Alice
Fiquei muito incomodada com a pesença daquele homem aqui, tudo piorou ao saber que ele é um dos donos e cunhado da minha prima Hadassa.
Tenho certeza, que esse homem não vai facilitar as coisas para mim. No entanto, não vou desistir na primeira adversidade, se ele quiser jogar, também sei jogar, não tenho nada a perder mesmo. Espero que não invente de me escolher como sua assistente. Vou deixar bem claro, que não gosto de joguinhos, mas se quiser jogar, sou uma excelente jogadora.
Durante o tour pela empresa, Bruno não tirava os olhos de Valentina, a mesma nem deu muita importância, essa é minha prima, desde criança é apaixonada por Heitor e não deixa muitos caras se aproximarem, quando fica com alguém e percebe que e as coisas estão ficando sérias, logo dá um jeito de terminar.
Apos o tour pela empresa, voltamos para casa conversando.
Valentina: O que achou da empresa?
Alice: Incrível, acedito que nos daremos muito bem!
Valentina: Notei as olhadas do chefe em você!
Alice: Credo, Tina! Como dizem está repreendido! Aquele homem é um arrogante, mesquinho!
Valentina: De onde conhece ele?
Alice: É aquele idiota que conheci quando cheguei em Portugal!
Valentina: 🤣 .... -riu compulsivamente. -Ah... Fala sério, miga! Ele vai fazer da sua vida, um inferno se souber que jogou fora as coisas dele!
Alice: Ele já deve saber... alguns dias depois, o funcionário do aeroporto entrou em contato comigo, eu simplesmente disse que como ninguém havia procurado, joguei fora!
Valentina: Se prepara, ele não vai facilitar... ah não ser, que seja um cara legal!
Alice: Legal?! Um homem como aquele legal?... Por favor, Valentina! Isso é o mesmo, que dizer que acredita em contos de fadas!
Valentina: Estou achando que esse homem mexeu contigo... por isso toda essa implicância, com o chefe gostoso!
Alice: Ficou maluca?! A única coisa que sinto por esse homem, é repulsa total!
Valentina: Sei! Se está dizendo! -deu de ombros.
Alice: Que tal passarmos esse final de semana em Búzios, prima? -perguntei mudando de assunto.
Valentina: Super topo, amo estar em casa!
Alice: Vamos passar na ong hoje, antes de irmos pra casa?
Valentina: Vai ser otimo, juntei algumas roupas que não quero mais para doar, podemos levar!
Alice: Ótimo!
Em casa, nos trocamos e fomos para a ong, hoje é dia de reunião. Ao chegarmos, já havia começado, havia uma mulher nova entre elas no círculo, estava cheia de hematomas pelo rosto, nos sentamos perto dela, a mesma não parava de apertar as mãos e tremia muito. Rosana, preparou uma palestra incrível sobre abuso e violência doméstica, ela é a diretora responsável por esse lindo projeto, é uma pessoa maravilhosa.
Rosana: Hoje meninas, vamos conhecer um novo membro! Quer se apesentar? -perguntou com o olhar direcionado a jovem.
Ela negou com a cabeça.
Rosana: O primeiro passo é falar!
A jovem continuou calada.
Alice: Posso contar um pouco da minha história Ro? Quem sabe ela não se sente mais a vontade?
Concordou, então comecei a narrar, sobre o que ocorreu comigo. Como foi difícil. A jovem atentou-se a cada palavra.
Alice: Era muito difícil falar sobre isso, sem chorar, sem doer! Hoje já não dói como antes, cada dia é uma nova superação! Sou a prova de que isso pode acontecer com qualquer um, que não temos culpa do acontecido, como muitos acreditam! Aceitei que fui uma vítima e hoje entendo que nada justifica um abuso... nada!
Valentina segurou a minha mão e sorriu orgulhosa. Foi testemunha de como tudo isso me machucava. As mulheres aplaudiram.
Alice: Qual o seu nome?
Mulher: Vi... Viviane!
Alice: Aqui será ajudada, pode ficar tranquila, tudo no seu tempo! Não temos pressa! -disse pousando a minha mão sobre a dela.
