Observei a atitude daquela mulher. Quem ela pensava que era para falar comigo daquela forma? Ele poderia ser o presidente dos EUA, mas permitiu que uma criança de apenas 5 anos andasse sozinha e assustada em um hospital. Quando a encontrei, observei um homem diante dela. Pela forma como ele agia, pude perceber que aquela criança não pertencia a ele, então meu instinto de proteção entrou em ação.
Ele me olhou com uma raiva contida quando o impedi de pegar aquela garotinha e ameacei gritar pelos seguranças. Ele sabia que não conseguiria sair dali sem ser pego. Quando ele veio em minha direção, senti algo mudando, a raiva crescendo dentro de mim. Então, ao me olhar, sua postura mudou, e ele passou por mim, dirigindo-se ao final daquele corredor, buscando a saída daquele hospital.
O mesmo sentimento que aflorou contra aquele homem também aflorou agora diante dessa mulher, depois do que a pequena Andie havia me contado. Olhei para ela e senti minha raiva crescendo.
— Então foi por sua causa que ela estava chorando? Como você diz a uma criança de apenas 5 anos que ela é culpada pela morte da mãe? Você é tão sem coração assim, sua louca? Não tem sentimentos? Ela é apenas uma criança e não tem culpa alguma, sua insensível. — Falei indo em sua direção, não temendo aquela mulher.
Porém, fui contida quando senti bracinhos envolverem minha perna. Olhei para a pequena Andie e vi que ela estava temerosa pelo que podia acontecer ali. Quando pensei em me abaixar para falar com ela, senti de alguma forma que seria atacada por aquela víbora, então virei novamente para ela com um olhar mortal e sabia que a raiva transbordava por mim.
Mas antes que ela tomasse uma atitude, escutei o novo diretor rosnar, e aquilo chamou minha atenção. Quando o encarei, ele estava me olhando, mas no lugar da raiva, vi surpresa em seu olhar. No mínimo, meus olhos estavam dourados novamente. Sempre que sentia raiva, eles estavam mudando de cor, e sentia algo querendo sair de mim. Para disfarçar aquela situação, me abaixei até a Andie, que também me olhava surpresa, mas nada comentou, enquanto tentava trazer minha calma de volta.
— Meu amor, nada do que essa mulher falou é verdade. Se sua mamãe morreu durante seu nascimento, não foi culpa sua. Tenho certeza de que se ela pudesse escolher entre trazer você ao mundo ou ela permanecer viva, ela teria escolhido você. Essa seria a escolha que eu também teria feito. Não se culpe por isso, apenas viva de maneira que sua mamãe teria orgulho de você. Você sempre poderá falar com ela através daqui — apontei para o seu coraçãozinho. — Porque ela sempre estará aqui com você!
— Isso é verdade, papai? — Pela primeira vez, ela se dirigiu a ele por aquele termo, comprovando que realmente ele era o pai dela.
Estava de costas para eles, mas tinha certeza de que ele confirmou, porque logo depois a pequena Andie me abraçou, quase me derrubando no chão, o que me fez sorrir. Então a abracei de volta, levantando-a comigo em meus braços. Me virei para seu pai e a passei para ele, que me encarou por um momento. Olhei para aquela mulher que me olhava com muita raiva contida e da qual eu não sentia o mínimo medo. Que ela explodisse com sua raiva.
— Com licença a todos. Preciso aproveitar meu horário de almoço. — Passei por eles e nem sequer olhei para trás.
Não sabia ao certo o que estava sentindo naquele momento. Raiva, admiração, orgulho e decepção. Parecia que tudo resolveu acontecer ao mesmo tempo. A Andie estava abraçada a mim, de costas para a Dafne. Sabia que minha filha estava magoada com aquela mulher e com bastante razão. Mas precisava agir feito o alfa que era, precisava tomar medidas enérgicas.
— Caleb, quero que você volte à alcateia e descubra como aqueles renegados passaram sem ser percebidos. Espero ter uma resposta quando eu chegar até lá. E sem desculpas desta vez. — Ele afirmou com a cabeça e saiu. — Jones, leve a Andie até o refeitório e a faça comer algo. Preciso ter uma conversa com a Dafne a sós. — Coloquei minha filha no chão, e ela segurou a mão do Jones, e ambos saíram. — Kael, verifique qual homem a Dra. Anny se referiu, como ele entrou no hospital e se ele teve ajuda. Você me acompanhe, Dafne.
