Vicent saiu do quarto e ficou agachado em frente a porta fechada atrás dele. Ele percebeu que aquele era um assunto delicado pra o Alex. A sua curiosidade, talvez, tenha despertado a dor do seu senhor.
– O que aconteceu com aquela menina? E quem era ela? – ele sussurava essas perguntas
Alex ficou trancado no quarto por quase meia hora e seu companheiro por contrato esperava-o em frente da porta.
– Eu não deveria ter gritado com ele– Alex ponderou – afinal ele tem natureza curiosa e só perguntou quem era a menina na foto. Será que ele ficou magoado? Eu o tratei mal depois dele dá um fio de bigode como amuleto para os meus pais. Eu devo desculpas para ele.
Abriu a porta e encontrou seu servo agachado. Ele cochilava. Era tão fofo de se ver, aquele cabelo preto caindo sobre seu rosto ofegante dava ares juvenil. Ele sentiu vontade de abraçá-lo, tinha que se segurar.
– Vicent, acorda! Entre aqui.
– Oi, meu senhor! Você está melhor?
– Sim, eu estou melhor. Tenho que me desculpar com você, por ter gritado e te colocado para fora do quarto.
– Não faz mal, Alex. Eu precisava me alongar e descansar meus olhos.
– Você é tão bondoso que inventa motivos para que eu não me sinta mal.
Vicent se aproximou e deu uma lambida na ponta do nariz dele. Alex se assustou, não esperava uma ação tão repentina. Aquele homem gato era muito espontâneo. Mas isso o fazia se sentir melhor.
– Alex, eu vi no álbum uma foto de um menino, deduzir que era você – Vicent tentou quebrar o gelo
– O menino de shortinho azul? – Sou eu! – Alex falou se animando – Eu era muito bonitinho, né?
– Sim, tão bonitinho. Parecia filhote de saguim – Vicent brincou com ele
– Eu era fofo. Nem venha com essa!
– Não só fofo, mas uma gracinha também. Tinha uma carinha de menino remelento, daqueles em que se alguém olhasse feio, já saia chorando fazendo escândalo. Que adorável.
– Como você consegue escrachar alguém e fazer parecer elogio? – Alex reclamou
– Eu quero apenas brincar com você. Não leve isso a sério. Vem cá, bebê chorão – Ele fez sinal com a mão chamando-o
Alex se aproximou. Vicent colocou a mão sobre o peito esquerdo do seu senhor. Alisou e deu um sorrisinho.
Ele constatou que a musculatura que tocava era rígida e confortável. Dava para sentir o coração pulsando.
– Vai ficar alisando meu peito? – Alex perguntou – Queria tanto tocar nele assim?
– Hahahaha. Você é engraçada meu senhor, apesar que já sei onde me esfregar de agora em diante. Mas o que eu queria, era dizer que apesar do meu poder de cura, não poso curar as feridas do "Coração". Os sentimentos tem que ser curados pelos detentor deles.
– Que profundo. Já pensou em ser Coach?
– Posso ser seu coach?
– Nem pensar! – Alex cruzou os braços e empinou o nariz
Naquela altura do campeonato, o Alex já tinha se esquecido do acontecimento mais cedo. Vicent tinha o poder de mudar o ambiente e a situação. Era um ser cheio de vida e bondade. Estar com aquele espírito celestial era uma benção, ele precisava muito disso em sua vida. Apesar de ter se tornado o senhor, sabia que não merecia esse status, ser servo do Vicent seria o mais certo. Por isso ia se esforçar para se tornar um senhor mais bondoso e tolerante.
– Meu senhor, está tudo bem?
– Está tudo bem, Vicent.– Alex respondeu afagando-lhe a cabeça
O dia se passou rápido, após jantarem em família, chegou a hora de dormir. Dona Ângela tinha arrumado o quarto de hóspede para o convidado.
– Vicent, o quarto de hóspedes já está pronto para você. Sinta-se. vontade. – Ela informou
– Eu quero dormir com o Alex, no quarto dele, posso?
Seu Jordan e dona Ângela se olharam. O dono do gato, um desconhecido, chegou para ficar na casa deles e quer dormir com seu filho no mesmo quarto? Vicent percebeu que tinha feito um pedido estranho naquele momento.
– Ah, eu só queria ver a reação de vocês dois. Foi bem engraçado o jeito que vocês se olharam. Obrigado por arrumar o quarto para mim. Boa noite, então.
Todos foram para seus quartos. A noite era silenciosa e fria. Alex deitou na cama, a janela estava entreaberta e a cortina balançava no ritmo do vento que invadia o quarto. Ele adormeceu, o dia tinha sido intenso. No meio da noite ele se assustou ouviu um barulho no quarto, alguém se aproximava dele. Era um ladrão que tinha pulado pela janela ou um espírito que queria se comunicar? De qualquer forma ele estava sentindo muito medo. Cobriu a cabeça. O ser presente aproximou da cama e ficou parado olhando para ele, enquanto ele se tremia embaixo das cobertas.
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Atualizado até capítulo 50
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