O caminho de volta

Vicent estava fascinado durante a viagem de volta para casa com o Alex. Ele já tinha passado por aquele caminho muitas vezes, mas nunca parou para observar. A estrada era de asfalto escuro, bem sinalizada, as árvores a beira dela dava um quê de fantasia. Aquele verde das plantas com o azul do céu e o amarelo do sol embelezava a paisagem. Ele puxou o ar no máximo que seu pulmão permitia e soltou vagarosamente.

– Sente, Alex? Esse cheiro de orvalho. Que delícia!

Alex olhava para ele e ficava encantado com aquela espirituosidade. Ele parecia uma criança descobrindo o mundo.

– Quantos anos você tem, Vicent?

– Tenho mais que você – ele respondeu sem tirar os olhos brilhantes da paisagem

– Quanto mais? – Alex perguntou super curioso afagando-lhe a cabeça

– E isso importa? tenho medo de falar e você me achar velho. Mas na minha espécie eu sou muito jovem.

– Está na casa dos mil anos?

– Ei! Quando eu tiver essa idade serei bem idoso! – Vicent virou para ele franzindo o cenho

Eles estavam quase chegando na cidade. Dali já dava para ver, mais a frente, os prédios altos e toda a arquitetura.

– Me fale sobre sua família – Alex pediu

– Eu não gosto de falar da minha família – Vicent cruzou as pernas em borboleta – Eu sou meio que a ovelha negra. Não me dou bem com um irmão, no dia que você me encontrou eu tive um duelo com ele e fugi do local.

– Vocês brigam ferozmente? – Alex estava curioso

O felino balançou a cabeça positivamente.

– Somos gêmeos e um de nós dois tem que assumir a liderança da família. E, nenhum dos dois quer. Nossa briga é para que o perdedor assuma a responsabilidade.

– Como você deixou o seu irmão naquele dia? – Alex perguntou entrando numa rua estreita cheia de prédios.

– Ele ficou mais ferido que eu. Depois da luta, eu saí sangrando e ele ficou caído desmaiado. Ele deve assumir a responsabilidade. Eu fugi para que não me encontrasse e me pressionasse.

– Que dureza. É uma barra para vocês dois. Mas alguém vai ter que fazer, né? – Ele tentava manter essa conversa para descobrir mais sobre o gato.

– Meu senhor, o fato de termos feito um pacto, me isenta de assumir a liderança. Um líder nunca pode ser um servo. Então, você me salvou de um destino que eu não queria. – Vicent estendeu o braço e fez carinho no pescoço do Alex. – muito obrigado, meu mestre.

– Vamos tentar viver uma vida de igualdade, certo? Mesmo com esse contrato de servo e mestre.

– Eu aceito seus termos, meu senhor.

Alex parou em frente a um prédio residencial. Era moderno e cada apartamento possuía uma sacada. Tinha 15 andares, o apto do Alex ficava no último andar. A entrada tinha uma paisagem muito bonita. A área calçada era de um piso estilo granito, umas palmeiras estavam espalhadas pela entrada, luzes amarelas e decoração de madeira dava um toque mais rústico ao ambiente.

– Chegamos, de hoje em diante aqui será sua casa também.

– Obrigado, meu senhor. Então mais tarde você pode me levar na minha casa para pegar meus pertences?

– Você tem casa aqui? – Alex perguntou arqueando a sombrancelha

– Sim. apesar de também morar no reino espiritual, eu vivo no meios dos homens. Tenho negócios, casa e carro. Além de outros bens.

– E você só me diz agora?

– Mas você nem tinha me perguntado antes, meu senhor!

– Devo ter feito papel de bobo, achando que tinha encontrado um gato de rua abandonado. – Alex falou desanimado

– Alex, podemos fingir que sou abandonado. Que tal?

– Mas eu sei que você não é.

– Meu senhor, não volte atrás na sua oferta para que eu more com você. Quero dormir e acordar contigo.

– Tudo bem, vamos tentar morar juntos.– ele cedeu.

– Você não vai se arrepender, meu senhor. – Vicent era puro entusiasmo.

Eles entraram na garagem do condomínio, estacionou o carro e pegaram o elevador. Lá dentro Alex pensou em algo.

– Todo mês visito meus pais e desta vez a viagem de volta foi rápida e tranquila. Não teve muito trânsito e os sinaleiros estavam abertos. Que sorte eu tive!

– Me agradeça. Fui eu quem fiz isso. Eu aceito um beijo como agradecimento. – Vicent se aproximou do Alex, enfiou sua perna por entre as dele e pressionou. Abriu os três primeiros botões de sua camisa. Beijou-lhe o peitoral e deu umas lambidas. Se ergueu, segurou Alex pela nuca e se aproximou do seu rosto.

– Você é muito convidativo, Vicent. Está se entregando facilmente para mim e eu não vou rejeitar. – Alex tomou o comando e beijou-o cheio de desejos.

Ele sentia que algo em Vicent o fazia aflorar seus desejos. Ele queria mais que apenas carícias e beijos.

O elevador chegou no 15° andar. Eles se apartaram e foram até o apartamento. Alex abriu a porta.

A sala era pequena , mas bem aconchegante, podia-se ver, no local, um sofá azul de dois lugares, um tapete preto e um rack marfim preenchendo o lugar. A mesinha de canto com uns enfeites decoravam o lugar e deixava o com certo charme. Atravessando a sala, ia direto para sacada. Do outro lado tinha acesso para a sala de jantar, os dois quartos, banheiro e a cozinha.

– Sua casa é muito bonita, Alex! Que confortável. – Vicent era só sorriso.

Alex trancou a porta. Jogou a mochila no chão e foi em direção ao Vicent.

– Não quero falar da minha casa, quero terminar o que começamos no elevador.

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Comments

luna783

luna783

nossaaa, você não é de enrolação né Alex?

2024-05-07

2

LuKlaus

LuKlaus

O Alex não perde tempo KJKJKJKKKKKKK

E mano, o Vicent esse tempo todo tendo casa, carro, etc, essa até me pegou de surpresa.

2023-05-03

5

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