— Derek, juro que não foi bem assim, como aquela médica idiota falou. Apesar de não entender por que você nunca contou a verdade para sua filha. Cedo ou tarde, ela iria descobrir.
— Para você, a partir de agora, é alfa. Nosso trato está cancelado até eu ter certeza do que aconteceu aqui. Você não tem que opinar se é certo ou errado a forma como criei minha filha, e se não falei para ela sobre a morte de sua mãe, é porque eu não queria que ela carregasse aquela culpa. Você não tinha o direito de contar a ela. — Eu gritei fazendo a Dafne se encolher diante de mim. — Volte para a alcateia e para o posto que tinha antes de se tornar minha pretendente.
— Meu pai não ficará nada satisfeito com essa sua decisão, alfa. — Ela teve a audácia de falar.
— Seu pai é apenas o ancião da alcateia, eu sou o alfa, eu decido, e minha decisão foi tomada. Agora, cumpra o que falei e me entendo mais tarde com seu pai. — Ela saiu batendo o pé, mas nada pode fazer quanto à minha decisão. Pouco depois, meu beta bateu à porta e entrou.
— Derek, o cara entrou aqui como paciente, porém, agora temos um rosto. — Ele me mostrou uma foto, mas nunca vi aquele cara naquela região. — Mandei a filmagem para seu e-mail.
Assim que abri o vídeo, assistimos a ele mostrando um cartão, e meu lobo permitindo sua entrada. Ele se dirigiu para o elevador, e a outra câmera mostrou-o saindo no corredor da pediatria. O tempo coincide com o momento em que a Andie também chegou àquele corredor pela outra extremidade. Ele foi direto para ela. Mesmo sendo apenas uma filmagem, meu lobo emergiu naquele momento, e terminei rosnando.
Assim que ele chegou até ela, uma mãe saiu do consultório da doutora, e logo depois, ela também saiu. Ela observou por um pequeno instante. Pelo que pareceu, minha filha estava chorando. Logo depois, ela se dirigiu para eles, e julguei que, ao perceber que minha garotinha não pertencia àquele idiota, sua atitude mudou completamente.
Aquilo chamou minha atenção. Ela falou algo para ele, e pensei que ele a atacaria, mas algo nela fez com que ele mudasse de ideia. Quando ela se virou para a câmera, pudemos notar o que era... seus olhos. A câmera mostrou que ela não era simplesmente uma humana, e aquele homem descobriu isso. No entanto, não conseguimos identificar nenhum cheiro diferente nela.
— Ela é uma loba? — Kael perguntou, surpreso.
— Não consegui identificar nenhum cheiro diferente nela, apenas o de uma simples humana. Precisamos descobrir quem ela é, mas sei que, por causa dela, não perdi minha filha hoje. Já devo muito a ela por isso.
— Ela é sua companheira, Derek. Se ela é uma loba, ela sabe quem você também é.
— Meu lobo ficou diante dela ontem, Kael. — Ele me olhou surpreso. — Peguei o cheiro dela numa trilha e por pouco ela não foi atacada por um renegado. Sentir o seu medo, ela não tinha como fingir tão bem aquilo. Você sabe o quanto somos bons em detectar mentiras. Ela estava assustada diante de nós, então só posso deduzir que se ela for uma loba, ela ainda não passou pela transformação.
— Como assim, meu amigo? Todo lobo passa por isso ao atingir a adolescência, ela já é uma mulher e nunca passou pela transformação? Como isso é possível?
— É o que pretendo descobrir.
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Atualizado até capítulo 90
Comments
Claudia Santos
estou amando,sem delongas, esse primo com certeza que tomar o lugar dele, fazendo bagunça em seu território,a encosto com certeza está no meio .😡
2024-12-16
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Thaliaa Vieira
Vai pedir justo pra ele!🙄
2025-01-07
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Vanusa Crispim Da Silva
a história boa até agora 😃
2025-01-07
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