Outras mulheres também contaram sobre as suas histórias, a jovem logo ficou um pouco a vontade. Não sei o que aconteceu com ela, mas pelo visto foi muito grave e traumático. Ainda não se sente confortável em falar o que passou, a entendo muito bem..., na verdade, todas aqui entendem.
No final, quando todas estavam lanchando aproximei dela, que ainda se mantinha sentada com o olhar fixo no nada.
Alice: Não quer comer nada, Viviane?
Viviane: Não! Estou sem fome!
Alice: Quantos anos têm?
Viviane: Infelizmente, completei dezoito anos ontem!
Alice: Infelizmente? Não compreendo, afinal isso é o que todos os adolescentes mais desejam!
Viviane: Sim, para adolescentes normais!
Alice: Compreendo que ainda não esteja tranquila para discutir o que vivenciou..., mas saiba que estou aqui para ajudar, caso precise!
Viviane: Como conseguiu? Como superou? -perguntou e algumas lagrimas rolaram por seu rosto.
Rapidamente ela secou com a manga da blusa.
Alice: Confesso que não foi fácil, mas conforme participei dos encontros, consegui superar! Tudo a seu tempo, sei que dói muito, mas precisa encontrar forças para se reerguer!
Viviane: Ele acabou com a minha vida!
Alice: Não, ele não acabou não! Tentou, mas está viva e aqui! Pense que isso foi apenas um desvio ruim da sua trajetória, mas vai dar a volta por cima e lá na frente, vai olhar para trás e dizer, venci! Foi difícil, mas venci! Aqui terá o apoio de todas nós..., principalmente o meu!
Viviane: Obrigada! -sorriu fraco.
Valentina se juntou a nós, mudou o foco do assunto, contando algumas piadas e conseguiu arrancar alguns sorrisos de Viviane, aproveitei e fui conversar com Rosana.
Alice: Rô, de onde veio essa menina?
Rosana: Não sei, acredito que seja daqui do morro mesmo, quando cheguei aqui a encontrei dormindo na porta, estava toda suja de sangue, a ajudei e passou o dia todo aqui! Ela mal conseguiu dar duas palavras, apenas chorava!
Alice: Será que ela não tem onde ficar?
Rosana: Vou deixar ela ficar aqui na ong, até ela arrumar algum lugar para ficar!
Despedimos de todas e seguimos direto para Búzios, fomos em silêncio.
Valentina: A situação que aquela menina estava, mexeu com voce ,não é?
Alice: Muito! Eu ainda tinha a minha família, agora essa menina parece não ter ninguém!
Valentina: ou talvez, quem fez isso com ela, seja da família... já ouvimos muitos casos assim!
Alice: Pode ser!
Chegamos na casa dos meus tios, estavam jantando, foi a maior alegria ao nos ver... imagina quando Saulo chegar, a felicidade deles estará completa. Vó Efa, jantou conosco, menos Patrícia que estava no quarto, ainda está muito debilitada, tanto mentalmente como fisicamente, porém tivemos um avanço, tia Hilary, conseguiu fazer ela jantar um pouco. Tenho certeza que esses dias aqui, vamos conseguir ajuda-lá mais um pouco.
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Atualizado até capítulo 132
Comments
Denise Figueiredo
Estrupos de vulneráveis,uma covardia que os maus elementos de uma sociedade machista imprime contra as mulheres,que muitas vezes não tem como se defender....e nem tem ninguém quê as defenda pode ser dentro de casa 🏡 ou fora dela...ficam a mercê desses canalhas..,triste muito triste passar por isso,pode ser pobre ou rica,, o estrago e o mesmo....
2024-04-25
3
Denise Figueiredo
Quero só ver o desenrolar desses quatro,,,, já torcendo para Alice enfrentar a fera...e Valentina descobrir o amor de uma outra pessoa 💓💓💓
2024-04-25
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Nil
Brunnynnha Nynah vou concordar contigo você 🤣🤣🤣🤣🤣
2024-04-16
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