Wat saiu correndo até o hospital mais próximo de sua casa, o coração acelerado, as pernas quase falhando a cada passo. Entrou apressado pela porta principal, e foi direto à recepção.
— Meu pai, Pedro... ele foi internado. Pode me informar onde ele está?
A atendente, uma senhora com maquiagem exagerada e sombra cintilante demais para a ocasião, sorriu com delicadeza.
— Hum... está no quarto 213. Pegue esse cartão de visitante.
— Obrigado. — Gun respondeu gentilmente, pegando o cartão com as mãos trêmulas.
Ele caminhou pelo corredor iluminado por uma luz fria, e a cada passo seu coração apertava mais. Lágrimas escorriam silenciosamente por seu rosto. Ao encontrar sua mãe, correu ao seu encontro:
— Mamãe... cadê o papai?
— Ele está inconsciente. Sua irmã está com ele.
— A Alicia está aqui?
— Sim, filho. Não pude deixá-la sozinha nesse momento.
— Eu vou vê-lo.
Gun entrou no quarto com os olhos vermelhos de tanto chorar. Alicia correu e o abraçou com força.
— Irmão... papai vai ficar bem, não vai?
— Vai, sim... ele vai acordar logo. — Gun limpou os olhos com o dorso da mão. — Eu falei pra ele não trabalhar pesado... Entregador de pizza? Papai já não tem idade pra isso. Por que ele foi tão teimoso?
Sentou-se ao lado da cama, pegou a mão de Pedro com carinho e encostou-a no rosto.
— Estou tão cansado, papai... Hoje o dia começou todo errado. Cheguei atrasado no meu primeiro dia de trabalho. E quem me atropelou foi justamente meu chefe... Acredita? Quando o vi na empresa... aquele homem elegante, frio, lindo... era Kim. Um verdadeiro inferno. Um chefe irritante... Papai, acorda, por favor.
A enfermeira entrou, interrompendo com doçura:
— Por favor, precisam sair para que o paciente descanse.
Ao abrir a porta, Gun deu de cara com Ayan e Kim.
— Boss?! O que você está fazendo aqui?
— Ayan me ligou. Disse que você precisava descansar. Vamos, me acompanhe.
— Eu não vou. Não posso sair daqui até meu pai acordar!
— Wat, por favor, ouça o chefe. Eu fico com a Alice e a Marta — tentou convencer Ayan.
— Eu já disse que não vou sair!
— Wat, isso é uma ordem! — disse Kim, pegando sua mão e puxando-o para fora do hospital.
— Me solta, chefe! Não me tire de perto do meu pai, por favor!
— Wat, me ouve. Você não vai voltar lá. E ponto. Entra no carro, agora. Vai descansar.
— Eu nem te conheço direito... Como quer que eu confie em você?
— Para de besteira — disse Kim, empurrando Gun para dentro do carro e fechando a porta do passageiro. Entrou pelo lado do motorista logo depois.
Wat estava furioso, os lábios contraídos de raiva.
— Wat?
— É Gun, ok?
— Eu vou continuar chamando de Wat. Gosto assim. E amanhã você está dispensado do trabalho. Vai tirar um dia de folga.
— Hum... — murmurou ele, irritado. — E aí? Matou o homem inocente?
— O que você está dizendo? Eu não matei ninguém inocente.
— Ah, não? E o cara que seguiu suas ordens? Ele matou, não foi? Você é perigoso.
Kim permaneceu em silêncio.
— Responde! Matou ou não?
— Isso não é da sua conta. Fique fora dessas coisas. Já sabe que eu sou perigoso... então, não se meta.
— Você é insuportável — sussurrou Wat.
Chegando na mansão, os seguranças de Kim estavam a postos. Assim que viram Gun, um estranho, apontaram armas imediatamente.
— Eu... eu devo ir embora, senhor Boss...
— Você vai ficar. Abaixem as armas!
— Sim, senhor!
Kim pegou a mão de Gun e o conduziu para dentro. O garoto ficou pasmo ao ver o luxo daquele lugar.
