Minha Melhor Escolha
Era mais um dia de trabalho, Marina estava em uma casa luxuosa fazendo a limpeza. Limpava tudo com capricho e cuidado, precisava que tudo estivesse muito bem feito para não haver reclamações. Em um canto da sala estava um carrinho com uma criança dormindo, a criança já estava acostumada a ficar quietinha dentro dele, mesmo quando estava acordada. Mas quando a fome chegava ela reclamava, Marina lava as mãos e vai até a criança que pedia atenção. Depois de amamentar Bella, a sua filha de apenas três meses, ela arruma novamente o lençol, que forrava o carrinho e põe a filha deitada nele. Bella fica quietinha e não demora a se render ao sono. Marina aproveita para adiantar o andar de cima, da residência onde estava fazendo a limpeza.
Seus pensamentos voam enquanto limpa tudo com dedicação e cuidado, procurando deixar tudo impecável para não terem do que reclamar. Ela precisava muito daquele emprego, sem ele não teria como se manter sendo mãe solteira. Precisava de cada centavo que ganhava, afinal fralda não era barato e ainda tinha que pagar aluguel, luz e alimentação. Também não podia faltar pomada para assaduras e um talco para deixar a filha cheirosinha. Queria ter mais a oferecer a filha, mas infelizmente as condições não lhe permitiam, mas ela não se sentia triste ou infeliz, sua maior alegria era ver Bella sorrindo para ela, com aquele sorriso inocente, sem nenhum dentinho. Ouvir as gargalhadas da filha no banho, quando brincava com ela, era maravilhoso.
Eram dias difíceis, mas nunca se arrependeria de ter levado aquela gravidez adiante, Bella era toda a sua riqueza, era o motivo que a fazia despertar todas as manhãs para continuar lutando, mesmo que estivesse cansada.
Ouvir a filha chorar a espera do seu peito para amamenta-la era como ouvir os anjos dizendo: Não desista, existe alguém que depende de você, você é forte.
Deus tinha sido tão bom para ela que tinha fartura de leite, Bella podia se alimentar despreocupada, pois o seu leite a sustentava e a fazia crescer forte e saudável, suas dobrinhas pelo corpo revelava isso.
Marina estava perdida em seus pensamentos, terminando de limpar as vidraças quando escuta o choro da sua bebê. Ela desce as escadas correndo, lava as mãos rápido e a pega no colo.
— Oi minha princesinha, está com fome? — Marina pega a filha no colo para amamentar novamente. — Pronto, pronto... a mamãe está aqui.
Bella sem perder tempo se farta no seio da mãe, fazendo barulho ao sugar com força, Marina apenas acaricia os poucos cabelos da filha enquanto conversa com ela palavras doces e promessa de uma vida melhor um dia.
Marina não tinha com quem deixar a filha, por isso a levava quando ia fazer limpeza nas casas para onde a agência lhe enviava. Foi muita sorte conseguir um trabalho de diarista nessa agência, a responsável, que selecionava as diaristas, reservava para ela as residências que ficavam vazias, assim ela podia levar a sua bebê sem nenhum transtorno.
Marina estava amamentando a filha, perdida em seus devaneios, segurava com carinho a mãozinha de Bella e cantando uma canção inventada, com palavras de otimismo e fé. Não estava sendo fácil criá-la sozinha, mas nunca abriria mão de sua filha, não tinha nenhum arrependimento da decisão que tomou, ter dado a luz sem a aprovação do pai. Nunca se esqueceria do dia que ele lhe entregou um envelope com dinheiro para que fizesse um aborto. Ao lembrar desse dia é capaz de sentir a mesma dor. Amava a sua bebê desde quando soube que ela crescia em seu ventre, e jamais teria coragem de interromper aquela vida.
Olhando para a filha sente o seu coração transbordar de amor, tudo que viveu e ainda vivia, valia a pena para que pudesse criar Bella, a sua bebê.
Ainda cantava baixinho, quando uma voz grossa e rouca é ouvida na sala, a assustando.
— O que uma criança está fazendo em minha casa?
Marina olha em direção a voz e se depara com um homem de calça de pijama e sem camisa, revelando o seu peito musculoso e sua barriga salientando um "V" próximo ao cós da calça. Os seus cabelos loiros eram até o ombro e estavam bagunçados, os olhos eram de um azul intenso. O homem parecia um modelo de capa de revista. Marina tira o seio da boca da filha e o esconde, a fazendo chorar a plenos pulmões.
— Me Desculpe senhor, eu não sabia que havia alguém em casa.
— O que essa criança faz aqui, em minha casa? — O homem repete a pergunta. Ele cruza os braços musculosos e continua em pé a olhando, esperando uma resposta.
— Me desculpe. Eu sei que não era para ela está aqui, mas eu... eu não tinha com quem deixar, e... eu ainda estou amamentando... — Marina atropela as palavras, tamanho é o seu nervosismo.
— Com quantos meses ela está? — Ele pergunta olhando para a criança que chorava no colo da mãe, balançando os bracinhos e as perninhas, era tão pequenina, estava vestindo uma macacão rosa um pouco desbotado — Pelo amor de Deus, amamente essa criança — Fala o homem parecendo irritado, se aproximando de uma mãe desesperada, cujo coração estava na boca.
— Três meses — Marina responde se pondo de pé tentando acalmar a criança que chorava implorando para ser amamentada.
— Por favor, dê o peito a ela, ela está chorando de fome. — O homem pede mais calmo.
Marina fica o olhando sem saber o que fazer, ele revira os olhos e vira de costas para ela. Marina pega uma fralda no carrinho e cobre o seio, voltando a amamentar Bella, que se sente agradecida pela fonte de alimento.
O homem volta a olhar para a cena a sua frente. 'Essas adolescentes' ele pensa, olhando uma criança amamentando outra criança.
O homem ficar curioso em saber qual a idade daquela criança que decidiu ter um filho como se fosse ter um boneco.
— Quantos anos você tem? — Pergunta, cruzando novamente os braços.
— Vinte e dois — Ele fica surpreso, afinal pensou que ela tivesse no máximo uns 16 anos — Por favor eu só peço que não faça reclamação de mim para a agência. Eu não posso ficar sem esse emprego. — Marina resolve implorar.
— Não se preocupe, eu estou em casa porque cheguei ontem de viagem, mas seria para eu chegar hoje a noite.
— Eu posso voltar outro dia para acabar a limpeza.
— Pode terminar, eu vou voltar para o meu quarto. — Ele estava subindo as escada quando decide acrescentar algo — Não se preocupe com a limpeza, cuide de sua filha, faça o que der para fazer.
Quando o homem se afasta ela acaba de amamentar e Bella volta a dormir. Depois de colocá-la no carrinho novamente, Marina volta para a limpeza.
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Atualizado até capítulo 67
Comments
Carla Vitória
Não julgue pelas aparências, pois você pode se surpreender. Ela pode parecer ter 15 anos, mas pode ter 30. A idade não define a pessoa.
2024-11-07
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Marisa Vasconcelos
Eu passei por isto não tinha o pai presente mas minha família me ajudou muito só tenho a agradecer minha família por tudo que me ajudaram hoje sou casada meu marido aceitou minha filha como se fosse sua
2024-06-26
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Maria Aparecida Alvino
eu também fui mãe solteira mas não foi fácil mas venci graças a Deus
2024-11-17
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