Casa 69

O despertador tocou, era 6:00hs da manhã. Alex abriu os olhos estava espremido na cama, de um lado estava o Vicent e do outro a Alícia.

– Ei, vocês dois! Acordem! – ele gritou

– Que barulheira é essa? Não grita, minha cabeça dói – Alícia falava enquanto tentava abrir os olhos

– Mestre, você está bem? – o felino perguntou enquanto o apalpava.

– Estou bem. Mas me responda...porque ela está aqui?

– Ah, meu senhor... você realmente não se lembra?

– Não, não lembro de quase nada.

– Faça um pequeno esforço para se lembrar, vai! – Vicent olhava com um olhar curioso, esperando ver a reação do mestre quando a noite anterior viesse a sua memória

Alex enfiou os dedos em seus cabelos, jogou-os para trás, respirou fundo e fechou os olhos.

– Vai, meu mestre! tente se lembrar do que nós dois fizemos! – Alícia deslizava sobre sua perna

– Pera ..pera ..pera... de que você me chamou? – ele perguntou para ela, com os olhos arregalados.

– De meu mestre. Algum problema? – ela repetiu sorrindo e se esfregando ainda mais nele.

– Para de se esfregar nele, Alícia. Você vai deixá-lo com fedor de rabujo!

– Me respeita! eu sou cheirosinha. Tomo banho todos os dias e uso perfume. – ela protestou

– Sobre seu perfume... nosso mestre não gosta, você vai ter que trocar. – ele enfatizou

– Você falou nosso mestre? Então ela virou minha serva? em qual momento? Vicent me ajuda, porque você deixou isso acontecer? – Alex estava desesperado

Deu um pulo da cama, ia de um lado para o outro, as memórias aos poucos estavam voltando.

– Meu senhor, você bebeu bastante, ficou muito amistoso com a cadela e ela aproveitou da sua vulnerabilidade e sugeriu o pacto e você aceitou.– o gato explicou

– Eu não tenho estrutura para lhe dar com vocês dois, principalmente, porque vocês se odeiam e sempre brigam. – ele falava revirando os olhos e pondo as mãos para cima.

– Ah, meu senhor... Por termos o mesmo dono, não podemos machucar um ao outro. O pacto impede que isso aconteça. Vamos divergir mas não podemos duelar. – Alícia explicou

– Quem disse que só vocês duelando me incomoda? Vocês batendo boca também é um pé no saco. – ele batia com o pé no chão – tem como cancelar o contrato?

– Tem, mas é difícil e perigoso. Até porque fizemos contrato de alma. – Ela explicou

– Então, pelo jeito vou ter que ficar com vocês dois como servos. Bem, não me tragam problemas! Agora vou tomar meu banho.

Ele abriu o guarda roupas, pegou o roupão e foi ao banheiro.

– Mestre, precisa de ajuda com seu banho? – Vicent perguntou

– Estou chateado com você. Vou tomar meu banho sozinho. Você não cuidou bem de mim enquanto eu estava bêbado. Reflita sobre isso!

Ele falou entrando no banheiro e trancando a porta. Vicent ficou amuado e sentou no canto do sofá. Alícia sentou de frente para ele.

– Vai chorar, bebezão? – ela provocou

– Calada, cadela vadia!

– Não fique tão bravo. Se esforce para se dar bem comigo. Você querendo ou não, vamos ter que conviver embaixo do mesmo teto.

– Ele ainda não deixou você morar conosco. – Vicent a lembrou

– Mas ele vai deixar. Vou arrumar a casa, lavar as roupas, cozinhar e deixá-lo bem confortável. Ele ganhou uma serva e uma empregada ao mesmo tempo. – Ela pontuou

Vicent jogou a almofada em cima dela. Percebeu que desde que tinha ido morar com o mestre não tinha ajudado com as tarefas domésticas. Se a cachorra fizesse, até que poderia conquistar o mestre dele.

– Não faça isso... não queira comprar o mestre com essas coisas. – ele estava com muito ciúmes

– Eu não vou comprá - lo, só vou fazer a minha parte para ajudá-lo. Agora deixa de ser ranzinza. Tenho algo importante para discutir com você.

Ela enfiou a mão no bolso e deu um papel para ele.

– O quê é isso? – ele perguntou pegando o papel entre os dedos

– Leia primeiro – ela mandou

Ele leu o conteúdo do bilhete e percebeu que alguém estava chantageando o seu mestre. Seus pêlos se ouriçaram, seus olhos se esticaram, uma aura escura saia dele.

– Você sabe quem mandou esse bilhete para ele? – sua voz estava grave e rouca de raiva

– Não, mas acredito que seja um dos colegas do trabalho.

– Ele deve nos contar sobre isso. Vamos esperar para ver. – Vicent sugeriu – depois sentaremos, você e eu, para decidir o destino deste criminoso.

Alex saiu do banheiro e viu os dois seres espirituais conversando amistosamente. Nem acreditava no que seus olhos viam. Sempre que via os dois juntos eram brigando ou discutindo.

– Vou me arrumar, tomar café da manhã e sair para o trabalho. Vocês se adiantem para não nos atrasarmos.

– Ok, mestre! Vou preparar o café, enquanto Vicent vai tomar o banho dele. – Alícia se prontificou

...

A mesa estava posta, tinha omeletes, torradas, tapioca e biscoitos. Alícia foi até a cafeteira, pegou a jarra de café e levou para servir aos dois homens que já estavam sentados à mesa.

– Mestre, vamos comer! – ela sugeriu

– Bom apetite para vocês – Alex desejou

Ele queria conversar com os servos antes de ir ao trabalho, precisava falar sobre a chantagem que estava sofrendo. Tomaria coragem e falaria logo.

– Tenho algo para falar com vocês. Ontem recebi um bilhete de chantagem. Querem 10 mil para poderem ficar com a boca fechada. Porém não sei o que eles sabem e o motivo da chantagem. Eu apenas quero saber quem é essa pessoa audaciosa.

– Nós dois vimos o bilhete, mestre – Vicent falou. – Juntos podemos pega - lo. Vamos fazer o seguinte, você leva a mala com dinheiro, eu te dou essa quantia. A Alícia e eu, vamos rastrear a mala até o destino final e pegar quem está por trás desta trama toda.

– A ideia é boa. Mas temos que ter cuidado para não alertarmos ele.

– Pode deixar conosco, mestre – Alícia falou batendo no peito.

Eles terminaram o café da manhã e foram para o trabalho.

...

Já estava quase na hora do encontro marcado para fazer a entrega do dinheiro. Alex tremia de nervoso. Vicent e Alícia estavam em forma de animal.

Escutou-se, um rangido de porta se abrindo. Uma senhora, com um lenço na cabeça e um vestido surrado, apareceu na porta e fez sinal para o Alex entrar.

Ele entrou e a seguiu.

– Por aqui, rapaz – ela indicou uma porta de quarto

Ao entrar no quarto, ele foi golpeado na cabeça, perdendo a consciência.

– Agora o nosso plano vai começar – um homem de chapéu falou

– Tirem as roupas dele e amarre-o na cama – o outro ordenou

– Verifique a mala. Veja se ele trouxe o dinheiro que pedimos. – o homem de chapéu voltou a falar

– Está aqui. Além de ganharmos uma grana, vamos detonar a moral desse almofadinha. Os garotos de programas que contratamos já estão prontos?

– Sim, vou manda-los entrar. Mas antes drogue ele primeiro, quero que ele fique descontrolado e fogoso.

– E, que o show comece! – O homem de chapéu falou batendo palma

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