Capítulo 2

Boss se virou ao perceber a careta de seu estagiário. Um leve sorriso surgiu no canto de seus lábios. Voltando ao trabalho, ele murmurou ao se sentar:

— Você está brincando com fogo, garoto... Vamos ver quem aguenta mais.

Kim gritou, furioso, ao dar o primeiro gole no café.

Gun entrou novamente na sala, mais uma vez sem bater.

— Você não tem modos, garoto?

— Desculpe, senhor — disse ele, saindo apressado e batendo a porta com força.

— O que aconteceu, Kim? — perguntou Mary, entrando logo em seguida.

— Este café está frio... e horrível. Leve isso daqui e traga outro. Agora.

— Por Deus, que homem mais irritante — sussurrou Gun, já do lado de fora.

— O que disse? — gritou o chefe.

— Nada, senhor. Absolutamente nada. Com licença.

Boss estava se divertindo. Seu sorriso malicioso indicava isso claramente. Gun voltou pouco depois, suado e cansado, entregando o copo de café.

— Me desculpe se te irritei, senhor... Eu... eu não aguento mais... — disse ele antes de desmaiar ali mesmo.

— Gun?! — exclamou Kim, levantando-se com pressa. Correu até o garoto, que havia caído no chão.

— Fala comigo, Gun. Acorda!

Kim se ajoelhou ao seu lado, enxugando o suor que escorria pelo rosto dele com um lenço de bolso. Enquanto o observava, soltou um grunhido baixo:

— Além de malcriado... é incrivelmente bonito. Se você fosse meu namorado, essa boca rosada não teria um minuto de descanso... Que inferno. Que garoto atraente.

O telefone de Kim tocou. Ele atendeu com frieza, ainda observando Gun.

— Diga, Alex. O que houve?

— Senhor, invadiram o nosso galpão.

— Estou desarmado. Não posso sair agora. Vá atrás daquele filho da mãe... e acabe com ele.

— Sim, senhor.

Gun despertou devagar, confuso.

— Kim... quem é você?

— Não seja bisbilhoteiro. Não é da sua conta.

— Ou você me conta agora... ou eu conto a todos que você é um mafioso.

Kim soltou uma gargalhada debochada.

— Estou falando sério! — insistiu Gun.

Kim suspirou, depois se levantou e caminhou até o terraço. Chamou Gun com um gesto. O estagiário o seguiu.

Enquanto acendia um cigarro, Kim falou:

— Você está bem? Está pálido ainda... Vejo que é vulnerável ao trabalho.

— Não é isso. Eu aguento trabalhar. Você me humilhou, me fez de bobo... Agora me diga: quem é você de verdade?

Kim soltou a fumaça devagar, encarando o horizonte de Seul.

— Eu sou o chefe da máfia. Lido com quem me deve. Se não pagam... eu resolvo pessoalmente. Meus pais estão nos Estados Unidos, me deixaram responsável pelas empresas daqui. Meu pai foi convidado para uma festa beneficente de motociclistas.

— Posso saber o nome deles?

Kim arqueou uma sobrancelha.

— Você é mesmo curioso, Gun...

— Eu preciso saber quem é meu chefe. É questão de sobrevivência.

Kim sorriu de lado.

— Minha mãe se chama Lola. Meu pai, Otto. Ela sempre quis distância dos negócios sujos dele. Mas ele me arrastou junto... E agora estou nesse jogo.

— Seu pai também é da máfia? — perguntou Gun, ainda mais curioso.

— Sim. Mas chega desse papo. Já falei demais.

Kim olhou para o relógio.

— Está tarde. Tenho outro compromisso.

— Senhor, deixa isso pra polícia... Não suje suas mãos.

Antes que Kim pudesse responder, Mary apareceu na porta.

— Senhor, todos já foram. Precisa de mais alguma coisa?

— Não, Mary. Pode ir. Tenha um bom descanso.

Ela saiu. Gun pegou suas coisas e saiu da sala, preocupado. Ao chegar à rua, percebeu que não havia mais ônibus naquela hora.

Kim parou o carro ao lado dele e abaixou o vidro.

— Entra.

— Não, senhor. Está tudo bem.

— Quer entrar por bem ou quer que eu te obrigue?

— Está sendo exagerado... Peça com carinho.

— Deixe de bobagens. Entra nesse carro, agora.

Gun bufou, mas entrou. Durante o trajeto, Kim o observava discretamente. Gun corava a cada olhar.

Kim se aproximou e colocou o cinto de segurança em Gun, que se encolheu com o toque.

— Até isso você esquece, Wat...

— Por favor... me chame de Gun. Wat é para amigos íntimos.

— Eu vou continuar chamando assim. Afinal, sou seu chefe.

Gun desviou o olhar, bochechas vermelhas. Deitou a cabeça na janela e fechou os olhos. Kim continuou o observando.

“O que está havendo comigo? Não paro de olhá-lo. Wat é fofo... Tem uma beleza extraordinária. Aquele cabelo caído no rosto, o olhar tímido... e essa boca rosada... Maldição! Estou ficando louco...”

— Wat, onde você mora?

Gun abriu os olhos, meio grogue.

— Não muito longe... Rua Insadong. Aquela casa com orquídeas na entrada.

— Posso te deixar na porta.

— Não, por favor. Para evitar fofocas.

— Hum... Boa noite. Chegue cedo amanhã. E não se atrase de novo.

— Senhor?

— O que foi?

— Você me deve desculpas, não?

— Não sei do que está falando. Vá pra casa. Está tarde.

— Eu sei que um dia vai se desculpar...

— Esse momento nunca vai acontecer.

— Vamos ver o que o tempo diz... Sei que vai pedir desculpas, senhor Kim — disse Gun com um sorrisinho provocador.

— Esse garoto me tira do sério... — murmurou Kim, assistindo-o entrar em casa.

Gun percebeu que a casa estava vazia. Seus pais e irmã caçula não estavam. Cansado, subiu para o quarto sem jantar. Quando estava no banho, seu celular tocava insistentemente.

Ao sair, atendeu com pressa.

— O que foi, Ayan?

— Seu pai está no hospital da cidade.

— O quê?! O que aconteceu?

— Sua mãe tentou ligar, mas não conseguiu. Então Marta ligou pra mim. Parece que foi um acidente no trabalho.

Gun desligou o telefone imediatamente. Vestiu a primeira roupa que viu e saiu correndo.

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Comments

corvo

corvo

louco de amor né querido /Chuckle/

2024-08-15

1

Killer ԅ

Killer ԅ

Eu amo obras de amor e ódio, magnífico.💖💋☺️

2024-03-11

2

Roseane Pereira

Roseane Pereira

tadinho do Gun

2024-03-06

0

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