No terraço

Alex, arregalou os olhos e ficou atônito com as palavras do Vicent. Apesar de gostar ser protegido, não queria que ele fizesse algo como machucar, de forma perigosa, outra pessoa. Sua supervisora, tinha ficado caída ao pé da escada. Estava consciente, parecia que tinha quebrado um osso da perna e nem assim ela parou de esbravejar. Os colegas ligaram para o socorro e Alex queria apenas sair dali. Ele pegou o gato no colo e levou-o até o terraço para ter uma conversa.

– Mocinho, agora vamos conversar. – Ele falou colocando o Vicent no chão – Porque fez algo tão perigoso para uma pessoa?

– Eu fiquei furioso, e eu queria castigá-la por ser má com você.– Ele respondeu com um tom sério

– E, se ela quebrasse o pescoço e morresse? – Alex gesticulava sem parar

– Se acontecesse isso, seria apenas um azar para ela. Ela pagaria o preço de ser insolente com você. – O felino retrucou coçando a orelha

– Mas aí eu me sentiria culpado, sabia?

– Eu quem a teria machucodo, porque você pegaria a culpa que, hipoteticamente, seria minha? – Ele deitou de barriga para cima aproveitando o sol

– Hipoteticamente? Como você é capaz de falar assim? Você não sente culpa? – Alex quase não acreditava no que estava ouvindo

– Não sinto. A culpa foi toda dela por ter feito o errado e provocado a ira do ser espiritual aqui. Eu sou bom para quem é bom e eu sou mau para quem é mau. Agora, pare de me questionar e volte ao seu trabalho.

– Vou voltar, mas eu não quero que você saia machucando as pessoas. – ele ordenou

– Meu senhor, você não me verá machucando ninguém, até porque o que os olhos não veem, o coração não sente. Né?

Alex voltou sozinho para dentro do prédio. O Socorro já tinha chegado e levado a supervisora para o hospital. O restante do dia, foi bem tranquilo para o Alex. Os trabalhos que chegavam eram fáceis e descomplicados. Ele estava com muita sorte. Se lembrou que, desde do pacto feito com o Vicent as coisas sempre fluíam bem.

Ele pensou no felino e se sentiu agradecido por tê-lo encontrado. Mas teria que adestrá-lo para não fazer as coisas no ímpeto, isso se ele fosse capaz de adestrá-lo.

– "Ele deve ainda está tomando um banho de sol, lá em cima. As horas se passaram. Vou lá vê - lo". - pensou

Levantou, pegou o almoço e foi para o terraço. Ia aproveitar para comer por lá.

Chegou e não viu o companheiro, procurou de um lado e do outro, chamou e nada dele aparecer.

O terraço era bem ajeitado e agradável. Foi decorado com intuito de se tornar uma área aberta para descanso dos funcionários, porém poucos funcionários iam para aquele lugar.

Alex foi até uma mesa, que ficava bem no centro, tinha duas cadeiras ao redor. Ao lado tinha um jardim.

Arrumou a comida e começou a comer devagar. Aproveitava para apreciar a paisagem e o bom tempo.

Não demorou e o Vicent chegou.

– Ah, você demorou a voltar.– Alex resmungou

– Fui resolver umas paradas.

– Posso saber que parada foi essa?– Alex ficou curioso.

– Ah, meu senhor, logo você saberá. – Vicent deixou um mistério no ar.

Alex terminou de comer, juntou suas coisas e se preparou para voltar ao trabalho. Ele olhou com curiosidade para o amigo que ainda estava na forma de gato e que se deitava no assento perto da parede.

– Me espere até o trabalho terminar e vamos para casa. – Ele deu a costa e saiu

– Espero que você goste da surpresa. – o gato falou se espreguiçando.

Ao chegar na sala o diretor da empresa chegou chamando todos os funcionários, iria dar uma notícia.

Alex se juntou aos colegas e foram até a sala de reunião.

– Olá a todos, quero anunciar para vocês o novo supervisor. Ele vai substituir a antiga supervisora que se acidentou hoje. Ela tirou licença e será transferida para uma outra filial. Então, dê as boas vindas para o nosso novo colega. – O diretor anunciou

A porta se abriu e trajando uma roupa elegante, eis que surge o Vicent. A mulherada ficou alvoroçada. Um homem lindo e elegante, agora, fazia parte da equipe.

Ao ver as colegas alvoroçadas, Alex sentiu um incomodo que ele não sabia dizer o que era.

– Senhora e senhores. Eu em chamo Vicent. Serei o supervisor de vocês. Espero que possamos nos dá bem. – Ele falou sentando-se numa cadeira á frente do Alex.

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