O Rei Dos Vampiros

PONTO DE VISTA DE MAIA WILLIAN

Enquanto mexia no armário, senti o cheiro forte e poderoso do vampiro recém-chegado, sem titubear, fui logo dizendo sem me virar na sua direção:

— Vossa Majestade, a que devo a honra?

Como não obtive resposta, virei devagar como aquelas cenas de filmes.

Quando o meu olhar cruzou com o dele, encarou-me ainda mais.

— Uau! Você é bem melhor visualmente do que pensei. — Tentei quebrar o clima.

Mesmo com a brincadeira, ele não se mexeu ou expressou algo. O seu olhar era intenso, porém, parecia curioso, surpreso ao observar a minha aparência.

— Talvez queira se sentar. — Fiz sinal com a mão mostrando a cadeira.

O Rei dos Vampiros continuava olhando-me em silêncio mexendo só o pescoço de vez em quando.

Sentei devagar, cruzei as pernas com toda a calma do mundo.

Ele ainda de pé observou cada movimento meu.

Noah deu a volta de onde ele estava e parou bem ao meu lado atrás da mesa.

— Rei Vlad, se veio aqui para fazer guerra de silêncio para me assustar, não vai conseguir. Sei que está estudando a mim para ter as suas conclusões. Então, vou ajudá-lo. Tenho o dom de saber qual a espécie está próxima, não foi nenhum outro ser que me contou a respeito. Assim como sei que não devo contar a outro humano sobre a existência de vocês. Mantive os seus subordinados aqui para lhe falar isso pessoalmente.

— Belíssima, simplesmente bela! Só não entendi, por que cobriu os lindos cabelos prateados e os seus olhos azuis?

Olhei para Noah e ele para mim.

Suspirei.

— O seu dom é bem mais interessante que o meu. O que mais descobriu?

— Você não é 100% humana. E essa condição está diminuindo cada vez mais.

— Devo ficar alegre ou preocupada com esta descoberta?

— Infelizmente, só consigo ver essas informações. Diz você, belíssima, o que mais você esconde?

— Vossa...

— Chame-me apenas de Vlad.

— Será Vlad, conforme permitiu. Como estava dizendo, a minha vida não tem nada demais, portanto sou apenas uma delegada de Polícia que tem este mísero dom.

— Misteriosa, bela, inteligente, esperta! Que tal aceitar ser a minha rainha?

Por essa, eu não esperava.

"Se ele soubesse que já fui da espécie inimiga..." — Pensei.

— Galanteador! — Sorri e continuei: —Você é ótimo nisso! Fico lisonjeada, mas terei que rejeitar a sua proposta inesperada.

— Belíssima, quem sabe com o tempo posso lhe convencer? Por agora, deixaremos como está...

— Vlad, ainda enviará o seu povo para me matar?

— Não. Fique tranquila! Como sei que não é totalmente humana, não justificaria exterminá-la.

— Posso lhe fazer um pedido?

— Tudo que você quiser, minha futura rainha.

Balancei a cabeça negativamente.

"Que cara teimoso!" — Pensei.

— Não conte a ninguém sobre o que descobriu sobre mim, por favor.

— E por que não? Se souberem, não correrá mais riscos.

— Ela foi injustiçada no passado. Quase perdeu a vida devido a ser quem é. Por pior que seja, é melhor que ninguém saiba da sua identidade. — Noah falou pela primeira vez.

— Pelo que o seu lobinho de estimação está dizendo, você ainda é procurada por seu inimigo. Por isso, o disfarce?

— Ouviu só, Noah? Gosto de pessoas ou seres inteligentes. Não preciso explicar.

— Obrigado pelo elogio, belíssima! Se não posso contar, vou ajudar a protegê-la.

— Como você faria isso? E por quê?

— Vou deixar a minha irmã aqui. Ela parece gostar muito de você. E o motivo é simples, quero convencê-la a ficar ao meu lado para sempre.

— Quem é a sua irmã? — Ignorei o resto.

— Victoria Petrovik ou como é chamada por todos, Vicky.

— É melhor levá-la. Ela já me deu trabalho o suficiente.

— Belíssima, quando eu der a ordem para se comportar, ela não irá contra.

Suspirei, pois, sabia que o vampiro era teimoso demais.

— Noah, liberte os cinco.

Ele saiu em direção à carceragem.

— Belíssima, por que não dispensa esses lobisomens que fedem a cachorro molhado e substitui pelo meu povo?

— Vlad, primeiro, eles são meus amigos, não são substituíveis. Segundo, como eu poderia trabalhar só com vampiros se eles não podem caminhar à luz do dia?

Desta vez foi ele que suspirou.

— Essa é a nossa maldição, Belíssima.

— Sei que não deve ser fácil para vocês, não estou criticando, apenas apontando um fato para não aceitar a sua sugestão.

— Eu sinto que é sincera. Se precisar de ajuda noturna, pode contar conosco.

— Obrigada, Vlad.

Quando lhe agradeci, os cinco vampiros pararam na porta da minha sala.

— Majestade! — Todos fizeram pequenas reverências com a mão no peito.

Ele dispensou-os e despediu:

— Belíssima, foi um prazer inenarrável conhecê-la.

— Igualmente. — Respondi educadamente.

Ele levantou e eu também. Acompanhei-lhe até a saída da delegacia.

O Rei dos Vampiros pegou a minha mão e beijou carinhosamente.