Capítulo 11

Quatro dias se passaram...

Kim já estava de volta à rotina na empresa, mas algo estava diferente. Gun sentia uma inquietação crescente, especialmente pela iminente viagem de Kim a Nova York. Ele não conseguia se concentrar no trabalho, seu olhar perdido entre os papéis e telas de computador. Sua frustração aumentava a cada minuto, até que um visitante inesperado apareceu: Jin Won, o primo de segundo grau de Kim. Sem avisar, Jin entrou na empresa com um sorriso confiante, atraindo imediatamente a atenção de todos.

Gun olhou de cima a baixo para o homem à sua frente: Jin era magro, com pele clara e cabelos pretos lisos. Seus olhos pequenos, mas sedutores, completavam a aparência de um homem de mais de 25 anos, que tinha uma beleza impressionante. O estagiário não conseguiu esconder o tédio em seu olhar enquanto observava a interação entre Kim e seu primo. O sotaque islandês de Jin era inconfundível. Ayan, ao seu lado, não pôde deixar de sussurrar: "Que cara mais metido..."

Logo, Alex entrou na empresa com uma pasta na mão, e ao vê-lo, Jin sorriu, o que não passou despercebido por Ayan. Ele franziu o cenho, visivelmente desconfortável com a química entre os dois. Ayan, curiosamente, perguntou: "O que aconteceu com ele?" Gun, visivelmente irritado, apenas disse: "Vai atrás dele."

Kim, sempre atencioso, se aproximou de Jin com um sorriso, perguntando: "O que faz aqui?" Jin, com um sorriso amplo, respondeu: "Vou passar um tempo por aqui. Mamãe e papai virão no final do ano." Gun, incapaz de esconder sua raiva ao ver o carinho entre os dois, se retirou, indo para o terraço desabafar. "Que desgraçado, galinha. Nem o primo ele deixa passar... Kim, seu idiota!"

Kim seguiu até o terraço, encontrando Wat em um estado de frustração. Com um sorriso de canto de boca, ele se aproximou de seu namorado. "Wat?" O garoto, ainda furioso, respondeu: "O que você quer? Vai lá conversar com o seu priminho querido. Maldição! Kim, você é um pervertido." Kim gargalhou, acariciando o cabelo de Wat. "Relaxa, ele é só um primo de longe. Só isso." Em seguida, o chefe abraçou o estagiário por trás, sussurrando: "Eu amo você. Me ama?"

Wat ficou em silêncio por um momento, ainda com raiva, até que Kim, provocador, disse: "Se você não me ama, vou atrás de quem me quer." A raiva de Wat se transformou em desejo. Ele puxou a camisa de Kim, quase implorando para que ele não fosse. "Me responda o que eu perguntei, namorado." Após um silêncio tenso, Wat, finalmente rendido, sussurrou: "Eu te amo, Kim... eu te amo." As palavras saíram carregadas de emoção, com os olhos de Wat marejados de lágrimas.

Kim, tocado pela sinceridade do estagiário, o abraçou para consolá-lo. "Estou aqui, não chore mais. Agora, como punição pelo seu ciúmes bobo, vou te levar para um lugar especial. Me acompanhe."

"Para onde, Kim? Que história é essa de me punir? Eu não fiz nada de errado", questionou Wat, tentando entender o que estava acontecendo. Kim, com um sorriso travesso, respondeu: "Você fez sim. O que me chamou mais cedo? Mas nada, Wat. Vamos." Ele puxou o estagiário pela mão, indo em direção a um destino incerto. Alex e Ayan, que estavam acompanhando a cena, trocaram olhares. Ayan comentou, com um sorriso irônico: "Não queria estar na pele do meu amigo." Alex riu, tentando descontrair: "Relaxem, o chefe não fará mais do que a sua obrigação."

Enquanto isso, no escritório, Jin continuava a falar sobre sua vida amorosa nos Estados Unidos, com uma risada exagerada e contagiante. Ayan, claramente incomodado, não conseguia suportar o comportamento de Jin. Foi então que Alex, percebendo a tensão, puxou o primo para mais perto e disse: "Jin? Na minha sala, agora."

Jin, com seu sorriso arrogante, seguiu para a sala de Kim, que o recebeu com um olhar sério. "Sente-se", ordenou Kim, gesticulando para a cadeira à sua frente. Jin, despretensioso, cruzou as pernas e pediu: "Ei, garoto, me serve uma bebida." Wat, sempre educado, respondeu: "Sim, senhor." Mas Kim, num tom autoritário, interrompeu: "Wat, fica aqui. Não estou pedindo para ele servir você. Se quiser algo, vá e pegue. Wat não é seu empregado."

Jin, com uma risada debochada, rebateu: "Ele é um empregado. Por isso estou pedindo." Kim, visivelmente irritado, retrucou: "Eu não admito que você humilhe meu namorado dessa maneira." Jin riu, provocando: "Seu namorado? Esse garotinho?"

Wat, sem paciência para o comportamento arrogante de Jin, se aproximou do bar e preparou uma bebida. Ao entregar o copo para o primo de Kim, sussurrou: "Quando você quiser algo, peça com gentileza. Não seja grosseiro. Aqui, todos trabalhamos para manter nossas famílias. Não sou como você, que é um folgado."

Jin, furioso, estava prestes a responder, mas foi interrompido por Kim, que com um olhar gelado, ordenou: "Por favor, saia da minha sala e não volte mais. Vá gastar seu dinheiro como bem quiser. Saia agora!" Jin, indignado, tentou argumentar, mas Kim o cortou imediatamente: "Depois que você roubou meus projetos, cortei os laços com você. Igor? Kayky? Leve-o e faça o que eu pedir."

O rosto de Jin se contorceu em uma expressão de desespero, enquanto ele implorava: "Kim, me ajude. Eu não farei mais isso, prometo." Kim, sem qualquer compaixão, respondeu: "Jin, meu caro, se arrependeu tarde demais. Leve-o."

A revelação do roubo dos projetos chocou todos na empresa, que até então acreditavam que Lee era o culpado. Kim, com uma expressão de vitória, revelou a verdade: "Eu também pensei que fosse Lee, Wat. Mas eu sabia que havia algo errado. Eu só precisava que ele viesse até mim."

A história do roubo começou a ser desvendada, e as peças começaram a se encaixar. Semanas antes, Igor e Kayky estavam em um karaokê, e Jin, ao tentar roubar os projetos de Kim, não imaginava que sua traição seria descoberta. A conversa entre Kim e seu estagiário, Wat, revelou mais detalhes. "O projeto? Eu troquei o verdadeiro com um falso. Quando meus homens me avisaram, eu já estava preparado."

A verdade veio à tona, e Jin, que se achava intocável, agora se via derrotado, tendo perdido tudo devido à sua própria ganância.

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