daniel entrou em um banheiro e trocou de roupa, mudando completamente sua aparência. No entanto, ao chegar ao estacionamento, um dos homens o reconheceu.

"Daniel Hao, pare!", gritou o homem.

"Rápido, para o estacionamento! Daniel vai escapar de novo!", alertou o homem aos seus comparsas pelo fone.

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