Ao chegar em casa, Kim encontrou Wat sentado no sofá da sala. O Boss parou por um instante, observando aquele rosto que, em tão pouco tempo, já lhe transmitia uma estranha sensação de paz. Sem pensar duas vezes, caminhou até ele e se jogou em seus braços. No abraço apertado, Kim desabou em lágrimas contidas por muito tempo.
— O que aconteceu com você? — sussurrou Wat, com suavidade.
— Não me faça perguntas… só me deixe… me deixe te abraçar. — pediu Kim com a voz embargada.
— Kim, a gente se conhece há dois dias… Por que está me abraçando assim?
— Porque eu preciso. Porque estou com vontade. Por favor, só me permita.
Ana, que estava na sala, percebeu a intensidade do momento e se retirou em silêncio. Wat segurou a mão de Kim com delicadeza e o conduziu até o quarto. Enquanto subiam as escadas, Kim murmurou com o olhar distante:
— Eu errei tanto...
— O que você quer dizer com isso? — perguntou Wat, preocupado.
— Saí para fugir dos problemas. Mas me deparei com um grupo de homens espancando um senhor na rua… Eu… eu perdi o controle. Bati neles até que não consegui mais sentir pulsação… — sua voz tremeu. — Eles também me acertaram… mas eu liberei toda a raiva ali.
— Meu Deus! E se a polícia vier atrás de você? Você pode estar encrencado! — disse Wat, assustado.
— Eles escolheram um lugar sem câmeras. Ninguém verá nada. — respondeu Kim, com frieza.
Visivelmente machucado, Kim tentou tirar a camisa, mas seus movimentos estavam limitados. Wat se aproximou, percebendo sua dor, e começou a desabotoá-la com cuidado. O Boss não tirava os olhos dos lábios rosados de Wat, até que, impulsionado pelo desejo, o beijou.
Wat o afastou rapidamente, furioso:
— O que pensa que está fazendo?!
— Estou fazendo o que meu corpo grita… Eu quero você. Eu preciso de você!
— Cara, eu mal… — tentou protestar, mas foi silenciado por outro beijo. Um beijo carregado de desejo e dor.
— Pare com isso… — pediu Wat, ofegante. — Eu não estou com vontade. Sei que é cedo demais.
— Mas eu não quero que você vá embora.
— Eu não vou a lugar nenhum, senhor Boss.
— Um dia… um dia você vai descobrir os meus sentimentos de verdade.
— Você está estranho — comentou Wat.
— Me ajuda a tirar essa calça. Não consigo… — pediu Kim, exausto.
— Que merda… — murmurou Wat.
— Nunca viu um homem pelado? — provocou Kim.
— Não… nunca.
— Bem-vindo, Wat. Aqui estou eu… sem roupa.
— Que pervertido! — disse Wat, tentando esconder o rubor.
Kim entrou no banheiro, deixando o estagiário sozinho no quarto. Wat levou a mão à boca, tocando os lábios, sentindo o gosto do seu primeiro beijo. Um sorriso involuntário surgiu, misturado à confusão. Era felicidade?
Logo depois, Alex entrou no quarto à procura do chefe.
— Gun, não é?
— Hum… O que faz aqui?
— Preciso falar com o chefe. Ah, e diz pro seu amigo que quero falar com ele. Ayan é complicado, mas é lindo pra caramba.
— Boa sorte, Alex. O Ayan não é um garoto fácil. Pense bem antes de se aproximar.
— E você… gosta do meu chefe?
— Não. Por que essa pergunta?
— Porque ele está claramente atraído por você. Nunca o vi assim, desde que foi deixado pelo ex.
— O Boss… é gay?
Alex sorriu.
— Sim. Não sabia?
— Não fazia ideia… E por que o ex o deixou?
Alex se aproximou e falou em tom baixo:
— Dois anos atrás… Kim estava em um bar com amigos. A noite estava animada. Lee, um homem sedutor, o observava intensamente. Naquela época, Kim estava bem, cheio de vida. Eu o acompanhava e achei estranho o modo como Lee o encarava. Peguei uma taça, tentei interromper, mas não entendi a atitude dele. Aqueles toques… aquele olhar… havia segundas intenções. Kim parecia envolvido. Ele disse que ia ao banheiro. Lee o seguiu. Eu também fui atrás, preocupado. Eles foram para uma cabana fora da cidade, isolada. Espiei pela janela: Kim estava deitado, nu, vulnerável. Lee era atraente, mas havia algo errado. Mesmo bêbado, Kim parecia ter cedido. Eles transaram naquela noite, e eu não pude impedir. Só esperei do lado de fora.
— Que absurdo… — disse Wat, indignado.
— Na manhã seguinte, Kim me acordou com um chute. Estava nu, como se nada tivesse acontecido.
— “Você viu tudo?” — ele perguntou.
— “Não, senhor. Eu estava apenas protegendo o senhor.”
— “Muito bem. Preciso de alguém como você.”
Alex continuou:
— Eles começaram a namorar. Kim era frio perto de Lee. A relação era tóxica. Agressiva. Mesmo assim, Kim parecia preso a ele. Um ano depois, Kim viajou para a Nova Zelândia por negócios. Lee foi atrás. Louco, fez escândalo. Foi a uma festa, dormiu com outro por vingança. Enviou uma mensagem ao Kim, que acreditou. Quando descobriu a verdade… desmoronou. Passou dias trancado. Seus pais chamaram psicólogos. O homem que você vê hoje… é só o que sobrou daquele amor falso. Gun, não saia de perto do Boss. Você é o único que ele permitiu se aproximar. Cuide dele. Mesmo que não o ame… cuide.
Alex saiu. Wat, confuso e tocado, foi buscar a caixa de primeiros socorros. Voltou e pediu:
— Senhor, não se vista ainda. Preciso cuidar dos seus ferimentos.
Kim o olhou com expressão indecifrável.
— O que está fazendo?
— Tentando consertar você.
— O que você tinha na cabeça pra brigar na rua? — disse Wat, enquanto erguia suavemente o queixo de Kim. — Por que saiu de manhã e voltou nesse estado?
— Hum…
— Me responde, Kim. Sei que sou só um estagiário, mas quero ajudar.
— Você quer mesmo me ajudar?
— Se estiver ao meu alcance.
Kim o encarou com intensidade.
— E se eu te disser… que quero fazer amor com você?
Wat empalideceu com a ousadia do Boss.
— Eu sabia… você não pode me ajudar. Ninguém pode. — disse Kim, com tristeza.
— Deite-se. Você precisa descansar.
— Não quero que vá.
— Está parecendo uma criança, com medo do escuro. — brincou Wat.
— E se eu disser que tenho medo… você dormiria ao meu lado?
— Claro que não! — respondeu Wat, tentando manter a compostura.
Ainda assim, ficou ali, ao lado do chefe, até que ele adormecesse.
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Atualizado até capítulo 26
Comments
corvo
me perdi quem é Alex ?/Smirk/
2024-08-16
0
Killer ԅ
Delícia de cap.💖😊😘💞😍
2024-03-12
3
Cleide Almeida
já tô amando essa história 🥰🥰
2023-08-03
1