“Esse lugar é mil vezes melhor que minha casa... Esse homem é podre de rico... e completamente metido.”
Enquanto observava cada canto da sala, Gun se perguntava: “Será que um dia vou ter uma casa assim? Minha família estaria mais segura...”
— Wat? — chamou Kim.
— Hum?
— Entre no quarto. Vou pegar uma toalha pra você tomar banho.
— Ei... aqui é seu quarto?
— É. Qual o problema?
— Dois homens no mesmo quarto?
— Para com bobagens. Pegue a toalha. Vou esperar aqui enquanto você toma banho.
Kim se afastou e ligou para Alex:
— Diga, senhor.
— O que aconteceu com aquele indivíduo?
— Já estava morto. Precisamos saber quem está por trás disso.
— Investigue. E me avise assim que souber.
— Sim, senhor. Kim... investiguei sobre Gun.
— Seja breve.
— Ele é um rapaz simples, do povoado. Trabalha e estuda para sustentar a família. O pai não é o pai biológico dele. O garoto não sabe disso. Alice é filha biológica do Pedro. Ele faz faculdade de engenharia, mas os trabalhos de meio período mal pagam os estudos. Cuide bem dele, senhor... ele precisa de ajuda.
— Hum... desligando.
Wat saiu do banheiro só com a toalha. Kim o olhou de cima a baixo, completamente sem reação. Seu rosto ficou corado.
— Kim? Está me ouvindo?
Kim estava nas nuvens. O corpo definido de Wat fez seu coração acelerar. O garoto se aproximou e sussurrou:
— O que deu em você? Por que está tão perto? Cara, você é muito estranho... Vai tomar banho ou não?
— Hum... — respondeu Kim, puxando de repente a toalha da cintura do rapaz.
— KIM! Você me deixou pelado!
— Eu já vi. E não me importo.
— Que droga! Pervertido! — resmungou Wat, pegando suas roupas rapidamente. — Vou me vestir logo, antes que você me possua!
Kim riu e seguiu para o banho, eufórico. Enquanto a água caía, ele pensava:
“O que está acontecendo comigo? Kim... se controla!”
Quando saiu do banheiro, também de toalha, perguntou em voz baixa:
— Wat, quer jantar?
Não obteve resposta. Olhou para a cama. Gun dormia profundamente. Kim sorriu e pegou o cobertor, cobrindo-o com cuidado.
— Boa noite, Wat — sussurrou, tocando suavemente os cabelos do garoto.
No corredor, Ana passava com uma bandeja.
— Ana, me sirva o jantar, por favor.
— Seu pai ligou?
— Não... estranho. Ele sempre liga. — Kim tentou contato, mas caiu na caixa de mensagens. Seu semblante se fechou, a preocupação era visível. Desceu para a sala e sentou-se diante da lareira. Ana lhe serviu sopa e café.
— Senhor, quem é o garoto?
— Meu estagiário. Está passando por um momento difícil. Cuide bem dele. Sirva tudo o que precisar.
— Sim, senhor.
Na manhã seguinte, Wat acordou sentindo-se renovado. Ao abrir os olhos, percebeu que Kim dormia ao seu lado. Tentou sair de mansinho, mas ao tirar o braço debaixo da cabeça dele, Kim acordou.
— Bom dia... dormiu bem?
— Hum... dormi, sim. Obrigado por me deixar na sua cama. Estou em dívida com você.
— Estou exausto...
— Dormiu tarde?
— Estou preocupado... Roupa no armário. Vista o que quiser. Te espero lá embaixo pro café.
Gun assentiu com a cabeça. Pela primeira vez... algo em seu peito pareceu aquecer de verdade.
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Atualizado até capítulo 26
Comments
Cleide Almeida
bem d boa🥰🥰
2023-08-03
2
Leitoradelivros Online
Relaxa Boss
2023-05-16
1
Leitoradelivros Online
É isso aí cuida do meu bebê
2023-05-16
0