Capítulo 13 - Ok

Aaron não concorda de Marina deixar Bella no carrinho e ficar fazendo o serviço da casa, mas sabe que não irá conseguir mudar isso apenas falando.

— Tire aquela criança do carrinho. Já que não pode ficar com ela no colo, deixe ela na cadeirinha.

Marina sabe que não adianta discutir, ela apenas agradece, um pouco chateada por ele a criticar indiretamente. Ele percebe que ela ficou chateada e se aproxima, ficando de frente para ela, Marina precisa olhar para cima para o encarar, pois a diferença de altura não é pequena.

— Eu não estou te criticando como mãe, sei que seria capaz de qualquer coisa por sua filha, estou apenas oferecendo a vocês uma oportunidade de viverem mais próximas, não leve para outro lado. — Aaron fala com calma e paciência.

— Tudo bem — Marina se sente envergonhada, pois ele faz tudo por elas e ela ainda fica aborrecida por algo tão pequeno, mesmo tendo sido caro, ela pensa — Eu não estou aborrecida. Mas é que as vezes acho que você exagera.— Ela o olha com aqueles olhos castanhos e ele não consegue desviar o olhar, mas apenas sorri para ela.

— Apenas aproveite Marina, só isso. Criar uma criança sozinha é para algumas mães, nem todas enfrentariam isso numa boa, e geralmente são as crianças que sofrem. — Ele sai da cozinha acompanhado de Charles.

Quando eles saem Marina sobe para ver Bella, a encontra acordada e a pega no colo e fica conversando com ela, como se pedisse conselhos, ela não tinha amigos e sentia falta disso. Ela decide procurar na Internet o orfanato onde ela viveu, e consegue o número do telefone. Ela sorri e num impulso liga para o orfanato perguntando por tia Maria.

Quando tia Maria atende ela fica imensamente feliz, sentia saudade daquela que era a única que parecia se preocupar com ela. Marina aproveita para contar que estava trabalhando em outra casa e que tinha tido uma filha, mas que o pai tinha ido embora, tia Maria ficou triste por saber que ela se tornou mãe solteira, mas feliz por está conseguindo criar a filha. Tia Maria conta que Carolina continua indo ao orfanato ajudar as crianças, Marina pensa em pedir que não falasse sobre ela, mas isso só levantaria suspeitas.Elas se despedem com Marina prometendo nunca mais perder o contato.

Juliana não demora a chegar, chegou com blocos de anotações, canetas e estojos. Ela era simpática, era negra com seus 1,70cm sempre com um sorriso, devia ter seus trinta e poucos anos, acredita Marina.

O computador ainda estava na caixa, e elas abrem a embalagem juntas. Juliana a ensina ligar e faz todas as configurações necessárias, ensinando a Marina o básico. Ela tinha inscrição em dois cursos, um de inglês e o outro de etiqueta.

— Para que eu preciso aprender inglês? — Pergunta Marina surpresa com mais essa novidade.

— Aprender nunca é demais, tenha certeza disso, além do mais, você está trabalhando para Aaron, ele tem amigos de várias nacionalidades, e alguns as vezes vem visitá-lo. Por isso é necessário que saiba pelo menos falar inglês e aprenda etiqueta, isso te ajudará a não ser ridicularizada por algumas das amigas esnobes dele. Acredite, ele está fazendo isso para o seu bem.

— Aaron tem namorada? — Marina pergunta é já se arrepende da pergunta, sentindo o rosto queimar — Quer dizer, caso ela venha aqui.

— Aaron já foi noivo, mas não deu certo. Mas ela ainda mantém contato com ele, pelo mesmo insiste em manter. Alguns dizem que eles ainda ficarão juntos, eu particularmente não acredito, Nayara é o oposto de Aaron, superficial, arrogante e esnobe, isso é só o que eu lembro dela agora — Fala Juliana rindo.

— Foi por isso que não deu certo? — Juliana a olha e Marina percebe que não foi esse o motivo.

— Infelizmente não. Mas vamos lá, vamos entrar nesses cursos e vê como funciona — Juliana prefere mudar de assunto — Mas antes alguém te chama. — completa sorrindo ao ouvir o chorinho de Bella.

