Capítulo 9

Ao chegar em casa, Kim estava visivelmente preocupado com Wat. O estagiário, ainda com ferimentos leves, não parava de se queixar das dores. Seu olhar fixo no chefe, ele exigiu com raiva: "Kim, me conta o que aconteceu com aquele filho da mãe." O tom de sua voz deixava claro que ele estava prestes a buscar respostas de qualquer maneira, até mesmo confrontando o homem responsável por tudo. Kim engoliu em seco, visivelmente tenso, e pediu que Wat se sentasse na cama. Nervoso, o chefe respirou fundo antes de falar:

"Lee foi meu ex-namorado, há dois anos atrás," revelou Kim, com uma expressão carregada de dor.

Wat, ainda perplexo, levantou a voz: "E por que ele está tão obcecado por você? Parece que ele é da máfia."

Kim sorriu, mas não era um sorriso feliz. "Ele é da máfia, Wat. Ele está assim porque me traiu com outro. Eu vi tudo e terminei com ele. Me magoei muito, você não tem ideia. Nunca pensei que me apaixonaria de novo."

Sentindo a dor de Kim, Wat o abraçou com carinho. "Me perdoe por te fazer lembrar desse passado, meu amor, meu Kim."

Kim forçou um sorriso, tentando aliviar a tensão, e respondeu com suavidade: "Estou bem, não precisa se preocupar, não seja dramático." Mas seu rosto se fechou quando Wat se aproximou mais e falou:

"Se eu te contar que eu não gostei nem um pouco quando aquele cara disse que você era 'dele'? O sangue ferveu em mim, Kim. Esse sujeito é maluco! Pode ser mafioso ou o que for, mas eu vou acabar com a graça dele."

Kim, com um olhar sério, o interrompeu: "Deixe isso para lá, não quero que você se envolva com esse tipo de gente. Não quero que você se machuque."

Wat, com a expressão séria, retrucou: "E onde está meu namorado para me proteger?" Kim, desconfortável, desviou o olhar. "Não posso estar aqui o tempo todo para te proteger. Você precisa entender isso."

Wat, com uma dor silenciosa no peito, olhou Kim nos olhos e sussurrou: "Eu sei. Não foram nem seis meses trabalhando ao seu lado, mas sinto que não posso te perder. Não posso viver sem você."

Kim, com um sorriso triste, tocou o rosto de Wat. "Eu sei, mas você não passará seis meses na minha empresa. Vai trabalhar até eu voltar, e no meu lugar, entendeu?"

Wat olhou para ele, sem acreditar, mas aceitou, sentindo uma mistura de confusão e preocupação. Ele tirou as roupas e se deitou na cama, esperando o chefe. Kim, ainda com o semblante preocupado pela viagem a Nova York, ficou em silêncio por um tempo.

"Kim?" Wat chamou suavemente.

"Sim?" Kim respondeu, tirando as mãos do bolso e olhando para as curvas do corpo de Wat com um olhar intenso.

"Vem para a cama descansar. Estamos exaustos depois de tudo," pediu Wat, já levemente sonolento.

"Já estou indo," disse Kim, indo lentamente até a cama. Quando o celular de Kim tocou, Wat acordou e, com um olhar curioso, observou Kim atender.

"Oi, o que você quer?" perguntou Kim.

Wat pensou: "Deve ser Lee. Esse homem não vai nos deixar em paz. O que ele quer agora?"

A voz do outro lado da linha foi clara: "Me encontre na Ponte Seongsu em meia hora."

Kim olhou para Wat, seu rosto visivelmente tenso, mas não respondeu imediatamente. "Está bem," foi tudo o que ele disse antes de desligar.

Wat não tentou impedi-lo, não era o momento. Ele se levantou da cama, vestiu-se rapidamente e chamou um táxi para ir embora. Mas seus pensamentos estavam distantes, e as lágrimas caíam sem parar. O motorista, percebendo que o garoto não estava bem, perguntou com gentileza:

"Você está bem, rapaz?"

Wat, com os olhos perdidos, apenas permaneceu em silêncio, não respondendo. O celular tocou novamente. "Wat, é você?"

"Sim," respondeu Wat, ainda absorto em seus pensamentos. "O que você quer?"

A voz de Lee soou ameaçadora: "Se quiser encontrar seu namorado vivo, venha ao meu encontro. Vou mandar a localização."

"Entendido," disse Wat, e pediu ao motorista que seguisse até o local indicado.

Ao chegar na ponte, Wat se deparou com o chefe indefeso, imobilizado por Lee. O estagiário ficou paralisado por um momento ao ver Kim naquela situação, seu cenho furioso e ansioso ao mesmo tempo. "Kim?" ele chamou, sem entender o que estava acontecendo.

Kim, com a cabeça baixa, não respondeu. Lee então provocou, com um sorriso de deboche: "Chefe? Você está tão preocupado com ele? Admita, estavam se divertindo sem o meu consentimento? Eu vi tudo pela janela, Kim. Você não percebeu que a janela é de vidro, grande o suficiente para uma boa visão?" Ele riu com desdém. "Como você ousa me trair?"

Kim, com um olhar feroz, respondeu: "Eu nunca te traí. Quem te traiu foi você. Seu comportamento é hilário. Agora me solta!"

Com raiva, Lee segurou Kim com mais força, batendo-lhe com a barra de ferro. "Aguenta firme, Wat. Eu quero que você sinta a dor que ele está sentindo. Quero que Kim sinta a mesma dor dessa punição."

Wat, sentindo o pavor e a raiva se intensificando dentro de si, deu um passo à frente, pegando uma arma e apontando-a diretamente para Lee. "Solte meu namorado, Lee, eu irei com você. Só me deixe levar ele."

Kim, com um olhar de desespero, gritou: "Wat, não! Não faça isso!"

Lee, com uma gargalhada fria, disse: "Não me interessa o que você quer, Wat. Eu vou acabar com o Kim primeiro."

Enquanto a tensão crescia, um tiro foi disparado, interrompendo o caos e dando início à luta feroz pela sobrevivência.

O som do tiro ecoou pela ponte, e o cenário rapidamente se transformou em um caos absoluto. Lee, com um olhar furioso, se virou para encarar o estagiário, ainda com a barra de ferro nas mãos. Seus homens, armados até os dentes, estavam posicionados ao redor, preparados para atacar a qualquer movimento de Wat.

Kim, sentindo o peso da situação, olhou para seu ex com um olhar de desdém. "Lee, você já fez o suficiente. Solte-o agora, ou isso vai terminar muito mal para você."

Lee apenas riu, sua risada fria e cruel ressoando na noite. "Você ainda acha que pode me controlar, Kim? Você e esse garoto não sabem com quem estão lidando. Eu sou a máfia. Eu sou poder."

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