Marina a amamenta e dessa vez ela não aceita o carrinho, fazendo Marina ficar mais tempo com ela no colo, até ela dormir, depois ela a coloca na cadeirinha que era muito confortável.

— Ela é muito linda e qualquer um diria que é filha de Aaron, pois ela se parece com você, mas os olhos são iguais ao dele.

— Mas ela não é — Marina fala firme, mas era tudo o que ela mais queria, que Aaron fosse o pai de Bella.

— Eu não quis dizer que era, apenas... Esquece.

Elas ficam as voltas com os cursos que Marina irá fazer e já era fim de tarde quando elas pararam. Marina oferece um lanche a Juliana, servindo bolo de cenoura com cobertura de chocolate que tinha feito.

— Seu bolo estava uma delícia.— Juliana elogia limpando a boca — Bem agora eu vou embora, qualquer coisa é só me ligar, eu trabalho com Aaron na empresa e fui designada a vir aqui duas vezes por semana para tirar as suas dúvidas, mas precisando de mim antes, é só chamar.

— Que tipo de empresa é a dele? — Marina vê ali a oportunidade de saber quem era Aaron.

— Você sabe quem é Aaron Martins, das indústrias de tecido Martins Têxtil?

— Confesso que nem imagino. — Juliana ri com a sinceridade dela.

— Bem, é uma das maiores indústrias do país, além disso Aaron trabalha também com moda, ele mesmo cria alguns modelos, mas tem estilistas que trabalham com ele. É uma das marcas mais conceituada no mercado, ele esteve em Milão há pouco tempo, fazendo a exposição de sua marca, que já é vendida em vários outros países.

— Meu Deus, e eu achando que ele estava gastando muito com uma cadeirinha de descanso. — Juliana sorri.

— Aaron ama crianças, ele é filho único e nunca conheceu o pai, sua mãe é tudo na vida dele, ela o criou costurando para fora, e ele tem imenso orgulho de sua mãe, inclusive a sua marca de roupa é em homenagem a ela "My Queen" que quer dizer, "Minha Rainha". E quanto a cadeirinha, não se preocupe, a empresa tem o seu próprio jatinho, e acredito ser bem mais caro do que uma cadeirinha de descanso para Bella — Marina sorri, pois agora ela está começando a entender porque ele a ajuda, e tem tanto cuidado com Bella.

Quando Juliana vai embora Marina toma um banho e resolve fazer um macarrão simples, dessa vez não teve sobra do almoço. Ela cozinha alguns ovos e coloca por cima depois do macarrão está pronto.

Bela estava em sua cadeirinha, ela tinha dormido muito na parte da tarde e agora estava acordada olhando atenta para a mãe que estava jantando depois de tomar um banho.

— Vou lavar a louça e vou mimar você um pouco — Bella balança os bracinhos ao ouvir a mãe falar com ela — Eu só tenho medo disso ser um sonho e eu acordar, preciso pelo menos de um mês de salário, não posso falhar nesse emprego, é muito bom para que eu perca.

Depois de arrumar tudo Marina pega a filha no colo e sobe para o seu quarto, deixando a cadeirinha em um canto na cozinha, já que no dia seguinte teria que descer com ela.

Como na noite anterior, Marina não viu Aaron chegar, mas pela manhã ela preparou o seu café da manhã como das outras vezes. Já era um pouco mais das 10.00h da manhã quando ele entra na cozinha com o seu jeito peculiar, calça de pijama, sem camisa, descalço e despenteado.

— Bom Dia! — Ele se senta passando as mãos nos cabelos.

— Bom Dia!

— Se dedique aos cursos em que está inscrita, mês que vem receberei um casal de amigos, eles são americanos e seria bom se você já conseguisse falar o básico.

— Vou me esforçar. — Responde preocupada, estava muito bom para ser verdade, a única palavra que sabia falar em inglês era "OK", suspira desanimada e Aaron sente vontade de ri.

Não havia nenhum casal de amigo, ele só queria que ela se dedicasse aos estudos, e deixasse de trabalhar tanto, seria bom para ela, principalmente para quando chegasse o momento dela enfrentar o seu passado.

Aquela semana Marina só fez estudar inglês, até com Bella ela falava em inglês, fazendo a filha gargalhar ao vê as caras e bocas que a mãe fazia quando não conseguia pronunciar as palavras.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***